As 5 melhores contratações em Portugal no mercado de inverno

    Entre entradas e saídas, o mercado de janeiro foi animado em Portugal, principalmente nos clubes de classe média da Primeira Liga.

    Com a segunda volta já em andamento, vários clubes procuraram ajustar o plantel com entradas para resolver lacunas e saídas, muitas delas a envolver alguns milhões de euros e a permitir uma almofada financeira às equipas.

    Nesta lista destacam-se cinco jogadores, quase todos já com um passado ligado a Portugal, e que estão na Primeira Liga para marcar diferenças. A única exceção à regra vem de um dos candidatos ao título e promete redimensionar uma das carências dos encarnados.

    1.

    Álvaro Carreras Benfica
    Fonte: SL Benfica

    Álvaro Carreras (Benfica): Chegou ao Benfica com seis meses de atraso. Álvaro Fernández passou a ser Álvaro Carreras e é o substituto de Álex Grimaldo no Benfica, que volta a apostar num lateral espanhol para o lado esquerdo da defesa.

    Nem David Jurásek, com um perfil diferente ao de Grimaldo, nem Juan Bernat, pelas constantes lesões, conseguiram afirmar-se no lugar. Roger Schmidt chamou Morato para a posição, mas o lado esquerdo do Benfica continua fragilizado. Nem o brasileiro, central de origem, nem João Mário, mais médio que extremo, conseguem dar a largura e a capacidade de desequilíbrio a partir do corredor e o Benfica torna-se mais previsível e tem o processo ofensivo condicionado por esta lacuna.

    Reconhecendo os erros do mercado de verão, o Benfica arranjou colocação para Jurásek no Hoffenheim, clube onde pode ver as suas capacidades físicas potenciadas, e garantiu a contratação de Álvaro Fernández, agora Álvaro Fernández. Chega por empréstimo do Manchester United com uma cláusula de opção de compra de seis milhões de euros, permanente caso o espanhol atue em 50% dos jogos pelos encarnados nesta temporada. Um negócio cujo maior risco é mesmo a cláusula de recompra que o Manchester United pode acionar e impedir o lateral de fazer dinastia em Portugal.

    Álvaro Fernández é um lateral com outros argumentos técnicos. Pode jogar mais recuado no momento de saída de bola oferecendo outra dimensão a este momento que tem sido um dos pontos fracos do Benfica em comparação com a temporada transata, mas é no corredor que ganha vida. Joga por dentro ou por fora, combina com os colegas e consegue acelerar e oferecer a largura que falta ao Benfica. Tem aspetos a melhorar tanto ofensivamente (cruzamento e decisão) e no posicionamento defensivo, mas capacidade para assumir a titularidade. Já fez sete minutos pelos encarnados na Taça da Liga nos quais mostrou ao que veio.

    2.

    Yanis Hamache FC Arouca
    Fonte: FC Arouca

    Yanis Hamache (Arouca): Também é um lateral esquerdo, mas com características bem diferentes do espanhol. Yanis Hamache estava sem contrato e, depois de se encontrar a treinar com o Arouca, foi oficializado pelo clube que está em crescendo.

    Desde que Daniel Sousa assumiu o clube que o Arouca cresceu. Há uma identidade vincada que preza a posse de bola, sabe não a ter e conjuga o português com o espanhol. Os principais motores do ataque do Arouca são espanhóis, mas em breve deverão começar a ser abastecidos dos dois lados: quer de Portugal, quer de França.

    Depois de um ano na Ucrânia, Yanis Hamache regressou ao futebol português onde se destacou por duas temporadas ao serviço do Boavista. Está atualmente lesionado e, por essa razão, ainda não se estreou, mas não é difícil de perspetivar um futuro próximo com Yanis Hamache como ala esquerda do Arouca (até para libertar Cristo González para terrenos interiores).

    Reduzir Yanis Hamache às limitações defensivas é não compreender o potencial ofensivo do lateral franco-argelino. Hamache é um lateral – a quem é difícil resistir de chamar ala – extremamente capaz na chegada à linha para cruzar quando acionado de trás para a frente e com uma precisão técnica que impressiona. É um dos jogadores com maior capacidade no cruzamento e na meia-distância, quer pela qualidade no gesto técnico, quer pela força. Garante golos de meia-distância e oferece soluções em bolas paradas ofensivas.

    3.

