Lusitano FCV 3-0 GDC Roriz: “Trambelos” saltam para a liderança

    A CRÓNICA: O RESULTADO ACABA POR SER ESCASSO

    O Lusitano FCV recebia em casa o GDC Roriz, três dias depois de ambas as equipas terem feito o último jogo para o Grupo Centro da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Viseu. Caso o Lusitano vencesse, saltava para os lugares de acesso direto ao playoff de subida para o Campeonato de Portugal.

    Desde o início do jogo se percebeu que o Lusitano queria resolver o encontro cedo e o primeiro golo aconteceu ainda antes do minuto dez. Pelo lado esquerdo, Vasco Paredes cruzou e Luís Almeida respondeu com um cabeceamento certeiro para dentro da baliza.

    Apesar da vantagem, a equipa da casa continuava a dominar e a chegar com perigo à baliza adversária. Barry deu um aviso, num remate forte à entrada da grande área e obrigou Pedro Martins à defesa da tarde.

    Não marcou à primeira, mas o experiente ponta de lança picou o ponto à passagem da meia hora de jogo. Novamente pela esquerda, Salú cruzou e Barry rematou rasteiro e cruzado, sem hipóteses para o guarda redes adversário.

    O jogo chegou ao intervalo, sem qualquer remate efetuado pelo Roriz.

    O início do segundo tempo mostrou um Roriz a tentar ser mais atrevido no ataque, perante o recuo das linhas do Lusitano. Contudo, foi novamente a equipa da casa a chegar ao golo. Numa transição rápida, Luís Almeida deambulou pelo lado direito e só com o guarda redes adversário pela frente, fez o 3-0.

    O golo sofrido fez com que os visitantes voltassem a recuar no terreno de jogo e o Lusitano a voltar a estar mais próximo da baliza dos visitantes.

    O resultado avolumado e as várias paragens para substituições acabaram por diminuir ainda mais o ritmo de jogo e o Roriz conseguiu criar as primeiras oportunidades de perigo. Rafael Lourenço rematou cruzado à entrada da área, levando a bola passar perto do poste esquerdo da baliza de Tony. Pouco depois, Miguel Ferreira, de livre direto, obrigou o guarda-redes do Lusitano a sacudir a bola por cima do travessão.

    O Lusitano também podia ter marcado através de Barry que recebeu e dominou bem a bola de costas para baliza, mas fez o mais difícil e permitiu a defesa de Pedro Martins.

    Vitória justa para a equipa da casa, num jogo que teve praticamente só o Lusitano.

     

    A FIGURA

    Luís Almeida Lusitano FCV
    Fonte: Lusitano FCV

    Luís Almeida – O atacante do Lusitano esteve bastante ativo na manobra ofensiva da equipa e foi importante na vitória, ao marcar dois golos. A sua velocidade e verticalidade acrescentam objetividade e qualidade ao processo ofensivo da equipa e permitem desbloquear jogos em que os adversários se fecham e recuam as linhas.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: GDC Roriz

    Ataque do GDC Roriz – A equipa não fez um único remate na primeira parte. É verdade que perante o Lusitano seria de esperar um maior domínio da equipa da casa, mas os visitantes não conseguiram interligar os setores defensivo e do meio campo com o ofensivo. As bolas longas para o ataque foram situações fáceis de resolver para a equipa da casa.

     

    ANÁLISE TÁTICA – LUSITANO FCV

    Sérgio Fonseca utilizou o 4x3x3, com Vasco Paredes, Luís Almeida e Barry a formarem o tridente ofensivo. Com muita posse de bola e controlo do jogo, os laterais, Tomé e Leal, projetavam-se muitas vezes no ataque, com os extremos a juntarem-se a Barry na grande área.

    Na segunda parte, com a vitória na mão, a equipa recuou ligeiramente as linhas e aproveitou o espaço livre nas costas da defesa adversária para explorar as transições rápidas.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Tony (6)

    Tomé (7)

    Calico (7)

    Tatiano (7)

    Leal (7)

    Salú (7)

    Bruno Loureiro (7)

    Gonçalo Santos (7)

    Vasco Paredes (8)

    Luís Almeida (8)

    Barry (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Kiko (6)

    Iuri Bessa (6)

    João André (6)

    Chico Simões (6)

    Márcio Oliveira (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – GDC RORIZ

    Tiago Ferreira apostou num 4x5x1 bastante defensivo. Rafael Figueiredo a unidade mais adiantada, mas também recuava no processo defensivo. A equipa tentava chegar ao ataque, através de bolas longas colocados nas laterais, porém ineficazes. As poucas unidades ofensivas do Roriz não permitiram criar desequilíbrios.

    Na segunda parte, os visitantes tentaram ter mais bola e avançar no terreno de jogo, mas sempre com dificuldade para ultrapassar a muralha lusitana. As substituições não fizeram qualquer diferença.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Pedro Martins (7)

    Leandro Correia (5)

    Gonçalo Coelho (6)

    Joe Júnior (6)

    Rui Matos (5)

    Tiago Nunes (5)

    Emanuel Almeida (5)

    André Mendes (5)

    Tiago Almeida (5)

    Fábio Egito (5)

    Rafael Figueiredo (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Cardozo (5)

    Alex Sousa (5)

    João Ricardo (5)

    Miguel Ferreira (6)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Lusitano FCV

    BnR: O Lusitano conseguiu os três pontos. No entanto, parece que o resultado é escasso perante o que foi produzido. Que análise faz ao jogo?

