Na 34ª, e última, jornada do campeonato, em dia de decisões, o Vitória recebeu o Tondela no Bonfim, com a obrigação de pontuar para poder sonhar com a permanência. Em simultâneo, Feirense, Estoril, Moreirense e Paços de Ferreira, lutavam também pelo seu lugar no principal escalão de futebol.
A equipa sadina entrou com mais vontade que o Tondela, como seria de esperar, visto que é a única que necessitava desesperadamente de pontos. Assim, logo aos oito minutos, André Pereira, depois de uma confusão na área e uma bola ao poste, atirou para dentro da baliza de Cláudio Ramos. O árbitro Luís Godinho, com dúvidas acerca do lance, recorreu ao VAR. No meio da confusão, foi difícil perceber o que o juiz da partida teria visto. O golo do avançado do Vitória acabou por ser anulado: o vídeo árbitro confirmou e foi assinalado fora de jogo.
Muitos protestos no Bonfim, com João Amaral a pedir apoio aos adeptos presentes do Estádio do Bonfim. Num jogo lento, maioritariamente “vitoriano”, André Pereira voltou à baliza e aos 24 minutos fez o golo que, esse sim, seria válido. A festa fez-se no relvado e nas bancadas. Estava feito o primeiro golo, que deu uma sensação de alívio a todos os presentes.
À chegada da meia hora de jogo, o Tondela criou o primeiro lance de “golo certo”. Miguel Cardoso fez tudo: levou a bola, tirou todos da frente (inclusive Cristiano), mas aquando do remate, atirou ao lado. O Vitória, por sua vez, respondeu com perigo. André Pereira, aparentemente inspirado nesta tarde, atirou à barra! Mas os adeptos puderam festejar quase de seguida, pois poucos minutos depois, o Portimonense marcou golo – o ambiente no Bonfim era de festa. Vitória ganhava, Paços perdia e Estoril e Feirense continuavam a zeros. Tudo corria a favor da equipa de José Couceiro.
Já em tempo de compensação, o árbitro da partida assinalou livre indireto a favor do Tondela, a pouquíssimos metros da baliza. Mais um lance duvidoso. José Semedo terá atrasado para Cristiano, que agarrou a bola. Com todos os jogadores do Vitória sem cima da linha de golo, o Tondela fez o seu melhor, mas não conseguiu marcar. As equipas recolheram assim ao balneário, depois de um grande susto seguido de um suspiro de alívio por parte de todos os vitorianos.
A segunda metade foi menos intensa que a segunda e o Tondela conseguiu ter mais bola. Logo aos 48 minutos, Miguel Cardoso quase marcou um canto direto, mas valeu a intervenção de Semedo. Ainda que controlo sobre o jogo, o Vitória teve mais dificuldades relativamente à primeira parte. Arnold ainda tentou a sua sorte, com um chapéu, que serviu para Cláudio Ramos mostrar a sua qualidade numa grande intervenção. De resto vale apenas a pena salientar o golo desperdiçado por Vasco Fernandes, após canto batido pela direita.
Já perto dos 90′ o Vitória sofreu, e bem, frente a um Tondela muito perigoso junto da área sadina. Ainda com cinco minutos para lá do tempo regulamentar, a equipa do Sado lutava pela permanência, com o Estoril e o Feirense empatados e com o Paços de Ferreira e Moreirense a perder.
O clima era de tensão e expectativa, com os adeptos a puxar pela equipa, como deveriam ter feito durante toda a temporada.
Soa o apito final e é a festa no Bonfim! Vitória mantém-se na primeira divisão, juntamente com Feirense e Moreirense, descendo, assim, o Estoril e o Paços de Ferreira. A felicidade é vivida no Bonfim, mas nem tudo são rosas: José Couceiro anunciou que não continuará à frente da equipa de Setúbal.