Rio Ave de Carvalhal: Aposta na formação ou investida no mercado?

    A cerca de 20 dias de começar mais uma edição da Primeira Liga, o Rio Ave FC continua a preparar-se para mais uma presença no escalão máximo do futebol nacional, a 12ª consecutiva. Durante estas épocas, o clube vila-condense habituou o adepto de futebol português não-fanático a uma coisa: planteis competitivos e a prática de um futebol atrativo.

    Para esta época, António Silva Campos, Presidente do Rio Ave FC, apostou em Carlos Carvalhal, um treinador que tem por hábito colocar as suas equipas a jogar de forma desinibida, atrevida e com propensão para causar surpresas na batalha de “David vs Golias” com os mais poderosos. Posto isto, a fasquia dos seus adeptos é, obviamente, elevada e por isso mesmo, o plantel tem de corresponder da melhor forma à exigência da longa época que se avizinha.

    No ano passado, os vila-condenses falharam por pouco a qualificação para a pré-eliminatória da Liga Europa. Com um treinador competente, Daniel Ramos, notou-se claramente uma quebra de rendimento no ataque, que atribuo à saída de Carlos Vinicius para o Mónaco, a meio da época. Estamos a falar de um ponta-de-lança que o Rio Ave FC nunca conseguiu substituir e os números explicam porquê: oito golos em 14 partidas, excluindo Taça de Portugal e Taça da Liga, onde também faturou.

    Para além desta lacuna que até agora ainda não foi colmatada – contratou-se o jovem croata Tomislav Strkalj, uma incógnita porque ainda só fez esta pré-época –, houve mais saídas de jogadores importantes, tais como: Fábio Coentrão, Rúben Semedo, Gelson Dala, Wenderson Galeno e Léo Jardim. Para o lugar de Coentrão, já chegou Pedro Amaral (proveniente do Benfica B), Junio – titular indiscutível na lateral direita – ficou a título definitivo e Pawel Kieszek (ex-FCPorto), experiente guarda-redes polaco que já conhece bem o campeonato português, vem para fazer esquecer Léo Jardim, um dos melhores de 2018/19, que deu o encaixe financeiro mais importante ao Rio Ave FC neste defeso: seis milhões de euros.

    Rio Ave Sub-23
    Fonte: Rio Ave FC

    É certo que a procissão ainda vai no adro, mas até agora ainda mais ninguém chegou. Não duvido que ainda vá acontecer alguma entrada importante, talvez até por empréstimo de algum dos grandes, mas Carlos Carvalhal parece querer apostar na juventude da equipa de Sub-23. Na Liga Revelação de 2018/19, os vila-condenses terminaram a fase “regular” do campeonato em primeiro lugar, à frente de SL Benfica e Sporting CP. Depois acabariam por não vencer no play-off de apuramento do campeão, mas o “sumo” que se pode extrair desta questão é que a formação do Rio Ave está bem e recomenda-se!

    Para já, na pré-época, a jovem equipa que o ex-timoneiro do Swansea e do Sheffield Wednesday está a construir conta com a presença de Costinha (lateral direito), Carlos Alves (guarda-redes), Joca (médio), Vitó (médio), Leandro (avançado) Zé Domingos (avançado), e Jaime Pinto (avançado). Nada mais, nada menos que sete jogadores que subiram de escalão! Ronan David e Murilo Oliveira, ambos avançados, já foram aparecendo na “equipa A” durante o ano passado, mas foram muito pouco utilizados, daí não os incluir nestas contas.

    Se vão ficar no plantel principal ou não, apenas o futuro o dirá. Neste momento, o que estes números nos dizem é que a aposta na formação não é apenas um “cliché” do futebol moderno e o seu lado mais “romântico”, mas sim uma realidade a que cada vez mais equipas continuam a recorrer para conciliar com algumas contratações cirúrgicas, poupando no investimento e procurando potenciar talento.

    Foto de Capa: Rio Ave FC

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    Carlos Ribeiro
    Carlos Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
    Com licenciatura e mestrado em Jornalismo, Comunicação e Cultura, o Carlos é natural de um distrito que, já há muitos anos, não tem clubes de futebol ao mais alto nível: Portalegre. Porém, essa particularidade não o impede de ser um “viciado” na modalidade, que no âmbito nacional, quer no âmbito internacional. Adepto incondicional do Sport Lisboa e Benfica desde que se lembra de gostar do “desporto-rei”.                                                                                                                                                 O Carlos escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.