O contexto atual do ranking UEFA no que toca aos coeficientes de associação
– O reinado espanhol:
Nos últimos anos, tem-se assistido a uma clara tendência de dominação por parte de clubes espanhóis. O historial referente às oito passadas edições das duas principais competições de clubes a nível europeu (UEFA Champions League e UEFA Europa League) é, de resto, elucidativo: num total de 16 finais realizadas, somente, cinco – duas da Liga dos Campeões e três da Liga Europa – não foram ganhas por emblemas do país vizinho.
Talvez por isso, nas derradeiras quatro temporadas, só por uma ocasião (em 2017/2018, quando foi ultrapassada por Inglaterra), Espanha não obteve o maior número de pontos no ranking UEFA relativo ao coeficiente de países, o que lhe permitiu permanecer na liderança do mesmo, com um total (à data de 25 de outubro de 2018) de 90 426 pontos, conservando uma (confortável) vantagem de 21 964 sobre Inglaterra, o atual segundo classificado, e possuindo mais 21 986 pontos que Itália, presentemente na terceira posição.
Ora, consequentemente, nações como França, cuja seleção A detém o título de campeã do Mundo, ou Portugal, que ostenta o título europeu de seleções A, surgem em segundo plano.
A realidade nacional
A prestação lusitana nas competições europeias já conheceu dias melhores, ao longo da última década, e isso reflete-se no atual sétimo lugar – ranking de coeficientes de associação – ocupado, desde 2017, por Portugal e que permite que, apenas, cinco clubes nacionais participem, a partir da presente época (inclusive), nas duas principais provas do Velho Continente.
Na presente temporada, duas dessas equipas já foram eliminadas – casos de SC Braga e Rio Ave FC, o que faz com que os destinos da nação estejam nas mãos de três clubes, FC Porto, SL Benfica e Sporting CP. Neste sentido, estes três clubes, apesar de rivais a nível interno, nunca o poderão ser assim entendidos no contexto europeu.
Um bom exemplo disso, é o facto de clubes como o CS Marítimo, Vitória SC ou, até mesmo, o Rio Ave FC estarem a ocupar um lugar superior no coeficiente a dez anos (o que determina a distribuição de receitas), por conta do critério alternativo de cálculo que tem em conta o total de pontos obtidos pelo país.
Ideia lapidar: Torna-se, pois, atendendo à relação de interdependência existente, necessário apelar a que nas competições europeias os adeptos portugueses tenham um só clube – Portugal -, visto que, como já se viu, o sucesso (ou insucesso) de um é o sucesso de todos.
Foto de Capa: UEFA