«Se outros treinadores cometessem os erros que Jorge Jesus já cometeu, já estariam na rua» – Entrevista BnR com Carlos Azenha

    «O Jorge Jesus achou, na altura, que tínhamos tido uma atitude menos correta, pouco solidária, e “disparatou” [acusou Carlos Azenha de “traidor”] um pouco. Mas isso é “à Jorge Jesus”, não é? Não pensa antes de dizer as coisas e tem dificuldade em assumir os próprios erros»

    Bola na Rede: Já refletimos um bocadinho sobre o futebol, mas vamos falar agora do Carlos Azenha. Começaste muito novo como treinador. Como surgiu esta paixão?

    Carlos Azenha: Eu jogava, não é? Quando cheguei a júnior, tive a opção de continuar a carreira nos seniores ou de dedicar-me aos estudos. Como os meus pezinhos eram fracos, optei pelos estudos e comecei a dedicar-me ao futebol. Tive o privilégio de conhecer algumas pessoas importantes, com quem tive sempre a preocupação de estagiar e aprender. O meu objetivo foi sempre esse: aprender com os melhores. Um dos primeiros treinadores com quem tive oportunidade de estagiar foi, de facto, um dos melhores. Quando falamos de mind games, e se tivermos de recuar 30 anos, temos de falar de um senhor chamado Joaquim Meirim. Um indivíduo que nunca foi jogador, nunca foi professor e era um grande treinador. Uma capacidade de argumentação, de motivação, de convencer os jogadores a fazerem algo… Tive essa oportunidade e foi uma das pessoas que me ensinou bastante. Depois, comecei a minha carreira como treinador adjunto nos juniores do Sacavenense, com o mister José Albuquerque, foi ele que me convidou. Depois, passei para o futebol sénior pela mão do Francisco Barão, como adjunto no Oriental. Mas como sempre quis aprender mais, fui estagiar para o Belenenses, quando o Abel Braga era o treinador. Estive lá a estagiar dois meses e, no final desse período, o Abel Braga convidou-me para integrar a equipa técnica. Só que, nessa semana, ele foi despedido. O já falecido José António e o Minervino Pietra, foram chamados e também me chamaram. Foi essa a minha primeira experiência no futebol profissional. E depois disso ainda quis aprender mais e fui estagiar com o Valeriy Lobanovskiy, com o Arrigo Sacchi, com o Van Gaal…

    Bola na Rede: Estagiaste com grandes nomes do futebol mundial e colaboraste com vários treinadores. Mas por que razão nunca te fixaste numa equipa técnica?

    Carlos Azenha: O que eu sempre quis foi aprender com os melhores. Sempre tive essa preocupação de tentar saber mais. Posso dar-te o exemplo do Van Gaal. Escrevi-lhe uma carta para tentar um estágio quando ele estava no AZ Alkmaar. Mas o AZ Alkmmar nunca me respondeu. Eu tinha lá um amigo no clube, que depois até foi meu adjunto, o Cláudio Braga, e disse-lhe: “– Oh Cláudio, eles nem me responderam”. Ele respondeu-me: “– Vem para cá que, pelo menos, dá para ver os treinos”. Eu peguei na minha mala e fui para a Holanda. Cheguei lá, ao treino do AZ Alkmaar, os adjuntos do Van Gaal passaram por mim e perguntei-lhes: “– O mister Van Gaal está?”. “– Está, mas é difícil falar com ele.”. “– Mas ele vai passar por aqui?”, perguntei. “– Sim, Vai.”. E fiquei ali à espera. Quando o Van Gaal passou disse-lhe: “– Mister, é possível falar consigo?”. “– Cinco minutos.”, respondeu-me. E arrancou. Foi para o campo e eu fiquei ali a olhar. Quando acabou o treino comecei a vê-lo a olhar, a olhar… viu-me, veio direito a mim, pegou no relógio e disse: “– Cinco minutos. Diga”. “– Eu tinha enviado o meu currículo para aqui, gostava de estagiar, de aprender consigo, mas vocês nem me responderam.”. E ele disse-me: “– Sei perfeitamente o seu currículo. O seu currículo até me despertou atenção, mas o nosso diretor desportivo saiu o mês passado para o Ajax e ainda não tivemos tempo de dar resposta. Mas, como calcula, tenho recebido muitos pedidos e tomei a decisão de não deixar ninguém estagiar. Mas em virtude do seu currículo e de você ter vindo até aqui de propósito deixo-o ficar uma semana a assistir aos treinos, mas fora do campo, não entra dentro do campo nunca”. Eu disse: “– Ok, tudo bem!. Tive lá durante uma semana, a ver os treinos todos. Chego ao fim da semana e ele disse-me: “– Pronto, já acabou. Nós agora vamos para um sitio que é a 300 quilómetros daqui, portanto, obrigado, e se um dia precisar de alguma coisa diga”. Sabes o que fiz? Quando ele chegou a esse local já eu estava hospedado no hotel, à espera dele e da equipa. “– O que é que você está aqui a fazer?”, perguntou-me. Eu disse-lhe: “– Eu vim aqui para aprender. Você vai ter de “levar” comigo”. Passada uma semana, ele já jantava comigo, já estávamos a discutir futebol e eu já lhe estava dizer que a equipa dele defendia muito mal. E ele fez este gesto que nunca mais esquecerei. Disse-lhe que a equipa defendia mal, mostrei-lhe o exercício que faria para corrigir a situação e ele, como era um treinador que gostava essencialmente do ataque, de longe o melhor que conheci na preparação do processo ofensivo, houve um dia em que chamou a equipa – até estava lá um jogador que depois viria a trabalhar comigo no FC Porto, o Tarik Sektioui –, chamou todos os jogadores e disse-lhes: “– Este senhor diz que vocês defendem todos mal. E diz que têm de fazer este exercício para corrigir isso”. E fizeram. Isto só faz um grande treinador que não vê fantasmas, que tem consciência da sua competência e daquilo que faz.

