História feita, mas quem escreve o próximo capítulo? | Portugal

    Depois de um capítulo de glórias vem sempre uma renovação, e no futebol não é diferente. A Seleção A feminina de Portugal vem de uma participação memorável no Campeonato do Mundo de 2023, o primeiro da sua história, onde ficou a apenas um golo de eliminar a toda poderosa seleção dos Estados Unidos da América. No entanto, os últimos compromissos do ano não correram de feição e a equipa das quinas acabou por ser despromovida à Liga B da recém criada Liga das Nações.

    Muda o ano, e agora é hora de virar mais uma vez a página e perceber quem vai escrever o próximo capítulo. 2024 arranca com dois jogos de preparação para a qualificação para o Campeonato da Europa de 2025, diante da Chéquia e da Coreia do Sul.

    Para além das habituais presenças, na convocatória destacam-se sete jogadoras ainda sem qualquer internacionalização pela seleção principal: Bárbara Santos, Sierra Cota-Yarde, Giovana Maia, Inês Maia, Nelly Rodrigues, Maria Alagoa e Beatriz Fonseca.

    Com o futuro no horizonte, Portugal procurava fazer história e vencer a seleção da Chéquia pela primeira vez, no jogo inaugural do estágio. E assim foi, exibição personalizada das comandadas de Francisco Neto que marcaram tantos golos como em todos os confrontos anteriores diante das checas. Jogo em cheio para Portugal que não só levou a partida de vencido, como também conseguiu voltar a olhar para o futuro e promover três estreias absolutas na Seleção A, o mesmo é dizer, três possíveis protagonistas do próximo passo desta equipa sem teto no sonho.

    Decorria o minuto 65 quando Francisco Neto proporcionou a Maria Alagoa um momento para nunca mais esquecer. A jovem de 20 anos entrou para o lugar de Carolina Mendes, veterana do Sporting de Braga que conta já com 118 internacionalizações.

    Maria Alagoa é natural de Viseu e fez formação no Dínamo Clube Estação antes de rumar ao Lusitano Vildemoinhos. Em 2019 marcou o primeiro golo de sempre de Portugal numa fase final de um Europeu sub-17 feminino. Ao serviço do Lusitano Vildemoinhos foi a melhor marcadora da segunda divisão nacional em 2020 e no ano seguinte rumou aos Estados Unidos onde atualmente representa os Trojans da Universidade da Carolina do Sul.

    Já depois do resultado colocado em 3-0, foi a vez de Nelly Rodrigues se estrear de quinas ao peito. A lateral também nascida em 2003 tem dupla nacionalidade portuguesa e francesa, e é natural de Soisy-sous-Montmorency, província nos arredores de Paris. Nelly Rodrigues fez toda a carreira em França tendo representado o PSG e o Marselha. Atualmente a luso-francesa atua no Nantes que é líder no segundo escalão do futebol feminino francês. Já com 18 jogos pelas camadas jovens da seleção nacional, Nelly Rodrigues alcança, assim, aos 20 anos a estreia pela Seleção A.

    A partida estava já sentenciada quando Francisco Neto concretizou ainda a terceira estreia da noite. Aos 91 minutos de jogo o selecionador português fez entrar Beatriz Fonseca para o lugar de Ana Capeta. A avançada de 25 anos é conhecida no mundo do futebol por Bia Meio-Metro devido aos seus 156 centímetros de altura e fez toda a sua formação por clubes do distrito da Guarda. Com apenas 15 anos de idade Bia Meio-Metro estreou-se no futebol sénior por intermédio da Fundação Laura Santos. Beatriz Fonseca acabou por fazer a sua estreia pela Seleção numa casa que bem conhece, a agora internacional A portuguesa representou o Estoril Praia entre 2016 e 2021 antes de rumar ao Chipre onde jogou a Liga dos Campeões e venceu a taça local ao serviço do Apollon Limassol. Desde o ano passado Bia Meio-Metro atua no Sporting de Braga e tem vindo a ser figura de destaque das minhotas somando já 19 golos e 12 assistências em 49 partidas realizadas.

    Portugal volta a entrar em campo na próxima terça-feira, desta feita diante da Coreia do Sul e para além de um jogo por vencer há ainda mais quatro nomes para manter debaixo de olho. Bárbara Santos, Sierra Cota-Yarde, Giovana Maia e Inês Maia podem ser as próximas a estrear de quinas ao peito.

    Independentemente do continente onde joguem, do país que as tenha visto nascer e acima de tudo da altura, estas navegadoras já demonstraram que as mulheres também não se medem aos palmos. Portugal é atualmente 21.º do ranking mundial e a evolução da equipa orientada por Francisco Neto é absolutamente notável. A história está feita, mas há novos capítulos por escrever e ninguém tem dúvidas de que estas jogadoras vão estar à altura do desafio. Para elas o futuro começa hoje.  

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