Lusitano FCV 3-2 GD Resende: Lusitano vence luta difícil nos Trambelos

    A CRÓNICA: ENERGIA DO RESENDE TERMINOU COM DESEQUILÍBRIOS DO LUSITANO

    Perspetivava-se um duelo bastante interessante no Estádio dos Trabelos, entre Lusitano FCV e GD Resende, duas das maiores candidatas à promoção ao Campeonato de Portugal.

    A primeira oportunidade quase a abrir o jogo, que terminou com uma vitória por 3-2 para o Lusitano FCV, foi para a equipa da casa. Do lado esquerdo, Hélder Rodrigues tirou dois jogadores adversários do caminho e, já dentro da grande área, rematou à trave da baliza à guarda de Diogo.

    Se a primeira amostra foi do Lusitano FCV, o GD Resende passou a tomar conta das rédeas do jogo. Alicerçado no maior poder físico e aéreo dos seus jogadores, que dificultou bastante até o trabalho do árbitro, os forasteiros criaram vários lances de perigo. Aos 15 minutos, Mariano, de cabeça, acertou no poste da baliza, em boa posição. Pouco depois, Edmilson ganhou espaço à entrada da área do Lusitano FCV e obrigou a uma defesa a dois tempos de André Maló.

    Os visitantes estavam por cima e chegaram ao golo. À passagem da meia hora, Lourenço ganhou a bola a Calico e tirou os defesas adversários do caminho, e, perante André Maló, atirou para o fundo da baliza.

    Apesar do golo marcado, o GD Resende continuava com mais posse e mais perto da baliza de André Maló. No entanto, contra a corrente do jogo, a equipa da casa chegou ao empate. Na sequência de um canto do lado direto marcado por Bruno Loureiro, João André cabeceou para dentro da baliza do GD Resende. O golo da igualdade teve o condão de acordar o Lusitano FCV, que encostou os visitantes atrás até ao intervalo.

    O segundo tempo começou praticamente com a cambalhota no marcador. Aos 47 minutos, Luís Almeida lançou Pipo que, isolado dentro da grande área, atirou rasteiro para o interior da baliza adversária.

    Sem o mesmo dinamismo da primeira parte, o GD Resende tentava chegar perto da baliza de André, mas sem criar grande perigo. A equipa da casa também tentava equilibrar o jogo, mas igualmente sem oportunidades claras até perto do último quarto de hora da partida, quando Bruno Loureiro assistiu Pipo que, solto de marcação, rematou para fazer o 3-1, num lance semelhante ao segundo golo do Lusitano FCV.

    Sem criar grandes desequilíbrios, o GD Resende, ainda assim, conseguiu reduzir perto do tempo de descontos. No seguimento de um livre dos visitantes, a bola sobrou, dentro da grande área, para Fábio  que atirou para o fundo da baliza.

    O Lusitano FCV acabou por vencer, principalmente, pela eficácia e organização demostradas no segundo tempo, e pela queda exibicional dos visitantes depois do intervalo.

     

    A FIGURA

    Simão Pipo – O atacante do Lusitano FCV esteve bastante ativo na manobra ofensiva da equipa, em especial no segundo tempo, e foi importante na vitória, ao marcar dois golos. As capacidades de desmarcação e de execução do jogador, que terminou a sua formação no CD Tondela, foram decisivas para decidir o encontro a favor do Lusitano FCV.

    O FORA DE JOGO

    Tomé Mendes – Na primeira parte, foi um dos elementos da defensiva do Lusitano FCV que sentiu maiores dificuldades em lidar com a pressão alta dos atacantes do GD Resende, com vários maus passes, a oferecer a bola ao adversário, que originaram situações perigosas para a baliza da equipa da casa. Mesmo na segunda parte, em que a sua equipa esteve melhor, não participou na manobra ofensiva como noutros jogos.

     

    ANÁLISE TÁTICA – LUSITANO FCV

    Sérgio Fonseca utilizou o 4x3x3, com Simão Pipo, Luís Almeida e Hélder Rodrigues a formarem o tridente ofensivo. A linha defensiva teve dificuldade em lidar com a primeira linha de pressão do GD Resende, na primeira parte, com perdas de bola e maus passes difíceis de explicar.

