Setembro ditou o início da maior prova do escalão máximo do futebol português. Setembro também ditou o despedimento e alteração nos comandos técnicos de várias equipas na Liga Portuguesa. Na capital do móvel sucedeu-se a primeira chicoteada no momento em que Filó foi despedido, no fim da quarta jornada da liga – sendo que a equipa do Paços de Ferreira FC apenas possuía um mero ponto -, e consequentemente substituído por Pepa.
O segundo despedimento não tardou muito a chegar, visto que foi apenas um dia de diferença que separou estes acontecimentos. No dia três do mês fatal para muitos treinadores, adveio-se a saída de Marcel Keizer do comando técnico do Sporting CP através de uma rescisão saudável. A Taça de Portugal e a Taça da Liga não foram suficientes para prender o treinador ao clube lisboeta, isto veio a confirmar-se após a derrota por 2-3 na receção ao Rio Ave FC e a chicoteada foi inevitável.
Leonel Pontes, treinador dos sub-23 ficou responsável pelo comando técnico. No entanto a corrida por treinador do, atualmente, quarto classificado não ficou por aí e a aventura de Leonel Pontes apenas durou 24 dias. É neste âmbito que ‘se mata dois coelhos de uma cajadada só’, o recém-despedido (apenas dois dias após a saída de Keizer) do comando técnico Belenenses SAD após permanecer no comando durante três épocas? O clube de Belém ocupava o 17º lugar do campeonato, sem qualquer golo marcado após cinco jogos oficiais.
Mais difícil ainda foi arranjar quem ocupasse o comando técnico de Augusto Inácio no CD Aves. Foi complicado deixar o clube que se encontrava em último lugar no campeonato, no entanto após a goleada do SC Farense por 5-2 o lugar ficou disponível. Dizer que havia uma escassez no mercado é dizer pouco sobre aquilo que o CD Aves enfrentava. A solução interina foi Leandro Pires, antigo treinador da equipa sub-23.
Em menos de dois meses já contamos com cinco chicoteadas. Sandro Mendes, agora ex-treinador do Vitória FC foi o escolhido para sair. Ao final de oito jornadas, a equipa do Bonfim apenas somara oito pontos e um total de duas vitórias. Julio Velázquez regressa a Portugal, após a passagem fugaz que teve pela Udinese, em Itália, e assume o comando técnico (e de que maneira revolucionária!).
Desta vez por escolha própria, Nuno Manta Santos coloca o seu lugar à disposição face ao mau desenvolvimento do início da época. O clube madeirense aceitou a vontade do treinador, agradecendo a forma como este aceitou o desafio proposto pelo CS Marítimo mas salienta que o futebol é feito em torno de resultados. Outro regresso ao futebol português, José Gomes é oficializado como treinador da equipa que ocupava o 14º lugar da tabela classificativa (atual 12º lugar) após abandonar o comando técnico do Reading FC, em Inglaterra.
Deixando novamente as ilhas e regressando ao Continente, Vítor Campelos que era um estreante na Primeira Liga Portuguesa ao comando do Moreirense FC é despedido. A quebra do vínculo entre o treinador e o clube deve-se, mais uma vez, aos resultados. Ricardo Santos entra em ação em Moreira de Cónegos.
Pelo mesmo caminho foi Lito Vidigal. O comando técnico do Boavista FC já havia sido questionado pelos adeptos, que se demonstravam insatisfeitos com Vidigal enquanto treinador. Daniel Ramos foi o candidato mais forte e o escolhido para assumir o lugar, no entanto até ao momento ainda não se verificou qualquer mudança.
A fechar o ano, Sá Pinto é despedido. O treinador do SC Braga termina a sua ligação com o clube minhoto após péssimos resultados na Primeira Liga Portuguesa. A prestação da equipa na Liga Europa não se demonstrou suficiente e a última chicoteada foi servida. Perante esta situação, rendeu Rúben Amorim. O recém subido desde a Liga de Portugal tem sido visto como uma ótima solução face as circunstâncias, e os resultados estão à vista de toda a gente – a última da equipa por sete golos fala por si própria.
Qual será a primeira chicoteada do ano?
Visto que metade das equipas da Liga Portuguesa já alterou o seu comando técnico é algo que deixa qualquer um em alerta. Será uma questão de tempo até próximos capítulos neste assunto, Portugal está com uma sede enorme (uma sede insaciável, diga-se) de mudança (ou então de sucesso disparatado). No entanto, será complicado alcançar qualquer tipo de resultados com mudanças tão antecipadas. É necessário tempo e calma para assumir o comando técnico de uma equipa, visto que não é o treinador de raiz a assumir a gerência face às mudanças repentinas. É necessário confiança e pouca mudança!
Foto de Capa: Liga Portugal