Foi da marca dos 11 metros que se decidiu o terceiro classificado da Supertaça de Futebol Feminino de 2023. O SC Braga levou a melhor, após o empate a um golo no tempo regulamentar.
A história tem tendência a repetir-se. As histórias também. No futebol, há histórias tantas vezes replicadas que se consagram em máximas sobejamente conhecidas. “Quem não marca, sofre” é, porventura, a mais badalada.
Pois bem, o SC Braga começou bem, dominante, controlador, mas não marcou. Por sua vez, o FC Famalicão fez o golo por respeito à máxima. Num livre lateral aos 11 minutos, a bola foi colocada na área bracarense e um desvio infeliz de Hasanbegovic fê-la contornar a figura de Patrícia Morais. Autogolo bracarense, vantagem famalicense.
A toada do jogo não mudou até ao intervalo, apesar de Tomás Tengarrinha ter substituído Bia Meio-metro por Carol Rocha aos 25 minutos. O resultado também não se alterou até ao apito que sinalizou o fim do primeiro tempo. O reatar da partida trouxe um SC Braga um pouco mais agressivo, mas a demorar a encontrar-se. Quando se encontrou, encontrou também o golo do empate. Aos 63´, Joline Amani rematou forte e colocado para o 1-1. As arsenalistas cresceram na partida, conquistando mais duelos e amealhando mais segundas bolas.
As entradas de Maria Negrão e Sara Brasil ajudaram a equipa de Vila Nova a voltar a nivelar o encontro, mas não a chegar novamente à vantagem. Apesar da melhoria na segunda parte, também as bracarenses foram incapazes de consumar a reviravolta.
O empate a um golo permaneceu, teimoso, até ao apito final. Melhor remédio para a teimosia dos empates não há que não uma boa dose de penáltis. Foi o SC Braga quem melhor de saúde ficou.
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
SC BRAGA
BnR: Quais as principais ilações que retira desta partida (e da partida ante o SL Benfica) para preparar o jogo frente ao Valadares Gaia e cimentar a construção do “seu” SC Braga para esta temporada, sobretudo agora que haverá pausa para seleções?
João Cardoso: Estamos a começar uma nova época. As ilações que retiramos destes dois jogos é que as jogadoras dão-nos confiança para acreditarmos que vamos alcançar os nossos objetivos, que é ganhar, jogo a jogo. Estes dois jogos acabaram por ser decididos nas grandes penalidades, obrigaram a um grande esclarecimento de espírito. Conseguimos ter, sobretudo neste jogo, a serenidade para conseguirmos a vitória.
FC FAMALICÃO
BnR: Defensivamente, já se nota um FC Famalicão coeso, mas ofensivamente falta chegar ao golo (não marcou frente ao Sporting CP e hoje consegue o golo por mérito próprio, mas não por autoria própria). O que falta consolidar? A pausa para seleções que se avizinha será benéfica para o FC Famalicão consolidar ideias?
Miguel Santos: Nós começámos por trabalhar a parte ofensiva, depois a parte defensiva e por fim as bolas paradas. É mais fácil – e falo-vos de experiência – trabalhar a vertente defensiva, porque é mais fácil as jogadoras perceberem, porque é quando o adversário tem a bola. É mais fácil perceber ocupações de espaços, pressões, coberturas. Depois, com bola, as coisas têm que ser bem feitas e em termos de decisão e de gesto técnico, ainda estamos a melhorar. Defensivamente, a equipa está bem, crescida. Quanto à pausa para seleções… O tempo agora começa a jogar a nosso favor. Ao dia 1 de agosto, andámos a correr contra o tempo, agora o tempo corre a nosso favor. E vou ser o mais sincero possível: nós gostamos muito que as nossas jogadoras sejam convocadas para as seleções, é sinal de que elas e nós estamos a fazer um bom trabalho. Mas nesta pausa, quantas menos foram, melhor para nós. Esta pausa para nós é ouro.