TRIBUNA VIP é um espaço do BnR dedicado à opinião de cronistas de referência para escreverem sobre os diversos temas da atualidade desportiva.
Imaginem este cenário. E não se esqueçam da palavra-chave: imaginem.
Recuamos até ao início de maio. Estamos em fase decisiva do campeonato. O Sporting é líder, mas ainda não ganhou o campeonato. A luta nos restantes lugares é intensa. FC Porto e Benfica perseguem os leões. O SC Braga surge um pouco atrás, logo seguido do Paços de Ferreira.
Surge uma notícia de última hora. Rúben Amorim é o novo selecionador português! A pensar já na próxima época, e em questão de dias, Frederico Varandas contrata, nada mais nada menos do que Sérgio Conceição, o treinador do maior rival nessa época. Mas ninguém cria qualquer polémica. Porque, claro, Sérgio Conceição nunca iria perder de propósito. Nos poucos jogos que faltariam, tentaria vencê-los e, quem sabe, roubar o título ao favorito Sporting.
Enquanto isto acontece, Luís Filipe Vieira também não está satisfeito com os resultados de Jorge Jesus e decide anunciar a saída do técnico no final do ano. O sucessor será Pepa, treinador do Paços de Ferreira, que nessa mesma altura está a apenas três pontos de diferença do Benfica. Mas ninguém cria polémicas. Porque, claro, Pepa nunca iria perder de propósito. Nos poucos jogos que faltariam, tentaria vencê-los e, quem sabe, ultrapassar o superior Benfica.
E além de tudo isto, a fazer uma época acima das expetativas, António Salvador também decide anunciar a rescisão de contrato de Carlos Carvalhal no final da época, embora não anuncie quem será o substituto. Mas ninguém cria polémicas. Porque, claro, Carvalhal nunca iria perder de propósito. Nos poucos jogos que faltariam, tentaria vencê-los e, quem sabe, ultrapassar os três grandes ou, pelo menos, manter a vantagem para o Paços de Ferreira.
Bom, vocês percebem. Que salganhada que para aqui vai. Os debates televisivos que não iriam existir. A desconfiança dos adeptos. Os dirigentes, esses todos poderosos, a fazerem os seus famosos juízos de valor.
Agora, vamos fazer um pequeno jogo. Vamos pegar nessa história escrita em cima, (completamente inventada, atenção!) e substituir nomes:
Sporting CP e Rúben Amorim = FC Bayern Munique e Hansi Flick
FC Porto e Sérgio Conceição = RB Leipzig e Julian Nagelsmann
SL Benfica e Jorge Jesus = BVB Dortmund e Edin Terzic
FC Paços de Ferreira e Pepa = Borussia Monchengladbach e Marco Rose
SC Braga e Carlos Carvalhal = Eintracht Frankfurt e Adi Hutter
E já está. Como por magia. Não é que a história (completamente inventada, atenção!) afinal se tornou realidade. Que bom seria podermos vivê-la aqui, não é?
Artigo de opinião de Ricardo Rampazzo,
narrador ELEVEN
Artigo revisto por Joana Mendes