Seguindo este pensamento, o mundo do futebol sabe que muitas vezes as conquistas de certos treinadores não dignificam o seu trabalho e a sua qualidade, e que estes muitas vezes se tornam mal amados nos seus países, quer Fernando Santos no pós-Euro’2016, quer o próprio Jorge Jesus após a perda das três competições na fase final de 2013, e muitos outros. E a verdade é que nem todas as deceções têm uma segunda oportunidade; a diferença entre o sucesso e o insucesso está, muitas vezes, presa a meros detalhes.
A história de que irei falar neste artigo é a de um treinador que foi subindo na sua carreira, incutindo todo o seu estudo no seu futebol e todo o seu conhecimento tático nas equipas por onde passou, tornando-se mais tarde um dos melhores treinadores portugueses da sua geração. Enquanto vos conto a história deste mal amado, pretendo que percebam até que ponto mudam meros pormenores e se desvalorizam carreiras.
Como muitos outros grandes treinadores, este de que venho falar começou nas ligas mais baixas do futebol português, na 3.ª Divisão portuguesa. E, na sua estreia como treinador, iria demorar dois anos a conquistar a sua primeira competição, precisamente a 3.ª Divisão, deixando o clube de seguida para o União de Montemor, dois anos mais tarde para o Oriental, e, após três anos no histórico de Lisboa, chega ao Nacional da Madeira. Estranha mudança, certo? Como se muda de um clube de divisões inferiores para o Nacional da Madeira? Pois, bem, estávamos na época de 1999 e o Nacional da Madeira encontrava-se apenas na 2.ª Divisão B. O que é que este treinador conseguiu? Em apenas um ano conseguiu subir à Segunda Liga e, dois anos mais tarde, conseguia chegar à Primeira Liga, de onde, desde então, não viria a sair, tornando inclusive o clube num com algumas participações na Taça UEFA.