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Ricardo Esgaio – Será um dos casos mais flagrantes do fenómeno de que este artigo trata. Formado no Sporting CP, aonde chegou com 12 anos e onde jogou outros 12, Esgaio começou por jogar em terrenos mais avançados, a extremo-direito, o que lhe concedia uma veia goleadora bem acima da média para a posição que ocupava. Com o passar do tempo (e como acontece nos ditos clubes grandes, onde quando falta um lateral, adapta-se um extremo), foi recuando no terreno, passando a jogar maioritariamente como lateral-direito e ganhando assim uma voz de liderança na equipa, envergando a braçadeira de capitão. Ainda assim, nunca foi uma verdadeira aposta na equipa principal do Sporting, e ao sentir que precisava de minutos para completar a sua aprendizagem como jogador, saiu para o SC Braga, em 2017/2018 e desde aí, tornou-se peça fundamental para os guerreiros; aprimorou as capacidades defensivas e de entreajuda, tornou-se mais esclarecido, mais estável, tornou-se em última análise melhor jogador. Isso não seria possível, caso tivesse continuado no seu clube de formação, sem os minutos e a experiência que os guerreiros lhe ofereceram. Ainda bem que Esgaio soube dar ouvidos ao velho ditado: “quem não arrisca, não petisca”.