    Otávio Ataíde FC Porto 3
    Fonte: FC Porto

    Otávio Ataíde (FC Porto): Foi o principal negócio do último dia do mercado. Otávio chegou ao FC Porto para resolver um problema estrutural e suprir a principal lacuna dos dragões.

    O Famalicão é, neste momento, o clube com o melhor projeto em Portugal ao nível do mercado. Sabe identificar talento a preço acessível, valoriza-o e vende mais caro. Só as três vendas mais caras do Famalicão neste mercado valeram mais de 25 milhões de euros. Rúben Amorim disse um dia que os famalicenses eram o Brighton português e não falhou por muito.

    Neste negócio os famalicenses conseguiram esticar a corda ao máximo. Souberam avaliar a necessidade de mercado do FC Porto e deixaram arrastar o negócio para o tornar imprescindível e aumentar o preço de Otávio. Pode questionar-se o valor gasto pelo FC Porto, mas o principal mérito nas negociações é do Famalicão.

    Ultrapassada a dimensão financeira, Otávio chega ao FC Porto para entrar direito no onze. Tem ainda algumas limitações técnicas e táticas, mas era o melhor defesa central disponível em Portugal fora dos crónicos candidatos ao título. É esquerdino, tem condições físicas para jogar na linha do meio-campo e recuperar metros e agressividade nos duelos. Mentalmente também parece ter capacidade para suportar a exigência do FC Porto e de Sérgio Conceição. A nível de potencial o FC Porto resolve um problema do presente e tem potencial para lucrar no futuro.

    4.

    João Teixeira Rio Ave
    Fonte: Rio Ave FC

    João Teixeira (Rio Ave): Quem está de volta a Portugal depois de sair a meio de 2023 é João Teixeira. Chega a Vila do Conde emprestado pelo Al Markhiya, emblema do Catar, até ao final da época.

    Depois de um 2023 sem contratar, o Rio Ave abriu os cordões à bolsa em 2024. Sentiu-se demasiado a pouca profundidade do plantel na primeira metade da época, mas Luís Freire terá novas armas para atacar a segunda volta. O meio-campo sempre foi chave para o técnico português e os vilacondenses têm um setor intermédio de culto para os primeiros meses do ano.

    Infelizmente não vai ser possível ver João Teixeira com Guga. O médio já se despediu do Rio Ave e vai deixar Portugal para ingressar no Beijing Guoan da China. Ainda assim, a chegada de Adrien Silva e a permanência de Amine Oudrhiri e de Joca (que mesmo jogando mais adiantado, funciona como um terceiro médio), abrem boas perspetivas ao meio-campo de Vila do Conde.

    João Teixeira destaca-se pela ligação entre setores. Tem influência na saída de bola, mas é diferenciado no meio-campo adversário. Conduz com qualidade a bola, tem visão de jogo e técnica no passe e sabe definir. Descobre companheiros na área, arrisca no passe e, não sendo um jogador com números extraordinários, não tem problemas para rematar. Vem para valorizar o futebol português.

    5.

    Filipe Soares Famalicão
    Fonte: FC Famalicão

    Filipe Soares (Famalicão): O recrutamento do Famalicão é a principal força do clube. Tal como João Teixeira, Filipe Soares também está de regresso a Portugal para embelezar os relvados portugueses.

    Duas temporadas na Grécia afastaram o médio português dos radares, mas Filipe Soares mantém toda a qualidade que já demonstrou ao serviço do Moreirense. Ainda tem 24 anos e o Famalicão pode ser trampolim para outros patamares, mas por agora é na equipa de João Pedro Sousa que se deverá afirmar.

    Ter Zaydou Youssouf como referência criativa é um pão de dois bicos para o Famalicão. É inegável a capacidade no passe (longo) e a capacidade técnica do médio francês, um dos melhores em Portugal, mas os famalicenses têm a tendência para acelerar constantemente jogo procurando os movimentos de rutura dos jogadores da frente e a capacidade no passe longo do francês. Filipe Soares pode ajudar a dar critério.

    Desde a formação do Benfica que Filipe Soares se destacou pela capacidade na definição. Sabe quando e onde soltar e cumpre bem em todo o campo. Joga essencialmente no centro do terreno, mas também pode fechar num dos corredores, quer em momento defensivo, quer no momento ofensivo, vendo o jogo de frente para o jogo. Oferece soluções no passe e pode dar ao Famalicão a capacidade de manter a bola que falhou durante a primeira volta do campeonato.

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