Os tempos não são fáceis na cidade berço, mas se existe clube e massa associativa com capacidade para reverter a situação é o Vitoria SC e os seus adeptos.
O clube atravessa um período complicado, em termos financeiros, e toda a restruturação, colocada em marcha por esta direção, tem como base criar condições para que o futuro seja estável financeiramente. Algumas decisões não foram fáceis de tomar como, por exemplo, terminar com a equipa de sub-23, mas parece-me uma decisão perfeitamente justificada, até porque, existe uma equipa B para dar continuidade ao crescimento dos atletas saídos da formação.
Apostar na formação é uma das soluções para sair do “aperto financeiro” e isso tem sido feito com critério, até porque a qualidade desses jovens é inegável. Alguns deles são já peças fundamentais no onze do Vitória e outros foram transferidos por valores avultados, fundamentais para o clube, como foram os casos de André Amaro e Ibrahima Bamba.
O mercado de aquisições do Vitória foi ele também muito criterioso, quer desportivamente, quer financeiramente. Chegaram ao clube, até ao momento, sete jogadores sendo que quatro deles a custo zero (Tomás Ribeiro, Nuno Santos, Charles Siva e João Mendes) e, todos eles, com valor para acrescentar qualidade e profundidade ao plantel. Os outros três jogadores (Butzke, Mangas e Telmo Arcanjo) foram adquiridos por valores relativamente residuais e, por exemplo, Mangas será, não tenho duvidas, uma tremenda mais-valia.
A eliminação precoce das competições europeias e, consequentemente, saída de Moreno são um duro revés para a restante época e para todo o projeto. A direção tentou segurar o treinador e até fez o convite a João Aroso para passar a ser o treinador principal, mas ambos preferiram abandonar o clube. A escolha para substituir Moreno é, no mínimo, surpreendente e recaiu no brasileiro, ex-jogador do clube, Paulo Turra. Não consigo ter uma opinião formada sobre esta escolha até porque Paulo Turra só, recentemente, deixou o cargo de treinador-adjunto e passou a desempenhar funções de treinador principal.
O trabalho tem, na minha opinião, sido bem feito e os alicerces vão sendo construídos para o Vitoria SC ser mais forte e consistente num futuro próximo. E o futebol português bem precisa de um Vitoria SC forte!