No distrito de Aveiro, em Santa Maria da Feira, mora uma equipa extremamente moralizada com um passado recente de resultados que tem surpreendido tudo e todos.
Os azuis da feira, que nas últimas duas temporadas já conheceram vários treinadores, têm conseguido encontrar o caminho para a estabilização e sobretudo para garantir a permanência na primeira liga. Esse caminho tem sido feito junto dos seus adeptos, mas não só. Em Santa Maria da Feira há um Manta –sim, não é uma manta mas um- que tem feito os fogaceiros acreditar que é possível fazer-se muito com pouco. Mas já lá vamos.
O Feirense é uma equipa que não tem grande tradição na primeira liga. A equipa conta com 5 participações na primeira liga, sendo que a melhor classificação na primeira liga da equipa de Santa Maria da Feira, data de 1962 com um 14º lugar alcançado. O Feirense já tinha participado na primeira liga, há não muito tempo atrás. Em 2011/2012, com Quim Machado e depois Henrique Nunes no comando da equipa, o Feirense não conseguiu evitar a descida de divisão, ficando atrás do Rio Ave a quatro pontos de distância do sonho da manutenção. A partir daí, e já na segunda divisão ,o objetivo dos fogaceiros foi o de cimentar as bases da equipa, através da formação e da contratação consciente de novos ativos, para depois voltar a pensar na subida de divisão. Depois de três temporadas em que a equipa nunca se conseguiu aproximar muito dos lugares da subida, a equipa investiu num plantel mais forte e no jovem Pepa para treinar a equipa, na temporada passada. O objetivo foi concluído com sucesso, primeiro com Pepa e depois com José Mota a garantirem a subida através de um terceiro lugar, num ano em que Rodrigo Nunes, homem que já se encontrava na estrutura do Feirense, se estreou como Presidente do clube.
Nesta temporada, a equipa acabou por mexer no plantel contratando alguns jogadores com maior experiência de primeira liga, como: Peçanha, Paulo Monteiro, Babanco, Jean Sonny, Tiago Silva, Ricardo Dias, Luis Aurélio, Pelé. A ideia consistia em juntar elementos com maior rodagem com jogadores jovens com espaço para crescer, casos de Etebo e Fabinho, por exemplo. O início da temporada até não correu mal. Apesar da dificuldade perante certas equipas, o Feirense ia conseguindo somar os seus pontos e estava a ser, a par do Chaves, uma das boas surpresas do campeonato. O pior veio depois, com a equipa fogaceira a somar nove jogos consecutivos sem vitórias.
Foram nove jogos em que para além da equipa não ter apresentado resultados, jogou-se um mau futebol. A equipa estava desencontrada, como se de uma manta de retalhos se tratasse, os jogadores encontravam-se cansados, sem opções e a posição na tabela classificativa começava a assustar os azuis da feira. A verdade é que a direção não quis esperar muito mais, deu-se o despedimento de José Mota, um dos treinadores mais experientes da primeira liga e a aposta, recaiu em Nuno Manta Santos, um jovem que já estava na casa dos fogaceiros desde 2010, alternando as funções de técnico adjunto com as de treinador dos júniores.