Mais estranho ainda – ou não – é a forma como se dão a conhecer estes negócios. Após uma breve pesquisa pelo site oficial e página de Facebook do Benfica, percebe-se que nenhuma destas duas transferências foi comunicada ou anunciada pelos encarnados. Nos dois casos, as transferências foram partilhadas pelos agentes com a comunicação social ou nas redes sociais, num espírito de secretismo preocupante.
Este é, desde já, um dos pontos contraditórios quanto a esta situação. Enquanto que os clubes executantes destas estratégias proclamam que nada de errado existe nestes processos, tudo aquilo que fazem está envolto em nevoeiro, sem transparência e sem qualquer informação dada. Eu próprio, para escrever este artigo, achei enormes dificuldades para encontrar informação clara e oficial, tendo de me reunir com os vários redatores da secção para que pudéssemos, juntos, encontrar dados mais fiáveis.
Todo este clima de secretismo é já habitual em alguns aspetos do nosso campeonato, algo lamentável e que não se verifica noutras ligas. Durante a longa pesquisa que efetuei, encontrei algo que seria inédito por cá: o site oficial do Chelsea possui uma página exclusiva com a lista de jogadores emprestados atualizada, juntamente com um pequeno perfil de cada um. A isto, eu chamo profissionalismo e transparência, coisa que pelo nosso campeonato não parece ser muito apreciada.
Se lhe perguntar quem são alguns dos jogadores emprestados pelo seu clube, talvez não conheça grande parte. Sabe quem é Mauro Caballero? E Leonardo Natel? Se perguntar igualmente quantos jogadores estão emprestados pelo seu clube, provavelmente não me sabe responder. Os dados encontrados online são pouco fiáveis e inconsistentes: no Benfica fala-se de 41 jogadores num lado, noutro fala-se de 26; no FC Porto encontramos 32 jogadores emprestados que rapidamente passam a ser 38; no Sporting não se sabe se são 28 ou se 24 jogadores. O que se sabe é que ninguém sabe nada.