O defeso é apenas uma palavra

    Estamos no defeso… E, fora a, ainda não confirmada, mediática transferência do jovem João Félix para o Atlético Madrid, apenas mais alguns actos avulsos têm agitado o mercado.

    Aliás, até ao momento temos assistido mais a processos de intenções do que à concretização das mesmas, como até a “novela Félix” demonstra.

    Nada, contudo, a que não estejamos habituados neste “rectângulo à beira mar plantado”. Assim, fruto do nosso carácter, ou das debilidades financeiras dos nossos clubes, seguimos aquela máxima: “Os melhores negócios fazem-se no fim”… Como se pudéssemos esquecer que “no fim da feira o material está sempre escolhido e sobram os restos de colecção.”

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Aliás, onde a efervescência parece ser maior é mesmo onde a Lusa Pátria nasceu, e continuamos sem falar em aquisições. O Vitória SC está a braços com um novo processo eleitoral, em que participam três candidatos, o que deixa antever um combate digno das presidenciais de 1986… Aguardamos, pois, o veredicto inapelável do povo para saber quem é fixe! Além disso, será o primeiro clube a entrar em competição… Cinco dias depois de ser entronizado o novo “Senhor do Castelo.”

    A 20 quilómetros, porém, dá-se outro grito de insurreição quanto aos poderes instalados. Os nomes de Rolando, André Horta e Eduardo serão, talvez, os mais cintilantes deste início de defeso. Aliás, o futebol funciona como qualquer sector da vida… O regresso do emigrante, qual filho pródigo, só pode significar um progresso, seja ele civilizacional, educacional, ou ao nível do trabalho. Neste caso, deverá passar, também, pela responsabilização de Abel quanto à aproximação dos três emblemas mais titulados do futebol português. Contudo, felizmente, por estes dias, ainda há futebol jogado… E do bom!

    Desde logo, na América, descoberta a meias por Colombo e por Pedro Álvares Cabral. Uma Copa América em terras canarinhas e com as crónicas e históricas selecções da Argentina e do Brasil a desiludirem.

    Quem diria que Messi seria incapaz de catapultar a equipa das Pampas a um apuramento tranquilo frente a Colômbia, Paraguai e Qatar? Porém, o comportamento do Mago do Barcelona perante a selecção assemelha-se a um namoro de adolescência… Por vezes apaixonado, mas tantas vezes turbulento e votado ao silêncio, sempre com a ruptura final a ser equacionada.

    Fonte: AFA

    Mas não se pense que a eterna rival canarinha possa rir-se da sorte da eterna rival. Ainda que tenha batido a Bolívia tranquilamente, a incapacidade de bater uma Venezuela, liderada por um superlativo Osório a candidatar-se ao posto deixado vago por Militão, demonstrou insuficiências que Tite tarda em resolver.

    Salva-se o pragmatismo colombiano, a raça uruguaia, numa prova que, qualitativamente, volta a deixar a desejar. Aliás, as bancadas vazias e as fracas audiências televisivas obtidas confirmam esses factos.

    No velho Continente, duas provas prendem-nos a atenção.

    Em Itália, o Europeu sub-21. Ainda que a prova esteja numa fase embrionária, a verdade é que duas favoritas já se encontram encharcadas em dúvidas. Falamos da anfitriã Itália – com nomes como Meret, Chiesa, Kean ou Barella (todos internacionais AA), entre outros- e da Espanha, que se arrisca a falhar o apuramento para as meias finais e… Concomitantemente a ida aos Jogos Olímpicos.

    Em França, as senhoras dão espectáculo. É revigorante descobrirmos novos nomes no futebol. Conhecer histórias como a da norueguesa Ada Hegerbeg e as razões que a levaram a não participar na prova. A luta da brasileira Marta pela igualdade. A Mini-Messi inglesa, Fran Kirby, dona de um pé esquerdo de encantar. A loucura italiana por Barbara Bonansea, a impulsionadora da boa carreira das Azurre. E tantas outras, que merecem ser conhecidas, em jogos de estádio cheio e de alma ainda mais preenchida…

    Por fim, the last but not the least… A Taça de África que começou recentemente no Egipto. Perfumes inebriantes de futebol, uma mescla de rebeldia, de feitiçaria, com a cientificidade europeia em espectáculos imprevisíveis, onde, em segundos, se passa do fantástico ao aterrador…

    Afinal, o defeso é, apenas, uma palavra!

     

     

    Foto de Capa: Real Madrid CF
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