Quando a cabeça não regula o corpo

    Não nos podemos esquecer de que grande parte do sucesso de um jogador provém do psicológico. Por exemplo, uma pessoa normal que leva uma vida diferente dos jogadores profissionais, sente a pressão de cumprir horários, ordens e prazos. Agora vamos pensar no caso de um jogador. Ele passa cerca de 1h30 por dia num treino e quando não está em campo, normalmente, prepara a sua condição física. Durante o tempo de preparação física, a parte psicológica, muito silenciosamente, está a trabalhar. A pressão que é imposta pelo treinador, colegas de equipa ou pelo corpo médico para poder manter a sua capacidade física, ter cuidado com lesões e outros problemas, para poder chegar mais longe, consome-o dia após dia. No dia do grande jogo o jogador tem um peso em cima de si para não falhar, para não desiludir família, adeptos, colegas, e para ter o rendimento que o treinador e os responsáveis pelo clube esperam que ele tenha.  Esta pressão às vezes é destrutiva e não são todos os atletas que conseguem superá-la. O caso de Fábio Paim é paradigmático. Todos apontavam o jovem como uma das grandes promessas do futebol mundial. Aliás, muitos diziam ter mais potencial que CR7. A verdade é que, depois de vários anos Fábio Paim não atingiu o estrelato. A qualidade técnica estava lá. Mas psicologicamente, o jogador vacilou.

    Fabio Paim, produto mais promissor da academia de alcochete nunca vingou no futebol Fonte: Facebook de Fábio Paim
    Fabio Paim, produto mais promissor da academia de alcochete nunca vingou no futebol
    Fonte: Facebook de Fábio Paim

    Mas não são apenas os jogadores que são afetados a nível psicológico. Vejamos o caso do icónico Quinito. Quinito, um homem adorado e que adorava o futebol acabou por perder toda a sua alegria após perder o seu filho. A partir daí, o velho Quinito, feliz, irreverente, carismático e apaixonante deu lugar a um Quinito desolado, isolado de tudo e todos, isolado do futebol.

    Numa altura em que são cada vez mais recorrentes os casos de celebridades com problemas mentais, urge olhar para esta temática, na vertente do futebol. Cada vez mais, o rendimento de um jogador de futebol está dependente de fatores externos, extra-jogo. Um futebolista também é pai, também é filho, também é humano e também tem os seus problemas. O natural é que se olhe para este facto com naturalidade, existindo, por parte dos clubes, um acompanhamento psicológico e personalizado a cada jogador, para que existam cada vez menos casos destes e para esta tendência venha a diminuir.

    Fonte de capa: futebolfuncional.blogspot.pt

    artigo revisto por:Ana Ferreira

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    Raquel Roque
    Raquel Roquehttp://www.bolanarede.pt
    A Raquel vem dos Açores, do paraíso no meio do Oceano Atlântico. Está a concluir a licenciatura em Estudos Portugueses e Ingleses. Guarda os clássicos da literatura, a Vogue e os jornais desportivos na mesma prateleira.                                                                                                                                                 A Raquel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.