Países Baixos 3-2 Portugal: Frieza neerlandesa travou bravura lusa

    A CRÓNICA: OBRA DE ARTE DE VAN DE DONK RESOLVEU O JOGO PARA OS PAÍSES BAIXOS

    Portugal voltou a entrar mal na segunda partida do Europeu ao dar dois golos de vantagem às adversárias. Desta feita, os Países Baixos, atuais campeões da Europa e vice-campeões do Mundo, parecia uma ‘montanha’ bem mais complicada de escalar do que fora o relógio suíço, muito pouco calibrado.

    As craques lusas tinham agora de puxar pelos galões para ainda conseguir arrancar algo positivo do encontro e manter vivas as esperanças no grupo. Dois golpes de cabeça fizeram com que Portugal estivesse a perder por 2-0 aos 16 minutos de jogo. O primeiro esboço de reação veio pelos pés de Carole Costa, que da marca de penálti não desperdiçou.

    No arranque da segunda parte, Portugal entra muito bem e consegue mesmo o golo do empate, por Diana Silva, momentos depois de Tatiana Pinto ter tirado tinta aos ferros da baliza de Daphne Van Domselaar. Surpresa, daquelas boas, em Manchester e Portugal empatava a partida.

    Se na primeira parte, Portugal teve um golo anulado nos primeiros minutos, na segunda foi a vez dos Países Baixos. A seleção das quinas ia-se mantendo bem viva e continuava a grande demonstração de força. No cruzar da hora de jogo, pintura perfeita de Danielle van de Donk e nova vantagem para a Holanda e novo golpe baixo.

    A seleção portuguesa não mais voltou a ser o que tinha sido nos minutos iniciais da segunda parte e o resultado não sofreu alterações até final. Resultado com sabor amargo, mas que não afasta Portugal da fase seguinte.

     

    A FIGURA

    Danielle van de Donk – Nem estava a ser das mais ativas do lado neerlandês, mas fica difícil não atribuir o prémio de melhor em campo a uma jogadora que decidiu o jogo com tal obra de arte. Desbloqueou o jogo numa altura em que o empate de Portugal ainda ressoava no âmago da sua equipa, abatendo por seu lado a turma portuguesa. Sherida Spitse e Lineth Beerensteyn também fizeram jogos de elevada qualidade.

     

    O FORA DE JOGO

    Jogo aéreo de Portugal – Voltou a ser o ponto fraco da seleção portuguesa nesta partida. Neste capítulo, facilitou-se em demasia a vida às holandesas, que não fizeram um jogo assim tão bem conseguido. Na bola parada e nos rasgos de qualidade de algumas das suas melhores jogadoras, conseguiu evidenciar-se. Portugal tem de melhorar neste setor, mas fica claramente a ideia que as ‘nossas’ craques mereciam bem mais destes dois jogos.

     

    ANÁLISE TÁTICA – PAÍSES BAIXOS

    Os Países Baixos apresentou-se em 4-3-3, como seria de esperar. Apesar de ter inúmeras baixas de peso, os Países Baixos sabiam que tinham de ganhar depois do empate inicial e entraram em campo para o mostrar.

    Com a linha de quatro defesas a ser o ponto mais frágil desta seleção, do meio-campo para a frente a história era claramente outra. Muita qualidade e capacidade na decisão, notava-se que estavam noutro patamar, embora não tão desnivelado como se poderia pensar. Vivianne Miedema não jogou, mas foi bem substituída. Lieke Martens não jogou o que já mostrou saber jogar, mas Lineth Beerensteyn encheu as medidas, apesar de não ter marcado. Faltou sorte a Portugal para levar algo mais de uma seleção holandesa que por vezes parecia não saber bem como resolver as situações.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Daphne Van Domselaar (7)

    Lyn Willms (7)

    Stefanie Van der Gragt (8)

    Dominique Janssen (7)

    Marisa Olislagers (5)

    Sherida Spitse (8)

    Jil Roord (7)

    Damaris Berta Egurrola (7)

    Danielle van de Donk (8)

    Lieke Martens (6)

    Lineth Beerensteyn (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Kerstin Casparij (7)

    Victoria Pelova (6)

    Esme Brugts (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Francisco Neto não mudou em relação ao primeiro jogo e apostou nas mesmas 11 jogadoras, mantendo o tradicional 4x3x3, com um ataque caracterizado pela frequente mobilidade, mas menos pressionante, dadas as características ofensivas da equipa holandesa.

    Mike Parsons tinha alertado para a qualidade técnica de Portugal, desvalorizando a suposta diferença entre ambas as equipas. Foi mesmo pelas extremidades que as craques lusas desequilibraram e criaram imensas dificuldades às defesas holandesas. Seja com bolas na profundidade, ou com cruzamentos para a área, várias foram as vezes que Portugal trocou as voltas às adversárias e fez tremer Van Domselaar. A entrada de Kerstin Casparij é evidentemente para forçar e parar Jéssica Silva no lado direito, que foi sendo apagada, tal como as suas colegas, após o golo de Danielle van de Donk.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Inês Pereira (7)

    Catarina Amado (8)

    Carole Costa (8)

    Diana Gomes (7)

    Joana Marchão (6)

    Dolores Silva (6)

    Tatiana Pinto (7)

    Andreia Norton (8)

    Ana Borges (7)

    Diana Silva (8)

    Jéssica Silva (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Fátima Pinto (7)

    Kika Nazareth (7)

    Vanessa Marques (-)

    Carolina Mendes (-)

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    Gabriel Henriques Reis
    Gabriel Henriques Reishttp://www.bolanarede.pt
    Criado no Interior e a estudar Ciências da Comunicação, em Lisboa, no ISCSP. Desde cedo que o futebol foi a sua maior paixão, desde as distritais à elite do desporto-rei. Depois de uma tentativa inglória de ter sucesso com os pés, dentro das quatro linhas, ambiciona agora seguir a vertente de jornalista desportivo.