Lusitano FCV 3-0 UD Sampedrense: Vitória sem espinhas

    A CRÓNICA: PRIMEIRA PARTE DESNIVELADA, SEGUNDA CONFIRMA VITÓRIA

    Com um registo imaculado no seu estádio, o Lusitano FCV recebia a UD Sampedrense com o objetivo de manter-se como líder do Grupo Centro da Divisão de Honra da Associação Futebol de Viseu. Por outro lado, a equipa visitante precisava de uma vitória para se aproximar dos lugares de acesso à fase de subida.

    O jogo começou com um ascendente dos anfitriões. Ainda nos primeiros cinco minutos da partida, Barry, sozinho no coração da grande área, atirou de cabeça por cima da baliza sampedrense, na sequência de um cruzamento com conta, peso e medida, do lateral Leal.

    A equipa da casa continuava mais perto da baliza à guarda de Tarik e chegou mesmo à vantagem à passagem do 17´. Depois de um alívio da defesa visitante, Luís Almeida pegou na bola pelo lado esquerdo e nas imediações da grande área adversário disparou forte, sem hipóteses para o guarda-redes sampedrense.

    Pouco depois, o ponta de lança, Barry, voltou a despediçar. Tarik deu uma oferta ao adversário ao entregar a bola diretamente ao avançado, mas este rematou de primeira diretamente para as “nuvens”.

    A União Sampedrense só conseguia chegar à grande área do Lusitano, de bola parada, mas sem criar qualquer perigo para a baliza de Tony. O lance mais perigoso de toda a primeira parte foi uma incursão de Jota, que ficou com a bola na sequência de uma perda de bola da defesa adversária e já dentro da grande área rematou bastante longe da baliza.

    A parte final da primeira parte acabou por ser jogada a um ritmo lento e muito faltosa, com várias paragens para assistir jogadores em dificuldades físicas.

    No início da etapa complementar, os visitantes entram com outra postura, mais adiantados no terreno de jogo e com maior posse de bola. No entanto, a equipa do concelho de São Pedro do Sul não conseguia levar perigo à baliza de Tony.

    À medida que os minutos passavam, o Lusitano voltava a ficar por cima do jogo e conseguiu mesmo alargar a vantagem aos 58´. Do lado esquerdo, o médio, Gonçalo Santos, ganhou a bola e sprintou até à grande área, oferecendo a Barry que fez o mais fácil e atirou para o fundo da baliza.

    Depois do 2-0, o ritmo voltou a diminuir e ficou mais duro, em termos físicos. A equipa da casa ainda teve algumas oportunidades para voltar a faturar. Luís Almeida, num bom desequilíbrio pela direita, rematou para defesa incompleta de Tarik. Na recarga, Barry voltou a mostrar não estar num bom dia para finalizar e atirou muito por cima do travessão.

    Já a Sampedrense teve a melhor oportunidade por Lima que atirou forte de fora de área diretamente para as mãos de Tony. Contudo, ainda antes do final da partida, a equipa da casa fez ainda o 3-0 pelo recém-entrado, Ricardo Ferreira.

    O Lusitano acaba por cumprir e retira a UD Sampedrense da luta pelos lugares diretos de acesso à fase de subida do Campeonato de Portugal.

     

    A FIGURA

    Luís Almeida Lusitano FCV
    Fonte: Lusitano FCV

    Luís Almeida – O atacante do Lusitano voltou a estar bastante ativo na manobra ofensiva da equipa e foi o elemento desequilibrador da equipa. Fez o primeiro golo da equipa (e que grande finalização!), num desequilíbrio ao aproveitar uma sobra. Quando pega na bola, parece que há sempre perigo iminente para a baliza adversária. Parece evidente que é um jogador com qualidade bastante superior à divisão onde joga.

     

    O FORA DE JOGO

    Barry – É verdade que lutou na pressão à defensiva da Sampedrense, quando a sua equipa não estava em posse e que marcou um golo, onde também é preciso que se diga que era quase impossível falhar.

    Contudo, o experiente ponta de lança e finalizador por excelência falhou na concretização pelo menos em quatro ocasiões, quando estava em boa posição. Na fase de subida ao Campeonato de Portugal, vai ser preciso mais acerto de um dos maiores goleadores da Segunda Liga Portuguesa.

     

    ANÁLISE TÁTICA – LUSITANO FCV

    Sérgio Fonseca utilizou o 4x3x3, com Kiko a regressar à titularidade e a juntar-se a Luís Almeida e Barry para formarem o tridente ofensivo. Com muita posse de bola e controlo do jogo, os laterais, Tomé e Leal, projetavam-se muitas vezes no ataque, com os extremos a juntarem-se a Barry, em especial Luís Almeida, na grande área.

    Na segunda parte, com a vitória na mão, a equipa recuou ligeiramente as linhas e aproveitou o espaço livre nas costas da defesa adversária para explorar as transições rápidas.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Tony (6)

    Tomé (7)

    Calico (7)

    João André (7)

    Leal (7)

    Salú (6)

    Bruno Loureiro (6)

    Gonçalo Santos (7)

    Kiko (6)

    Luís Almeida (8)

    Barry (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Iuri Bessa (-)

    Vasco Paredes (-)

    Chico Simões (-)

    Ricardo Ferreira (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – UD SAMPEDRENSE

    João Reis apostou num 4x3x3 que se transformava num 3x4x3 em processo ofensivo. Do lado esquerdo, Jota era o jogador com mais liberdade de movimentos, percorrendo todo o corredor. O lateral esquerdo, Rui, juntava-se muitas vezes à dupla de centrais, Couceiro e David, para fechar ao meio. A equipa pareceu ter trabalhado os lances de bola parada, em especial, os livres.

    O técnico acabou por ter de mexer ainda na primeira metade por problemas físicos do avançado Márcio, Ao intervalo, arriscou acrescentando mais uma unidade ofensiva, Lima, e adiantou linhas, mas a Sampendrense não conseguiu construir lances de perigo à baliza adversária.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Tarik (5)

    Telmo (5)

    Couceiro (6)

    David (6)

    Rui (5)

    Gabi (6)

    Miguel A. (6)

    Jota (6)

    Bebé (5)

    Ruca (5)

    Márcio (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Paki (5)

    Chalana (6)

    Lima (6)

    Soares (6)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Lusitano FCV

    BnR: O Lusitano conseguiu os três pontos, numa vitória consistente. Que análise faz ao jogo?

    Paulo Ferreira [técnico de guarda-redes]:  Foi um jogo com predominância do Lusitano. Na primeira parte, dominámos completamente o jogo e, na segunda parte a Sampedrense cresceu à procura de reverter o prejuízo da primeira parte. Nós resguardámo-nos um bocadinho, mas depois voltámos a crescer no jogo com jogadas mais rápidas e à procura do erro do adversário ao longo da segunda parte. Acho que fomos uma equipa muito consistente, equilibrada e concentrada ao longo dos noventa minutos porque sabíamos qual era o nosso objetivo para o jogo que era a vitória. Foi um grande jogo da nossa parte, só tenho de dar os parabéns aos jogadores que cumpriram escrupulosamente o que nós tínhamos pedido.

    BnR: Em termos defensivos, a equipa manteve mais uma vez a baliza inviolada. Como tem sentido a evolução do Lusitano defensivamente, desde que a equipa técnica assumiu o comando a meio da época?

    Paulo Ferreira: Isso é devido ao trabalho continuo que temos feito ao longo destas semanas. Preocupamo-nos muito em dar feedback aos nossos jogadores de possíveis situações que podem ocorrer durante o jogo. Andámos durante a semana a trabalhar essas situações e o resultado está no domingo que continuamos sem sofrer golos.

    BnR: O Lusitano continua invicto em casa, enquanto que fora continua sem vencer. Como explica esta situação?

    Paulo Ferreira: Se formos analisar os jogos fora de casa, também somos uma equipa que está em cima no jogo, que cria oportunidades, mas depois pecamos na finalização. Acho que a atitude tanto em casa como fora é a mesma: nós entramos para ganhar. Infelizmente fora temos azar de ainda não termos uma vitória, mas não quer dizer que nos jogos que fizemos fora, não existisse alguns em que não merecêssemos a vitória. Na minha opinião, fomos sempre superiores aos nossos adversários.

    BnR: As condições diferentes nos estádios das equipas adversários, nomeadamente, nos campos de relva sintética [o relvado do Estádio dos Trambelos é de relva natural] influencia a prestação dos jogadores do Lusitano?

    Paulo Ferreira: É verdade que nós durante a semana treinamos em relva natural e ao fim de semana apanhámos relva sintética, mas com a qualidade dos jogadores que temos, não é um fator que pode influenciar. Ainda para mais quando vamos jogar em relva sintética, tentamos adaptar a equipa com um treino ou dois em relva sintética para não notarmos tanta essa diferença. Acho que não é um fator que influencie a não concretização de oportunidades nos jogos fora.

     

    UD Sampedrense

    BnR: A derrota acaba por ter números pesados. Que análise faz a esta partida?

    João Reis [técnico principal]: De uma maneira geral, não entrámos bem na primeira parte. Tínhamos uma ideia, estabelecemos uma estratégia, não a conseguimos aplicar da melhor maneira. Sabíamos das dificuldades que nos iam ser colocadas e, que se fossemos uma equipa que tivesse capacidade de correr mais, de chegar mais perto na pressão ao portador da bola, de condicionar os espaços, de ter alguma capacidade de fechar o corredor central e depois de chegar aos corredores laterais, nos poderiam correr melhor as coisas. O Lusitano, com a qualidade que tem, conseguiu criar sempre soluções quer por fora, quer por dentro, e criou-nos muitas dificuldades. Raramente conseguimos recuperar as bolas e transitar rápido. De grosso modo, na primeira parte, passámos ao lado daquilo que queríamos fazer. Responsabilidade minha de não conseguir que a equipa colocasse em campo aquilo que seria a ideia. Na segunda parte, correndo os riscos que corremos, queríamos sobretudo continuar a competir. Sabíamos da dificuldade que seria, por vezes, de deixar a última linha situações de 1×1, fomos penalizados por isso, mas acho que tivemos muito melhor na nossa segunda parte, conseguimos mais vezes condicionar as ações do Lusitano. De qualquer das formas, a qualidade dos intervenientes do Lusitano acabou por fazer a diferença.  Podíamos ter sofrido mais golos, mas era um risco que tinha de correr porque vir aqui perder por 1-0, 2-0 ou 3-0, o número de pontos que levavam os eram os mesmos. Nós queríamos vir aqui pontuar como fazemos em todos os jogos. Infelizmente, não deu. Para a semana temos mais um jogo em queremos competir e saímos daqui com a noção de que poderíamos ter feito um bocadinho melhor na primeira parte. O mal estava feito depois de estarmos em desvantagem, torna-se mais difícil, mas não virámos a cara à luta. Estou satisfeito com essa atitude dos meus jogadores, na segunda parte. Na primeira, falhei claramente na estratégia que tinha delineado.

    BnR: O que faltou para a equipa criar mais perigo junto da baliza adversária?

    João Reis: Nós não conseguimos ter bola e recuperá-la. Para ter posse de bola, temos de fazer duas coisas: quando a temos, temos capacidade de a manter e depois quando não a temos, termos a capacidade de a recuperar. Nem uma situação nem outra conseguimos fazer na primeira parte. Portanto, sem bola, nós não conseguimos criar situações de golo. Nalgumas recuperações, nós não conseguimos tomar as melhores decisões, umas vezes condicionados pelo adversário, outras vezes alguma precipitação. A nossa ideia passava por atrair o Lusitano na pressão ao nosso meio campo, tentar explorar um bocadinho as eventuais debilidades numa equipa bastante competente, mas que, como todas, deixa espaços num momento ou noutro. A nossa ideia seria aproveitar essas situações para tentar lançar alguns ataques rápidos em que tivéssemos essa capacidade para aparecer na área para finalizar. Infelizmente não conseguimos. Na segunda parte, mesmo tendo a capacidade de fazer mais recuperações, de levar o Lusitano a ter mais perdas de bola, algumas ações técnicas não nos saíam tão bem e isso acaba por fazer a diferença. Se não conseguimos chegar perto da baliza adversária, não conseguimos criar oportunidades de golo. Embora a segunda parte tenha sido bastante melhor, não chegou. Para a semana, haverá mais com certeza.

    BnR: Fez seis alterações no onze em relação ao último jogo [vitória por 1-0, em casa, frente ao Campia]. Qual foi o principal motivo? Estratégia de jogo?

    João Reis: Umas por estratégias, outras por condicionantes físicas porque tínhamos alguns jogadores com alguma dificuldade física. Nós temos de jogar com as características dos nossos jogadores. Não podemos defrontar equipas diferentes e defrontá-las da mesma maneira. Sabíamos que o Lusitano nos conhecia e o que nós tentávamos fazer, tentámos dar aqui uma ou outra nuance no onze inicial, que nos permitisse, com as características dos jogadores, fazer uma ou outra coisa diferente daquilo que o Lusitano estaria à espera. Infelizmente não consegui transmitir a ideia aos jogadores e tenho de assumir a responsabilidade da falha que é minha.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    João Carlos Pereira segue os passos de Villas-Boas e é candidato à presidência do Marinhense

    João Carlos Pereira, treinador de futebol, oficializou esta sexta-feira...

    Zinédine Zidane a um passo de regressar ao ativo

    Zinédine Zidane vai ser o novo treinador do Bayern...

    Matheus Pereira, ex-Sporting, confessa que se tentou suicidar

    Matheus Pereira representou o Spoting e o Chaves, em...

    A incrível temporada do Brest

    O Stade Brestois (ou Brest) é um clube francês...

    Luís Castro está fora do próximo confronto do Al Nassr

    Luís Castro não vai estar no banco do encontro...
    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.