CD Tondela 3-1 Boavista FC: Tondelenses “afundam” boavisteiros reduzidos a nove

    A CRÓNICA: EXPULSÕES (JUSTAS) CONDICIONAM RUMO DO JOGO

    A noite gélida de Tondela foi palco do encontro entre o clube local e o Boavista FC, a contar para a jornada 14 da Liga Portuguesa. À entrada para a partida, o CD Tondela registou diversos casos positivos de Covid-19, o que desfalcou o plantel às ordens de Pako Ayestarán. Já do outro lado, Jesualdo Ferreira e os seus pupilos queriam quebrar o ciclo de sete jogos oficiais sem vencer.

    Dentro dos primeiros dez minutos de jogo, duas hipóteses de golo (uma para cada lado) mostraram as intenções das equipas para esta partida: controlar o jogo e marcar rapidamente. Contudo, a expulsão de Denish, central dos boavisteiros, logo aos 11 minutos, condicionou a equipa da cidade do Porto e todo o plano que tinham delineado para esta partida.

    Apesar da inferioridade numérica, e de forma surpreendente, foi a equipa do Boavista que começou a pegar no jogo e acercar-se mais da baliza tondelense. No entanto, ao minuto 22, João Pedro desferiu um potente remate que bateu Léo Jardim e só foi parado pelo poste. Tentava o Tondela puxar para si o ascendente no jogo.

    Em cima da meia hora de jogo, novo lance capital na partida: Murillo, na cara da baliza adversária, envia o remate ao lado, mas o árbitro entende que foi puxado por Chidozie e, por isso, marca grande penalidade e expulsa o central do Boavista. Segunda expulsão para os boavisteiros, que assim ficaram a jogar sem nenhum dos centrais titulares. Se o jogo já estava caricato, a cobrança do penálti veio “ajudar à festa”: Enzo Martínez escorregou no momento da marcação e, apesar de ter colocado o esférico na baliza, deu dois toques na bola. Assim, o golo foi invalidado e, no momento, permaneceu o 0-0.

    Ainda antes do intervalo, o CD Tondela aproveitou a superioridade numérica e, num jogo que começaram a controlar, abriram o marcador. Um cabeceamento fantástico de Mario González não deu qualquer hipótese a Léo Jardim e, apesar do voo do guarda-redes brasileiro, a bola só parou no fundo da rede. Vantagem de 1-0 para os tondelenses, que permaneceu até ao intervalo.

    No segundo tempo, o primeiro ameaço foi do Tondela, mas o cabeceamento de Bebeto esbarrou em Léo Jardim. Na jogada seguinte, ao minuto 56, a enorme passividade da defensiva do Boavista no lance saiu-lhes caro, pois Salvador Agra aproveitou uma sobra e aumentou a vantagem para 2-0.

    Quando se esperava uma “arrancada” dos tondelenses para a goleada, o Boavista reagiu e reduziu a diferença no marcador. Um bom trabalho de Elis na ala direita deu origem a um cruzamento tenso e rasteiro, permitindo a emenda à boca da baliza por parte de Ricardo Mangas, que fez o 2-1.

    Apesar do golo sofrido, o Tondela continuou a fazer-se valer da superioridade numérica e controlou a posse de bola. Perante uma defesa do Boavista que começava a organizar-se melhor, também o ataque tondelense precisou de mais critério para criar hipóteses de finalização. Tirando um remate perigoso de Murillo, essas hipóteses tardavam em aparecer. Contudo, ao minuto 86, Salvador Agra aproveitou um bom cruzamento de Bebeto e aumentou a vantagem para 3-1, fazendo o segundo da conta pessoal. Estava colocado o ponto final no resultado.

    Apesar das baixas, o CD Tondela venceu e soma agora 15 pontos, subindo provisoriamente ao sétimo lugar da Primeira Liga. Já o Boavista, aumenta a série de jogos sem vencer para oito jogos e afundam-se na tabela, caindo para a última posição.

     

    A FIGURA

    Salvador Agra – Dois golos coroaram uma exibição de luxo do extremo tondelense. Muito forte no um para um, ao seu estilo, brilhou hoje pela finalização, dando conforto e a segurança final à sua equipa.

    O FORA DE JOGO

    Centrais do Boavista FC – As duas expulsões condicionaram o jogo e os maiores responsáveis são os jogadores expulsos. Depois do Boavista estar reduzido a nove jogadores, a tarefa de levar pontos de Tondela tornou-se numa missão impossível.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA

    Dispostos em 3-4-3, os tondelenses ficaram com a vida facilitada pelas duas expulsões no adversário. Tentando sempre aproveitar a superioridade numérica, foi pelos flancos (sobretudo o esquerdo, com Kacef e Agra) que disferiram ataques velozes, sempre com os olhos na baliza do Boavista. No centro do terreno, Pedro Augusto e João Pedro combinaram os papeis de destrutor e construtor de jogo (respetivamente), lançando-se na frente Mario González, em “superforma”.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Babacar Niasse (6)

    Bebeto (6)

    Yohan Tavares (6)

    Abdel Medioub (6)

    Enzo Martínez (6)

    Mohamed Kacef (6)

    Pedro Augusto (6)

    João Pedro (6)

    Salvador Agra (8)

    Jhon Murillo (6)

    Mario González (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Souley (6)

    João Mendes (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – BOAVISTA FC

    O plano inicial apresentava um 4-2-3-1 que poderia alternar com o 4-3-3 (dependendo do posicionamento de Nuno Santos). Contudo, o esquema foi alterado para um 4-3-2 e, posteriormente, para 4-3-1, devido às expulsões dos dois centrais. A equipa tentou resistir ao máximo, mas a inferioridade numérica não o permitiu. Na frente, Elis teve um papel ingrato, sempre muito sozinho (tirando as raras vezes em que Angel Gomes se pode adiantar). Atrás, Javi García e Porozo não tiveram mãos a medir perante as constantes investidas tondelenses. Jogo muito difícil.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Léo Jardim (5)

    Reggie Cannon (5)

    Chidozie Awaziem (3)

    Cristian Devenish (3)

    Ricardo Mangas (6)

    Javi García (5)

    Paulinho (5)

    Gustavo Sauer (5)

    Angel Gomes (5)

    Nuno Santos (5)

    Alberth Elis (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Jackson Porozo (5)

    Show (5)

    Nathan de Araújo (5)

    Yanis Hamache (5)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    CD Tondela

    BnR: A partir de certa altura, começámos a ver o Enzo Martínez mais como um médio defensivo do que como terceiro central. Com esta mudança, pretendeu dar mais liberdade ofensiva ao João Pedro e, com isso, aproveitar melhor a superioridade numérica?

    Pako Ayestarán: Queríamos manter a largura e por vezes sobrava sempre um central, por isso decidi colocar o Enzo como “seis” porque tem um bom trato da bola e foi uma maneira de envolver ainda mais a equipa no ataque.

    Boavista FC

    BnR: O mister falou que faltava estabilidade, o que é preciso para que surja essa estabilidade no plantel?

    Jesualdo Ferreira: Este plantel é constituído por jogadores com grande potencial, mas para entrar numa boa onda de resultados falta-nos ganhar. Podemos dizer o que quisermos, mas só assim vamos conseguir chegar a uma onda de vitórias.

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    Alexandre Candeias
    Alexandre Candeiashttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde sempre, tem o hábito de escrever sobre o desporto rei desde os tempos da escola primária, onde o tema das composições de Português nunca fugia da bola.