    Fábio Farias [técnico adjunto]:  Primeiro, há que dar os parabéns à equipa. Acho que os jogadores têm estado muito bem nestas últimas semanas, têm-nos ajudado muito a crescer, têm trabalhado bem e têm mostrado vontade. Se podiam ser três, quatro, cinco ou seis, o importante é a conquista dos três pontos. O facto de se ganhar por 3-0, 4-0 ou 5-0, é diferente do que ganhar por um ou dois, mas as oportunidades vão aparecer mais à frente. Sentimos que é uma questão de confiança, sentimos que a equipa está mais confiante, há malta que está a aparecer mais vezes no golo, a bola está a sair mais limpa nos passes e isso é o que interessa. É uma vitória justa e não é escassa. Foi uma boa apresentação da equipa aos adeptos que vieram ver o jogo. Acho que toda a gente saiu contente, gostou do que viu e acha que o Lusitano está melhor e o objetivo é ser ainda melhor. No próximo jogo [frente à  Sampedrense], é aparecer melhor do que hoje.

    BnR: Os dois primeiros golos do Lusitano surgiram pelo lado esquerdo. Foi algo explorado na preparação desta partida? Que outros pontos menos fortes do Roriz foram explorados para a estratégia utilizada?

    Fábio Farias: Ao longo da semana, nós fomos fazendo as observações e apresentamos os pontos fortes e os fracos das equipas adversárias. Os golos aconteceram do lado esquerdo, mas também podiam ter saído do lado direito. Lembro-me, pelo menos, de uma vez na segunda parte o Luís Almeida, isolado pela direita, que não marca. Não tem a ver com ser do lado direito ou do esquerdo do Roriz, identificámos que o Roriz era uma equipa que deixava espaço entre os médios e a linha defensiva. Tentámos ganhar o espaço, com o nosso ponta de lança, o Barry, a vir em apoio, dar de frente para os médios e ganhámos as costas entre o central e o lateral, com o extremo a aparecer por dentro e foi o que aconteceu. Foi mais mérito nosso do que demérito deles e os jogadores estiveram presentes na área para fazer golo.

    BnR: Como foi preparar a equipa em tão pouco tempo de preparação face ao que a equipa está habituada [último jogo foi há três dias]?

    Fábio Farias: É simples. É recuperar, treinar. Treinos mais curtos, com mais vídeos e mais observação. Fazemos um bom trabalho na equipa técnica, em termos de observação. Estamos sempre a ver a equipa adversária e também os nossos jogos. De salientar que os jogadores têm aparecido bem nos treinos, têm vontade de treinar e isso é importante porque se treinarmos e tivermos bem, sabemos que há poucas equipas nesta série capazes de nos vencer.

     

    GDC Roriz

    BnR: Que análise faz a esta partida?

    Tiago Ferreira: Foi um jogo difícil. Ambas as equipas vinham de um jogo no domingo. Pensando na minha equipa, não estamos habituados a ter jogo a meio da semana, ainda para mais num campo de relva natural que nos traz alguma dificuldade e exige uma adaptação que nós não temos. O Lusitano marcou muito cedo e criou alguma dificuldade para fazermos o nosso jogo. Tivemos alguma dificuldade em ser o Roriz e colocar o nosso futebol em prática, mais acutilantes e a chegar à área adversária. Sabíamos da velocidade dos corredores do Lusitano, o jogador na frente que segura muito bem a bola e nós quando tivemos a bola, estivemos inseguros no passe e na receção, deixámo-nos antecipar. Penso que o Lusitano foi mais forte nos vários aspetos do jogo. Nunca conseguimos entrar no jogo e o resultado é justo.

    BnR: Atendendo à diferença entre as duas equipas e às condicionantes do jogo, o Roriz tentou apostar em transições rápidas?

    Tiago Ferreira [técnico principal]: Normalmente até jogamos com dois homens na frente. Nós queríamos que o nosso futebol passasse pelo meio campo para depois termos referências em termos ofensivos, na frente bem como nas alas, são jogadores que têm alguma velocidade e que procuram a baliza com alguma verticalidade. O que é certo é que tentámos chegar ao ataque através de bolas áreas. O nosso avançado estava sempre com os dois centrais adversários perto dele. Mesmo quando ganhava, demorava muito o [Rui] Matos a chegar para ligar o jogo e não queríamos nós fazer um futebol direto. Queríamos jogar no campo todo, mas com ligação pelo meio campo, com distribuição pela esquerda e pela direita, para explorar a subida dos laterais do Lusitano que são muito fortes no apoio ao ataque.

    BnR: Quais são as maiores dificuldades para a equipa no campo de relva natural [Roriz joga em relva sintética, no seu estádio]

    Tiago Ferreira: Em termos físicos, os jogadores queixam-se que a chuteira prende mais, não há uma ação-reação como há no sintético. No relvado maltratado que até nem era o caso de hoje, a chuteira enterra. Há maior dificuldade na motricidade. O relvado não é tao rápido como um sintético baixo. O campo estava bom, não foi por aí. Os nossos jogadores estiveram algo retraídos, notou-se em termos físicos que o Lusitano é mais forte, nas bolas disputadas com o Barry, entre o nosso médio ofensivo e o do Lusitano. [Barry] É um ponta de lança com alguma envergadura e na luta com os dois centrais, eramos inferiores nesse aspeto físico. Eu não tenho pegado nunca no aspeto físico porque podemos dar a volta com outras formas, procurar ligações pelo chão, procurar combinações, jogar curto e depois acelerar, era o que pretendia com os nossos extremos, mas a bola chegou sempre com algumas dificuldades, nunca chegou jogável. Íamos sempre à luta, ao ressalto e às segundas bolas. Não conseguimos colocar o nosso futebol em campo.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.