    Bola na Rede: Essa história demonstra, sobretudo, uma grande força de vontade para aprenderes com os melhores…

    Carlos Azenha: Sim, sempre fui assim. Por exemplo, tive a oportunidade de ir para Itália estagiar com o Arrigo Sacchi no ano da minha viagem de finalistas. Fui o único da faculdade que não fui à viagem de finalistas e, ao invés, fui trabalhar para o lixo para ganhar dinheiro e ir estagiar para Itália. 

    Bola na Rede: Para o lixo?

    Carlos Azenha: Sim, na lixeira de Beirolas [em Lisboa]. Estive lá a trabalhar, para ter dinheiro, para poder aprender com outros treinadores. Acho que quando temos um sonho devemos ir atrás dele e foi sempre o que fiz. Depois tive a oportunidade de trabalhar com o Paco Fortes, quando estava no curso de treinadores. No curso de treinadores tive coisas boas e más. Más, porque afrontei várias coisas que achava que não estavam corretas. Na altura, lembro-me que era difícil um professor de educação física entrar no futebol. Já nessa altura eu achava que o treino deveria ser todo integrado e tive algumas “guerras” com os ditos anti-professores. Ao mesmo tempo que também acho estúpido, professores acharem que são mais que ex-jogadores. Acho que um misto das duas coisas faz uma boa equipa técnica, ambos têm a aprender um com o outro. Nos cursos, por uma razão ou outra, fui-me sempre destacando nas várias vertentes: exercícios, liderança, comunicação. Nunca tive empresário na vida, todas as oportunidades que tive foram os clubes que me convidaram diretamente. E, nessa altura, surgiu a oportunidade de ir para o Farense, para o Vitória de Guimarães, para o Celta de Vigo… Tive vários convites e, à medida que iam surgindo, ia vendo se me identificava ou não. Nunca me moveu o dinheiro, embora depois o futebol me tenha garantido a independência financeira, que depois apliquei aos meus negócios. Lembro-me, na altura, quando decidi não ser professor, que rescindi o meu contrato com o Estado e fui à minha vida sem nada. Foi um risco. Mas montei os meus negócios e essa é uma vantagem que tenho actualmente. Tenho uma independência financeira que me dá o luxo de poder dizer aquilo que penso e que quero. Já engoli muitos sapos, é verdade. Costumo dizer que entrei um dia no jardim zoológico e engoli tudo até lá acima, até aos elefantes, mas que um dia haveria de vomitar tudo. E vomitei, felizmente. Depois, surgiu o Toni, que me convidou quando estava em para ir para a China. Na altura, tinha-se dado o problema estúpido entre mim e o Jorge Jesus. E acabo por aceitar e vou para a China. Depois, ainda fomos para o Egito e, depois, surgiu ainda a oportunidade de ir para o Boavista com o Jesualdo Ferreira. Mais tarde, surgiu a oportunidade de ir para o FC Porto e por aí fora… E depois só saio do FC Porto para ser treinador principal e só porque o Jesualdo Ferreira praticamente obriga-me a ser treinador principal. Porque, na verdade, não faço questão de ser treinador principal. Eu movo-me por projetos.

