O futuro do projeto
A descida de divisão não é unicamente um contratempo desportivo e a quebra nas receitas das transmissões televisivas será, só por si, um forte rombo nas finanças alvinegras. De facto, em relação à época que agora termina, o Nacional vai perder só nos direitos das transmissões a quantia de 3 milhões de euros, passando a auferir apenas 500 mil. A juntar ao acentuado corte estarão ainda as quebras dos valores referentes a receitas de publicidade e bilheteira, o que tudo conjugado contribuirá para uma nova realidade para um clube que chegou a ter em 2009 um orçamento de 11 milhões de euros. As previsíveis dificuldades financeiras poderão mesmo comprometer as hipóteses de subida a médio prazo, pelo que é extremamente importante para o clube conseguir regressar ao principal escalão o mais rapidamente possível. Assim, a direção prepara-se para construir uma equipa capaz de alcançar a subida já no próximo ano, pese embora a forte oposição que encontrará na sempre competitiva Segunda Liga.
Sabendo de antemão que apenas um lote muito restrito de atletas transitará para a nova temporada, o Nacional deverá recrutar vários novos jogadores e irá também apostar no regresso de emprestados e jovens da formação, como Rodrigo Alírio, Diogo Coelho, Edgar Abreu ou João Camacho. Também o treinador poderá ser um velho conhecido, sendo Ivo Vieira o nome mais desejado. Rui Alves tem por hábito entregar os comandos da equipa a treinadores da sua confiança e o madeirense, além de ter vestido apenas a camisola alvinegra durante a carreira de jogador, também orientou o Nacional em várias ocasiões no passado. O bom trabalho desenvolvido no Marítimo e mais recentemente no Aves é um ponto a favor de Ivo, tal como é a experiência e conhecimento da Segunda Liga. O treinador de 41 anos já admitiu, contudo, ter várias propostas em carteira, e deverá optar pelo projeto que ofereça mais garantias de subida, pelo que Rui Alves terá de se esforçar para satisfazer as exigências do antigo lateral esquerdo.
Foto de Capa: CD Nacional