Académico de Viseu FC 2-0 CD Mafra: Viseenses eficazes conquistam três pontos preciosos

    A CRÓNICA – GANHOU QUEM APROVEITOU O QUE TEVE

    Uma tarde fria e cinzenta no Estádio do Fontelo, em Viseu, foi palco do jogo entre o Académico local e o CD Mafra, referente à 19ª jornada da Segunda Liga. Se, por um lado, a equipa da casa procurava distanciar-se dos lugares de despromoção, por outro, os forasteiros ambicionavam estabelecer-se ainda mais nos lugares da primeira metade da tabela com uma vitória.

    O jogo começou com oportunidades para as duas equipas bem cedo, mas se Stevie Okitokandjo falhou para o Mafra, Fernando Ferreira não desperdiçou a hipótese de colocar o Académico de Viseu FC em vantagem. Aos quatro minutos, na sequência de um pontapé de canto, a bola sobrou para o médio dos viseenses que, na entrada da área, pontapeou forte e sem hipóteses para Carlos Henriques. Grande começo dos academistas.

    Os mafrenses reagiram bem à desvantagem e assumiram o controlo da posse de bola, tentando criar oportunidades para “furar” o compacto setor defensivo adversário. Contudo, sem o conseguirem, acabaram por baixar a intensidade que colocavam na circulação de bola e passaram a dispor de menos oportunidades para finalizar.

    Depois de tantas oportunidades desperdiçadas pelo Mafra, foi o Académico a capitalizar, mesmo em cima do apito para o intervalo. Um bom contra-ataque pela ala direita levou Paul Ayongo a assistir Paná, que driblou um defesa e rematou de pé esquerdo para o posto mais distante. Chegava a pausa na partida com 2-0 no marcador, a favor dos viseesnses.

    Com a segunda parte veio a chuva e uma boa oportunidade para o Académico de Viseu: a ameaça de João Vasco foi desviada por Carlos Henriques, depois de um cabeceamento perigoso do avançado academista. Contudo, só nos minutos de compensação é que se voltaram a ver oportunidades junto das balizas, durante o “assalto final” do Mafra em busca de levar algo desta partida.

    O jogo terminou mesmo com a vitória por 2-0 para o Académico de Viseu, que assim soma 19 pontos e se distancia dos lugares de despromoção. Já o Mafra, soma o décimo jogo seguido sem vencer e agrava a crise de resultados que atravessa.

     A FIGURA


    Fernando Ferreira – O médio dos viseenses abriu as contas do marcador logo aos quatro minutos, golo importante para uma equipa que tem um dos piores ataques da Segunda Liga. Para além disso, foi fundamental no equilíbrio da zona central e na pressão aos dois médios de construção adversários, que nada fizeram enquanto Fernando Ferreira esteve em campo. Uma exibição completa de um jogador experiente.

     

    O FORA DE JOGO


    Abel Camará – O avançado do Mafra, um dos melhores marcadores da equipa na temporada, esteve apagado durante os 68 minutos em que esteve em campo. Sempre muito preso à ala, não teve ocasiões para finalização e, apesar do mérito da defensiva adversária, muito se deveu à falta de movimentação interior do jogador guineense. Para além dele, nota para a tarde desinspirada do setor ofensivo mafrense.

     ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICO DE VISEU FC

    Quase sempre em 4-4-2, dado o muito tempo que passaram em processo defensivo, o Académico conseguiu valer-se da rapidez dos seus atacantes e aproveitou as duas ocasiões que teve para marcar. Se Paul Ayongo foi fundamental na busca da profundidade, não lhe ficaram atrás, em termos de importância, os centrais Pica e Mathaus, que foram os pilares principais de toda a estrutura viseense. Três pontos conquistados num jogo muito sofrido.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ricardo Fernandes (6)

    Tiago Mesquita (6)

    João Pica (6)

    Félix Mathaus (6)

    Jorge Miguel (6)

    Kelvin Medina (6)

    Paná (6)

    Fernando Ferreira (7)

    Yuri Araújo (6)

    João Vasco (6)

    Paul Ayongo (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Luisinho (5)

    Anthony Carter (5)

    Yang Senna (-)

     
    ANÁLISE TÁTICA – CD MAFRA

    O 4-2-3-1 montado por Filipe Cândido privilegiou a posse de bola e a criação de jogadas com “cabeça, tronco e membros” para tentar ferir o adversário. Com Okitokandjo como referência ofensiva, foi pelos dois médios mais centrais, Kaká e João Graça, que passou todo o jogo ofensivo do Mafra. Nas alas, Camará e Andrézinho procuravam dar profundidade e velocidade ao ataque, mas o sólido bloco baixo dos academistas foi um “osso duro de roer” para a equipa mafrense.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Carlos Henriques (5)

    Tomás Domingos (5)

    João Cunha (5)

    Pedro Barcelos (5)

    Bruno Fonseca (5)

    João Graça (6)

    Everton Kaká (6)

    Carlos Daniel (5)

    Andrézinho (6)

    Abel Camará (5)

    Stevy Okitokandjo (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Nuno Campos (5)

    André Mesquita (5)

    Rodrigo Martins (5)

    Guilherme Ferreira (5)

    Edi Semedo (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    CD Mafra

    Bola na Rede(BnR) – Vimos o Stevie Okitokandjo a travar muitos duelos com o João Pica. Pergunto-lhe se foi algo intencional ou se acabou por acontecer fruto do decorrer natural da partida.

    Filipe Cândido – Não foi completamente propositado, mas analisámos o adversário e sabíamos dos seus pontos fracos. O futebol não é um jogo individual, sabíamos dos espaços que existem nas costas da linha defensiva do Académico e procurámos explorá-los através de alguns movimentos do Stevie. Infelizmente os golos não surgiram na baliza que pretendíamos.

    Académico de Viseu FC

    Bola na Rede – Para uma equipa como o Académico, que peca muito na finalização, espera que o facto de hoje terem tirado proveito das oportunidades que tiveram seja um ponto de viragem na temporada, nesse capítulo?

    Pedro Duarte – Um momento de viragem não diria. Não somos uma equipa de criar muitas oportunidades, mas é importante continuar o nosso trabalho e tirar frutos disso. Gostava de realçar também o facto de não termos sofrido golos, o nosso caminho é este.

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    Alexandre Candeias
    Alexandre Candeiashttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde sempre, tem o hábito de escrever sobre o desporto rei desde os tempos da escola primária, onde o tema das composições de Português nunca fugia da bola.