Uma das principais equipas desta segunda metade de época no Campeonato de Portugal Prio tem sido o histórico FC Alverca. Os Ribatejanos eram um dos principais candidatos à descida de divisão na série C do CPP, no entanto, a partir de janeiro, o paradigma do clube mudou, iniciando uma recuperação que os já fez sair da zona de rebaixamento aos distritais de Lisboa.
O histórico FC Alverca, que conta com 10 participações nas Ligas Profissionais, cinco na Segunda Liga, cinco na Primeira Liga, regressou aos campeonatos Nacionais esta época, após vencer o campeonato da Pró Nacional do distrito de Lisboa. A primeira metade da época foi penosa para a equipa orientada por Tó-Pê. Nas primeiras 15 jornadas, o FC Alverca conseguiu apenas uma vitória e quatro empates, resultando num inevitável último lugar, com apenas sete pontos e já a nove da zona de permanência. Já poucos acreditavam que o clube se “safasse” de novo regresso aos distritais.
A partir de janeiro, tudo mudou. A SAD mudou de mãos e o plantel recebeu vários reforços. Aliás, só para se ter uma noção, o FC Alverca inscreveu mais de 50 (!!) jogadores esta temporada, um número pouco normal e que demonstra que a direção, apoiando-se nos desastrosos resultados desportivos do primeiro semestre da época, acreditava que a manutenção era possível, mas com outras protagonistas. Curiosamente, no FC Alverca, mudou-se tudo menos o treinador. Tó-Pê continuou a merecer a confiança da direção e continuou como timoneiro de uma espécie de “segunda” equipa do clube para atacar a recuperação na tabela.
Com a chegada de vários jogadores já “batidos” na divisão e uma aposta forte em pérolas brasileiras, o FC Alverca, desde janeiro, só perdeu por uma vez, tendo conseguido cinco vitórias e três empates, que fez a equipa saltar da última posição da série C para o 13.º posto, lugar que dá a permanência, com mais um ponto que o Sertanense FC, que vem imediatamente atrás. Uma recuperação verdadeiramente notável e que dá sinais de vitalidade e capacidade para garantir a manutenção e atacar a subida na próxima temporada.
O FC Alverca e a gestão do próprio clube nesta temporada tem-se revelado um sucesso, mas uma exceção, tendo em conta os múltiplos e falhados exemplos que existem no futebol português, sobretudo no CPP, de direções que revolucionam plantéis a meio da temporada e que acabam por descer na mesma. Ou seja, o mesmo é dizer que a direção do clube está de parabéns por um trabalho cirúrgico, pensado e bem executado, apesar de muito arriscado, e que salvou o clube de uma temporada frustrante e fraca a nível desportivo. Se irão garantir a permanência ou não, só se saberá no fim, mas se continuassem com as performances e resultados da primeira metade da época, aí a descida seria inevitável e já se saberia em março ou abril que iriam retornar à Pró Nacional de Lisboa.
Uma coisa é certa, o FC Alverca é um histórico de Portugal com presenças na Primeira Liga Portuguesa, com infraestruturas de grande qualidade e que tem um potencial enorme. Caso garantam a permanência, o mérito tem de ser distribuído pelo plantel, pelos técnicos e, reforço, pela nova direção, que realmente desempenhou uma papel vital na alteração de paradigma desta equipa, revelando capacidade para planear a época 2019/2020 de uma melhor forma, munindo o FC Alverca de argumentos que o possam fazer sonhar com uma subida às Ligas Profissionais, de onde está ausente desde 2005.
Foto de Capa: FC Alverca
Artigo revisto por: Rita Asseiceiro