    O golo do empate soltou a equipa, que mostrou os seus pontos fortes, nomeadamente a exploração dos corredores e a capacidade de abrir espaços na defesa adversária. A entrada a vencer na segunda parte permitiu à equipa gerir o jogo e organizar-se melhor quer defensiva, quer ofensivamente.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    André Maló (6)

    Tomé (5)

    Calico (6)

    João André (7)

    Leal (6)

    Miranda (6)

    Bruno Loureiro (8)

    Túlio (6)

    Pipo (8)

    Hélder Rodrigues (6)

    Luís Almeida (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Pedro Silva (6)

    Gonçalo (-)

    Salú (-)

    Kiku (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – GD RESENDE

    Paulo Amor apostou num 4x3x3 que se transformava num 4x5x1, só com Lourenço na frente, quando a equipa estava em processo defensivo. Maior poderio físico e pressão à linha defensiva do Lusitano FCV permitiram o ascendente no jogo, no primeiro tempo.

    Na segunda parte, os visitantes não conseguiram exercer a mesma pressão asfixiante sobre o adversário perante a melhor organização do Lusitano FCV. A equipa acabou por perder a luta até na intensidade, o que era impensável na primeira metade.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo (6)

    Ferreira (6)

    Umaro (5)

    Bé (5)

    Tozé (6)

    Mariano (6)

    Edmilson (7)

    Moura (6)

    Dany (6)

    Henrique (6)

    Lourenço (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Fábio (7)

    Hugo (6)

    Cazão (-)

    Márcio (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Lusitano FCV

    BnR: Na primeira parte, houve alguma surpresa perante a pressão alta do GD Resende sobre a linha defensiva do Lusitano FCV? Foi a principal dificuldade da equipa da casa perante o adversário, no primeiro tempo?

    Fábio Ferreira [Técnico Adjunto]: Eu penso que não. Na palestra de hoje, transmitimos aos jogadores as nossas ideias e pedíamos a alguns deles para fazerem certas dinâmicas que não estavam habituados a fazer. E, na primeira parte, não estávamos a sair como devia ser. No intervalo, voltámos a perguntar aos jogadores o que é que foi dito e o que tínhamos detetado no GD Resende. Eles disseram o que tinha sido detetado e os jogadores aplicaram as diretrizes por parte da nossa equipa técnica. Ao intervalo, não fizemos alterações táticas nenhumas, voltámos a focar aos jogadores aquilo que tinham de fazer e o que tinha sido pedido. A partir daí, fizeram o trabalho deles na segunda parte, que foi a nossa melhor parte.

    BnR: O que faltou na primeira e o que houve na segunda parte para a mudança decisiva no jogo?

    Fábio Ferreira: Tem a ver com uma questão de concentração e de intensidade da parte dos jogadores. Sabíamos que, se reagíssemos rápido à perda da bola e não deixássemos o GD Resende pensar muito o jogo, iríamos ter vantagem a tirar partido das situações. Na segunda parte, foi o que aconteceu: uma reação mais rápida à perda da bola, mais velocidade nas nossas transições. Temos jogadores rápidos e somos uma equipa rápida. Foi por aí que se fez a diferença: essas mudanças de velocidade e de atitude que impusemos na segunda parte. No primeiro tempo, estava a faltar, mas o segundo foi bastante melhor.

    GD Resende

    BnR: A prestação do GD Resende teve duas faces diferentes, uma na primeira e outra na segunda parte. No primeiro tempo, o GD Resende conseguiu exercer uma pressão “asfixiante” sobre a linha defensiva do Lusitano FCV. O que falhou na etapa complementar para não ter acontecido o mesmo?

    Paulo Amor [Técnico Principal]: O Lusitano FCV reentra no jogo, no final da primeira parte, e depois o reinício do jogo com o Lusitano FCV à frente condicionou, em termos anímicos, a estratégia que tínhamos. Um jogo que também nos saiu do corpo pela forma como estávamos a abordá-lo com pressão alta, a jogar mais no último terço do adversário e a tentar condicionar a primeira fase de construção do jogo deles. A maior parte das vezes conseguimos e poderíamos criar situações de perigo, mas lembro-me de uma situação em que o Lusitano FCV sai bem e criou-nos uma situação de aflição. É um risco que temos em jogar assim. É evidente que, para jogar assim, é preciso ter uma equipa com disponibilidade física e também mental. Uma das coisas que fazemos bem é a utilização dos corredores e, quando o Lusitano FCV chega ao 2-1, no início da segunda parte, muitas vezes estávamos a perder facilmente a bola nos corredores e não conseguíamos municiar o ataque. Defensivamente, o Lusitano FCV estava melhor e nós não conseguíamos sair, por um ou outro motivo, com a acutilância com que estávamos na primeira parte.

    Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.