Da equipa que muita gente pensou que seria um simples ‘floop’ – após as elevadas confirmações de contratações, a mudança para um treinador estreante enquanto técnico principal e devido a ser uma equipa recém subida – a uma das equipas revelações da Primeira Liga Portuguesa.
Não é algo novo, o FC Famalicão surpreendeu tudo e todos na primeira volta do campeonato, visto que os famalicenses acabaram empatados com o Sporting CP na luta pelo terceiro lugar da tabela classificativa. O FC Famalicão tem sido um dos destaques desta época, desde o guarda-redes aos avançados, o futebol que pratica diferencia-os de muitos outros.
Ao falar da equipa é necessário referir o nome por detrás dos relvados: João Pedro Sousa. Um técnico inteligente que colocou identidade num grupo tendo como base uma construção forte e sem limites. Um plantel construído de raiz por jogadores que o técnico português teria observado e anotado sobre a qualidade desde as suas aventuras na Europa (um pouco por todo o lado), jogadores individuais com princípios da sua própria conveniência e de modo a obter aquilo que lhe teria sido pedido: a manutenção.
O técnico português faz a sua primeira época longe da sombra de Marco Silva, seu conhecido e amigo desde da sua época no CD Trofense, e a influência do antigo treinador do Everton é notável sobre João Pedro Sousa. Os sinais de consistência e de ambição são claros, visto que o técnico pôs o FC Famalicão num patamar muito superior àquele que lhe foi proposto. A manutenção já deixou de ser a questão! A luta pelos lugares europeus (ou, eventualmente, algo mais) é a nova ambição da equipa de Vila Nova de Famalicão.
No entanto, a equipa está a enfrentar um momento que poderá ser fatal para tais ambições. O FC Famalicão já se encontra há 6 jogos sem ganhar (sendo que conta com 3 derrotas e 3 empates), mais recentemente é de salientar a goleada que levou em casa frente ao Vitória SC por 0-7 (castigo levado perante a poupança máxima de jogadores) e o empate para a Taça de Portugal contra o SL Benfica por uma bola.
O elevado número de jogos também é um fator a ter em conta, visto o desgaste e enfraquecimento dos jogadores tanto a nível mental como físico, perante a carga elevada de esforço. A necessidade de voltar a instituir a identidade como princípio básico da equipa famalicense é algo urgente, visto que as ideias do treinador estão lá, mas não se entende a passividade que carateriza os jogadores nos últimos jogos. Conformismo não é uma palavra que deva caraterizar a equipa, pelo menos não deveria ser, perante a época realizada até ao momento.
A ideia mantém-se, mas a qualidade não é a mesma.
Foto de Capa: FC Famalicão
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão