Euro 96 | A competição que abriu as portas à Geração de Ouro

    O Euro 96 foi o primeiro Europeu que contou com a participação de 16 equipas, o que abriu as portas a muitas selecções que possuíam equipas de qualidade, mas que não tinham tido muitas oportunidades de se mostrarem neste patamar.

    Entre estas selecções, estava equipa das quinas desejosa por dar a conhecer a sua Geração de Ouro ao mais alto nível internacional. Depois dos títulos mundiais de juniores e do vice-campeonato europeu de sub-21 em 1994, chegaria então a oportunidade da Geração de Ouro se destacar internacionalmente a nível sénior.

    A selecção nacional conseguiu a qualificação para o Europeu disputado em Inglaterra depois de na Fase de qualificação terem sido líderes do seu grupo à frente da República da Irlanda, Irlanda do Norte, Áustria, Letónia e Lichenstein. Para a competição, quis o destino que Portugal calhasse no grupo A, juntamente com a Dinamarca, Croácia e Turquia.

    A Dinamarca era então a campeã europeia e mantinha boa parte da sua espinha dorsal, mais a referência Michael Laudrup, que não tinha estado presente na conquista de 1992; como tal, partia para Inglaterra com uma reputação a manter. A Croácia, apesar de se estrear nestas andanças, tinha uma equipas de respeito, que contava com alguns jogadores que foram campeões mundiais de juniores pela antiga Jugoslávia em 1987. Portanto, não se avizinhava fácil a tarefa para a equipa das quinas.

    O seleccionador nacional António Oliveira escolheu os seguintes 22 jogadores para jogar no Europeu:

    Guarda-redes: Vítor Baía, Alfredo e Rui Correia

    Defesas: Secretário, Fernando Couto, Dimas, Hélder e Paulo Madeira

    Médios: Paulinho Santos, Oceano, José Tavares, Vítor Paneira, Rui Costa, Pedro Barbosa, Porfírio, António Folha, Paulo Sousa e Luís Figo

    Avançados: João Pinto, Sá Pinto, Jorge Cadete e Domingos Paciência

    A equipa das quinas iria iniciar logo a competição a jogar contra a campeã europeia Dinamarca. Num jogo bastante equilibrado, a selecção nórdica adiantar-se-ia no marcador por intermédio de Brian Laudrup, mas já na segunda parte, a selecção nacional igualou o marcador após um cabeceamento de Sá Pinto. O empate a uma bola verificado no final seria um resultado positivo face à diferença de experiência entre ambas as equipas.

    O segundo jogo seria contra a também estreante Turquia, que também contava com uma nova geração de talentos que contava com nomes como o guarda-redes Rustu e o ponta-de-lança Hakan Suker. Em mais um jogo equilibrado, Portugal conseguiria o golo decisivo já na segunda parte através de um remate fantástico de Fernando Couto. A vitória frente aos otomanos deixaria a equipa das quinas a um ponto do apuramento.

    O último jogo da Fase de Grupos seria contra a já apurada Croácia, que depois de ter ganho os dois primeiros jogos, apresentou-se contra Portugal com uma equipa de segundas linhas. Luís Figo inaugurou o marcador logo a abrir e João Vieira Pinto fez o 2-0 ainda na primeira parte. A selecção dos Balcãs procurou inverter o rumo dos acontecimentos fazendo entrar Suker e Boban na segunda parte, mas a Domingos Paciência daria a machadada final após uma jogada de contra-ataque. Vitória por 3-0 e primeiro lugar do grupo garantido.

    Seguir-se-ia a República Checa, que conseguiu o apuramento in-extremis, após um empate contra a Rússia conseguido a dois minutos do fim. Tal como Portugal, a selecção checa possuía uma geração de talentos que procurava afirmar-se no panorama internacional composta por nomes como Pavel Nedved, Karel Poborsky, Vladimir Smicer e Patrick Berger.

    No jogo disputado em Birmingham, a equipa das quinas foi superior na primeira parte e podia estar em vantagem ao intervalo, mas na segunda parte, Karel Poborsky aproveitou o ressalto da bola em Oceano e Paulo Sousa e aplicou um chapéu de belo efeito a Vítor Baía. A equipa das quinas ainda procurou reagir, fazendo entrar Domingos Paciência e Jorge Cadete e ainda beneficiou de alguns minutos em vantagem numérica, mas não conseguiria colocar a bola no fundo das redes.

    Seria o fim da caminhada em Inglaterra rumo ao sonho Europeu, mas seria o início de uma nova era no futebol português, que se deu a conhecer internacionalmente nesta competição e que viria a mostrar no futuro que veio para ficar.

    Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

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    Tiago Serrano
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