Cheguei à conclusão de que não estava habituada a ver um jogo de futebol com tanta qualidade como o que vi ontem no Estádio Universitário de Lisboa.
Passava pouco das 15h da tarde quando entrei pela zona das piscinas do Estádio Universitário de Lisboa, para assistir a um jogo entre duas das melhores escolas de formação de Lisboa da actualidade – Benjamins A – Sporting vs Sacavenense. Vivia-se um ambiente quase de estádio; os adeptos – ou seja, os pais – a apoiar os seus miúdos com cachecóis e a gritarem para dentro do campo para os incentivar. De facto, uma coisa bonita de se ver.
Bom, o Sacavenense e o Sporting são, como disse há pouco, duas das melhores escolas de formação de Lisboa, e, como tal, primam pela qualidade de jogo e jogadores. Para o leitor se situar, os Benjamins A são crianças que têm cerca de 10 anos, mas que, dentro de campo, crescem. Demonstram qualidade táctica e inteligência no jogo, o que deixa qualquer amante de futebol pasmado. São crianças. Pois. Mas são também os nossos futuros profissionais da bola.
A partida teve início, com duas equipas que já se tinham defrontado na Copa do Guadiana, em Junho deste ano. Nessa partida, o Sacavenense saiu a ganhar por quatro bolas a zero. Mas voltando novamente para o dia de ontem, em Lisboa, entraram em campo duas equipas equilibradas e concentradas, com crianças que pareciam adultos na hora de jogar.
Estes pequenos craques combateram com unhas e dentes, e mais coragem e precisão do que muitos seniores a jogar à bola. Os olheiros do Benfica marcaram presença, como seria de esperar. Com duas equipas com bons jogadores, avizinhava-se uma luta renhida.As coisas começaram bem e a aquecer para o lado do Sacavenense, com um remate do seu craque nº10 e em seguida com a defesa de um livre pelo guarda-redes, nº12, mas aos doze minutos da primeira parte o Sporting marca.
Foi uma primeira parte que pendeu mais, na minha opinião, para o lado dos verdes e brancos, não tirando ao mérito ao Sacavenense, pela dificuldade que impôs ao adversário.
Quanto à segunda parte, existiram, pelo menos, quatro oportunidades de golo para o Sacavenense, vendo-se, claramente, uma superioridade destes pequenos craques em relação ao Sporting, mas a sorte não esteve do seu lado, não conseguindo marcar o golo do empate. Neste ponto, tenho de enaltecer a excelente exibição do nº22 da equipa leonina, o guarda-redes – talvez o melhor em campo? –, com defesas fantásticas. Cheguei a acreditar que sabia para onde a bola se dirigia. Magnífico.
Foi uma tarde que me deliciou, a nível futebolístico. Passes, fintas, domínios de bola de outro mundo. No que toca ao Sporting, posso retirar o antigo nome da instituição e toda a história por detrás das suas escolas de formação, para além de uma equipa consciente de ao que é que ia. Quanto ao Sacavenense, retiro o facto de ser uma equipa equilibrada, capaz de fazer frente aos verdes e brancos, mostrando imensa qualidade. Faltou-lhes sorte e talvez um pouco de eficácia, mas ainda estamos na primeira jornada do campeonato.
Não me posso esquecer da diversão que os pequenos tiraram a jogar à bola e que se pôde ver pelas suas caras. E os seus treinadores sabem disso porque para além de formarem jogadores estão conscientes que ainda se tratam de crianças.
Em suma, são fins-de-semana destes que fazem a minha semana. Entrar no Estádio Universitário de Lisboa e ver este ambiente. Ver os nossos futuros profissionais da bola. Ver os nossos futuros craques.