Algures do Sudeste do Reino Unido, a meio caminho entre Londres e Oxford, veio uma proposta à Cidade de Berço. O Reading FC, que disputa o Championship, fez uma abordagem ao treinador do Vitória Sport Clube – Luís Castro – para este vir treinar os também conhecidos como “the royals”.
Muito se falou, muita tinta correu sobre este assunto, muitos já davam a sua saída como certa. Até já se apontavam possíveis sucessores para o comando da equipa vitoriana, mas a verdade é que a decisão de Luís Castro foi mesmo a de permanecer no Vitória de Guimarães.
Analisemos o passado recente da equipa vimaranense. Depois de uma época não tão bem conseguida por parte de Pedro Martins e de toda a sua equipa o ano passado, onde o Vitória acabou num modesto 9.º lugar, esta primeira volta daquela que é a época 2018/2019 não está a correr mal às aspirações de Luís Castro e de toda a sua equipa. O Vitória encontra-se, neste momento, na 5.ª posição da tabela classificativa a apenas cinco pontos do SL Benfica.
Reading seria o passo certo?
O peso da questão pautou-se pelo compromisso para com os adeptos e toda a instituição do Vitória. E, sejamos sinceros, apesar de a realidade do campeonato inglês (quer no primeiro, quer no segundo escalão) ser bastante diferente da nossa, esta possível ida do treinador para o Reading iria ser um autêntico tiro no escuro.
Os “The Royals” encontram-se na 22.ª posição, ou seja, no antepenúltimo lugar da tabela classificativa. Volto a dizer: bem sei que a realidade do futebol inglês é bem distinta da nossa. Também sei que um clube de segundo escalão é capaz de ter uma influência económica e desportiva bem maior do que um clube português mais modesto, mas que, mesmo assim, pertença ao escalão principal. Contudo, acho que o risco era demasiado grande. Ainda para mais quando as coisas no Vitória até estão a correr bem. Sempre ouvi dizer que em equipa que ganha não se mexe. Será que essa máxima pode ser também utilizada quanto à realidade de um treinador? Parece-me que sim.
O Vitória é um grande clube, com uma massa associativa de louvar. Amam o clube da sua cidade e vêem-no como o melhor de Portugal. E é mesmo assim que tem de ser, não é verdade? A paixão dos adeptos vimaranenses contagia qualquer um e quando um treinador sente esse mesmo apoio torna-se tudo muito mais fácil.
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Acredito que o ambiente que se vive nas bancadas e mesmo dentro do clube deve ter sido o ponto-chave nesta decisão, porque, sejamos sinceros: se fosse por questões monetárias, provavelmente Luís Castro estaria a fazer as suas malas para Inglaterra neste preciso momento. Não foi e ainda bem. Na minha opinião, terá tempo para embarcar em novas aventuras fora de Portugal, mas não nesta altura. Não quando as coisas por aqui até estão a correr bem.
Foto de Capa: Vitória SC
Artigo revisto por: Rita Asseiceiro