Do amor que ganhou ao Vitória SC ao respeito que deixou em Estugarda, Fernando Meira tem um passado de respeito no futebol nacional e internacional. Apesar do passado por grandes clubes europeus, fica na memória o magnífico Mundial de 2006, que terminou nas meias-finais aos pés dos rivais franceses. Nada que apague uma campanha de sonho na qual Fernando Meira foi titular. Um defesa que começou a médio e que hoje, apesar de dar cartas no mundo do agenciamento desportivo, guarda um sonho que ainda vai bem a tempo de ser realizado…
– A aposta de Quinito e o amor pelo Vitória SC –
«O meu grande sonho teria sido o de terminar a carreira no Vitória.
É o clube do meu coração».
Bola na Rede: Fernando, começas por dar os primeiros passos em Guimarães e a tua “explosão” dá-se com Quinito em 1999/2000. Foi um treinador que marcou a tua carreira?
Fernando Meira: Sim, claro que o Quinito marcou muito a minha carreira. É um treinador apaixonado pela forma mais simples de se jogar futebol. Vê o futebol de uma forma completamente diferente dos outros treinadores porque é um treinador muito ligado ao que é a paixão pelo desporto e aquilo que é a simplicidade do futebol. E sabe motivar e ter uma relação com os jogadores como ninguém. Foi o treinador que mais me valorizou. Ainda eu estava no Felgueiras, emprestado pelo Vitória SC, na Segunda Liga, e o Quinito ligou-me e disse-me: “Fernando, tu vais ser o meu capitão para o ano. E vais jogar a central“. E eu que tinha 19 anos e nunca tinha jogado sequer a defesa central, teve muito valor para mim. Deu-me muita confiança e muito ânimo e acabo por depois fazer uma época fantástica no Vitória, de onde depois saio para o Benfica.
BnR: Desejavas ter voltado ao Vitória SC, já no final da tua carreira?
FM: O meu grande sonho teria sido o de terminar a carreira no Vitória. É o clube do meu coração e o clube que mais admiro. Sempre fui vitoriano e sempre serei vitoriano a minha vida toda. Teria sido a cereja no topo do bolo, mas infelizmente não foi possível. Mas as pessoas que estavam no clube, na altura, não conseguiram reunir condições para que isso acontecesse. O problema até não era uma questão de valores, mas sim uma questão de ser bem aceite pelas pessoas que estavam à frente da direção. Infelizmente, isso não aconteceu.
BnR: Gostavas de integrar a estrutura do Vitória no futuro?
FM: Claro que gostava de integrar uma futura estrutura do Vitória. Veria isso com bons olhos, é o clube da minha cidade, é o clube pelo qual eu mais sofro. Portanto, se fosse um projeto bem estruturado e consolidado, claro que diria que sim.
BnR: Sobre o Vitória atual, agora sem Luís Castro, mas com Ivo Vieira, acreditas que pode ter uma temporada positiva?
FM: Mesmo apesar de termos perdido o Luís Castro, que acabou por fazer um bom trabalho, acredito que com o Ivo (Vieira) e alguns reforços, esta crise diretiva não se vai refletir no desempenho desportivo da equipa e acho que o Vitória pode fazer uma época melhor do que a que fez no ano passado.