    Bola na Rede: Sentiste ao longo da carreira algum preconceito por não teres tido uma carreira como jogador profissional? Atualmente, temos o exemplo de vários treinadores, que foram ex-jogadores, com carreiras de topo, que têm tido a oportunidade de começar logo pela primeira divisão e por grandes clubes…

    Carlos Azenha: O mais importante é definirmos critérios para contratar. Quais as competências que devem ter os treinadores. Temos ex-grandes jogadores que nunca foram treinadores e grandes treinadores que nunca foram jogadores. O Eusébio, para mim, a maior figura futebolística em Portugal, e diria mesmo em toda a Europa, nunca iria ser um grande treinador. Já o José Mourinho e outros, que nunca foram jogadores, atingiram um grande patamar como treinadores. Posso admitir que, ao longo da carreira, cheguei a sentir que a experiência como jogador, de vários anos de balneário, me teria facilitado para detetar certas coisas que estavam para acontecer. Garantidamente que sim. Mas a formação académica permite-me ter uma capacidade de antecipação, de programação, de planeamento, de organização, que não tem um ex-jogador por si só. A experiência dos ex-jogadores é das vivências que tiveram. Dos ex-treinadores que tiveram e fazem muita imitação dos treinadores que tiveram, dos exercícios, da forma de pensar. Não conseguem ter uma abrangência maior porque não lhes é dado um espetro lato das coisas. Agora, o que sinto, e isso é claro, é que é muito mais fácil apostar num ex-jogador e, principalmente, é-lhe permitido cometer mais erros. Aliás, há treinadores que podem cometer vários erros e outros que não podem cometer erros nenhuns. Eu vejo o caso do Vítor Pereira, que foi duas vezes campeão nacional, e não é bem visto. E, todavia, é um indivíduo extremamente competente. Repara, o Bruno Lage era um “Deus” e, depois, é o que é. Portanto, há treinadores que podem fazer vários erros… Neste caso, o Jorge Jesus nem é dos treinadores que se pode lamentar, porque é um treinador que lhe é permitido a maior parte das coisas. Outros treinadores, se calhar, com os erros que o Jesus cometeu, já estariam na rua. Olha, se fosse eu, por exemplo, isso era garantido. Já estaria na rua. Isto significa o quê? O mal começa nos cursos de treinadores. Acho que deviam existir, mas que deviam ser reformulados. Eles existem para ser aplicados, não é? Eu não posso fazer a minha formação, pagar de dois em dois anos a minha atualização obrigatória, todos os anos fazer formações e, depois, vem um indivíduo que não tem formação nenhuma e é treinador e senta-se no “banco” como delegado ao jogo ou não sei o quê. Nós em Portugal temos esta filosofia: só porque foi um bom jogador é um bom treinador. Só por o meu pai ter sido pedreiro a vida toda não significa que eu possa ser construtor ou engenheiro. O facto de estar a trabalhar no hospital como maqueiro, não faz de mim enfermeiro. Portanto, vamos lá ver as coisas como elas são. Por exemplo, um treinador é despedido, deveria ser pago na íntegra e não deveria poder voltar ao ativo nesse ano. Porque ele sai de um lado e volta ao ativo nesse ano, impossibilitando que outros profissionais competentes tenham a oportunidade de entrar lá dentro. Hoje, um treinador que esteve em três clubes numa época impossibilitou a entrada de, pelo menos, mais dois colegas. O clube toma a decisão de despedir. Ok. Errou na contratação. Então, indemniza o treinador de acordo com o seu contrato, chega a um acordo com ele e o treinador já sabe que, nesse ano, pelo menos naquela liga, não compete mais. Vá para fora ou, dentro de Portugal, outra liga. E isso mudaria tudo. E depois é criar critérios. É injusto exigir-se dos treinadores o quarto nível para treinar e outros, como o Ruben Amorim ou Custódio, por exemplo, que nem o tinham, e é o próprio presidente do Sp. Braga que tem este comportamento e contrata-os. E depois não acontece nada. E todos achamos isto natural. É tudo uma hipocrisia, uma mentira e ninguém diz nada. Isto não se passa em Espanha, em França, em Inglaterra, em Itália. Passa-se onde? Em Portugal. Tu não podes ser jornalista sem ter a carteira profissional. Não é pelo facto de seres filho de um escritor que tens o direito a ser jornalista. Isto são os critérios que temos de definir. Não sei se é mais justo ou mais correto, mas temos é de definir regras e critérios de atuação para que cada um saiba o espaço que ocupa e a forma de funcionamento das coisas. Também não acho correto que a maior parte dos treinadores vá à Escócia, não é?, porque aquilo lá é rápido. Uma pessoa aqui para fazer o quarto nível demora um ano. Vai à Escócia, está lá um mês e meio, e pronto, está feito. E é a mesma coisa. E depois os cursos também já estão muito ultrapassados. Também queremos que os indivíduos que foram jogadores usem a mesma terminologia dos treinadores com que tiveram na formação. Não precisamos de chegar a extremos. Eu não preciso dizer que é o esternocleidomastóideo para perceber que é o músculo. Não tenho de saber o que é o esternocleidomastóideo. Tenho é de ter algumas noções básicas, mas não são essas que são determinantes para avaliar-me como treinador.

    Bola na Rede: Vamos voltar ao que disseste lá atrás. Foi pública a questão que te opôs ao Jorge Jesus e que terminou em tribunal… 

    Carlos Azenha: Sim, o presidente do Vitória de Setúbal, na altura, decidiu dispensar o Jorge Jesus. E nós [os treinadores adjuntos] íamos todos sair, em solidariedade. Entretanto, o presidente não deixou sair o Rui Lopes, que era adjunto do Jesus de há vários anos. E também não me deixou sair a mim, porque eu tinha uma cláusula de indemnização. E tive de aceitar essa cláusula porque, no ano anterior, era para ir para o Benfica. Acabei por não ir, mas cheguei a ter tudo acertado e programado. Depois, outros valores se levantaram e ou por ir o meu colega José Gomes, até contra a vontade do treinador na altura. E então tinha uma cláusula no meu contrato, que me permitia sair para um grande, mas também não podia sair para outro clube sem indemnizar o Vitória de Setúbal. O Jorge Jesus achou, na altura, que tínhamos tido uma atitude menos correta, pouco solidária, e “disparatou” [acusou Carlos Azenha de “traidor”] um pouco. Mas isso é “à Jorge Jesus”, não é? Não pensa antes de dizer as coisas e tem dificuldade em assumir os próprios erros. Os erros são sempre de terceiros, nunca é dele… E chegámos a tribunal. Mas ele depois acabou por pedir desculpa e assumir que o que disse não correspondia à verdade. Mas, lá está, como uma notícia manchou na altura o meu nome e não correspondia à verdade.

    Bola na Rede: E fora do âmbito do tribunal já teve oportunidade de falar com Jorge Jesus e colocar tudo em pratos limpos?

    Carlos Azenha: Encontrámo-nos em dois jogos, não foi? Joguei duas vezes com ele. No Vitória de Setúbal, lembro-me que fomos goleados [8-1, em 2009/2010].

    Bola na Rede: Recordo-me, aquando desse jogo, que a tensão entre Jorge Jesus e Carlos Azenha veio ao de cima…

    Carlos Azenha: Sim, veio. Porque o Jorge Jesus também fez questão disso. E depois perdemos por oito, não é? Pouca gente sabe é que o clube nem tinha jogadores. Eu tentei vir-me embora mais cedo, mas não pude porque os contratos dos meus adjuntos ainda não estavam assinados. E agora está aí a prova no que deu o Vitória de Setúbal. Na altura já se dizia que não tinha hipótese. Quando assinei contrato eram umas condições, depois de assiná-lo tínhamos o ordenado mínimo nacional para contratar jogadores. Começamos a época com não sei quantos jogadores à experiência. Foi uma vergonha. Foi uma aprendizagem para mim como treinador, mas deu-me cabo de parte da minha carreira como treinador. Nesse jogo vamos ao Estádio da Luz, com os erros todos que cometi como treinador – porque, se fosse hoje, se calhar estacionava logo o “autocarro”, mas era logo na pequena área. Perdi 8-1 com jogadores a entrarem no Estádio da Luz e a pedirem autógrafos aos jogadores do Benfica. O que se vai dizer a uma equipa de miúdos, que tinham vindo da 3.ª divisão e dos distritais, para jogar no Estádio da Luz? Eles ficaram doidos, a pedir autógrafos ao Rui Costa, ao Nuno Gomes e por aí fora… Contra uma equipa com Aimar, Saviola, Cardozo, Ramires, Javi Garcia, David Luiz, aquilo era uma equipa fabulosa. E as pessoas diziam: “– Perdeu por oito, vergonha!”. Vergonha? E o Benfica, com uma equipa fora de série, ir ao “Dragão” perder por cinco? Estamos a falar do Vitória de Setúbal, que não teve pré-época, que no dia em que foi à “Luz” quatro jogadores não foram porque foram postos fora de casa porque não havia dinheiro para lhes pagar as rendas, com uma equipa de miúdos da 3.ª divisão, sem defesas, só tinha dois defesa, o Ruben Lima e um central que tinha chegado ao clube, não tinha mais nada, tive de jogar com o Sandro a defesa-central… Nesse jogo tinha cinco jogadores que tinham vindo da 2.ª divisão B. Era impossível.

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    João Amaral Santos
    João Amaral Santoshttp://www.bolanarede.pt
    O João já nasceu apaixonado por desporto. Depois, veio a escrita – onde encontra o seu lugar feliz. Embora apaixonado por futebol, a natureza tosca dos seus pés cedo o convenceu a jogar ao teclado. Ex-jogador de andebol, é jornalista desde 2002 (de jornal e rádio) e adora (tentar) contar uma boa história envolvendo os verdadeiros protagonistas. Adora viajar, literatura e cinema. E anseia pelo regresso da Académica à 1.ª divisão..                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.