SL Benfica 3-0 SC Braga: Em Dia de Reis, a eficácia foi a Rainha

    A CRÓNICA: SL BENFICA TORNA-SE O 1.º CLUBE A VENCER A TAÇA DA LIGA NO MASCULINO E NO FEMININO

    O equilíbrio era provavelmente a palavra que ia reinar nesta primeira final da Taça da Liga feminina entre SL Benfica e SC Braga. E não mentiram, mas também não é menos verdade que houve outra muito importante: eficácia. A verdade é que os primeiros minutos as duas formações quiseram mandar no jogo, mas com muita atrapalhação de parte a parte. Contudo, estávamos a ver um verdadeiro jogo de futebol e uma promoção ao Futebol Feminino.

    Mas a novidade não era só a competição, mas sim a introdução do VAR nesta final, que estava a ser orientado por Fábio Veríssimo. A tecnologia entrou em ação, aos 35 minutos, quando as encarnadas marcaram. Carole Costa, que estava em fora de jogo, passou de cabeça para Catarina Amado, que fez o golo e que foi anulado. Foi um aviso para as bracarenses que não estavam cientes do que aí vinha.

    Ao ver o lance que aconteceu, aos 44 minutos, só me vem uma frase à cabeça: “Meus senhores, isto não é futebol! Isto é ballet!” (os mais atentos vão perceber). A jogada começou em Beatriz Cameirão, passou por Matilde Fidalgo que acabou por fazer um passe importante para Cloé Lacasse. A canadiana encontrou Ana Vitória para esta fazer uma autêntica obra-prima e encontrar Nycole. O último passe da brasileira encontrou Cloé Lacasse para fazer o primeiro da partida (1-0)!

    Foi com o 1-0 que as três equipas acabaram por recolher para os balneários. Porém, o intervalo parece ter feito bem às bracarenses que, aos 49 minutos, deixavam um ar de sua graça. Andreia Norton parecia imbatível no meio campo e conseguiu progredir. Depois, o passe cirúrgico foi de calcanhar de Dolores para Cindy, que acabou por introduzir a bola na baliza. O pior que podia acontecer… aconteceu! O golo acabou anulado por 21 centímetros, mas ficou uma bela jogada coletiva.

    O SC Braga estava por cima do jogo, mas já se sabe “quem não marca, sofre”. A velha máxima não desiludiu e Ana Vitória resolveu a questão à “bomba”. Depois de um erro de Andreia Norton na saída de bola das bracarenses, Nycole combinou com a número dez encarnada para fazer o 2-0.

    Não tardou para que houvesse novo golo do SL Benfica. Pauleta apareceu na grande área para rematar e Diana Gomes, defesa do SC Braga, acabou por intercetar a bola com a mão. A árbitra viu e assinalou bem o castigo máximo. Da marca dos 11 metros, Nycole desfez todas as dúvidas nesta Taça da Liga (3-0).

    O resultado é pesado? É. Há um momento capital e decisivo? Há. O golo anulado às bracarenses foi um duro golpe para que as encarnadas vencessem por um resultado tão avolumado. O SL Benfica faz história ao vencer a primeira edição da Taça da Liga e torna-se a primeira formação ao fazê-lo no masculino e no feminino. Após um grande jogo de Futebol, esperamos já pelo próximo que será a Final da Taça de Portugal entre as duas formações, novamente!

     

    A FIGURA

    Ana Vitória – A brasileira foi preponderante do início ao fim, mas aquilo que podemos destacar desta final foi, sobretudo, a sua decisão no último terço do campo. No primeiro golo tem uma ação deliciosa sobre uma jogadora bracarense e ainda acabou por fazer um “golaço” que só não fechou o resultado, porque Nycole acabaria por marcar o terceiro. Foi decisiva, mas muito por culpa da grande exibição que as encarnadas tiveram no global.

    O FORA DE JOGO

    Myra Delgadillo – A norte-americana não conseguiu entrar no jogo como normalmente a vemos nos restantes. O facto de as bracarenses não conseguirem explorar da melhor forma a entrada na área das encarnadas, deixou a jogador muito desorientada em campo. Bem procurou de alguma forma encontrar espaços em zonas mais laterais, mas isso prejudicava muito a sua ação ofensiva. Há coisas a melhorar e, certamente, ainda vamos ver coisas bonitas por parte da jogadora.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    A nova treinadora das águias, Filipa Patão, apostou num habitual 4-4-2 que era, normalmente, apresentado pelo anterior treinador, Luís Andrade. As jogadoras mais avançadas eram Nycole e Cloé Lacasse e no meio-campo continuava o losango com Pauleta a ser a jogadora no vértice mais recuado. A única surpresa aconteceu na inclusão da guarda-redes Carolina Vilão.

    As encarnadas estavam a conseguir fazer uma situação defensiva muito bem. A pressão alta estava a condicionar a saída de jogo do SC Braga e esta foi uma ação muito eficaz. As águias conseguiram por algumas ocasiões recuperar a bola em zonas muito avançadas. Havia o mesmo sistema tático, mas algumas ideias muito diferentes das habituais. A equipa jogou mais fluída e apareceu de cara totalmente lavada daquilo que nos habituou ao longo de todo o ano passado.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Carolina Vilão (7)

    Matilde Fidalgo (6)

    Sílvia Rebelo (5)

    Carole Costa (6)

    Catarina Amado (7)

    Andreia Faria (6)

    Pauleta (5)

    Beatriz Cameirão (5)

    Ana Vitória (8)

    Cloé Lacasse (7)

    Nycole (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Francisca Nazareth (5)

    Amélia Silva (-)

    Christy Ucheibe (-)

    Jolina (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SC BRAGA

    O treinador bracarense, Miguel Santos, apostou num 4-4-3, onde a frente atacante estava entregue às estrangeiras Jermaine, Myra Delgadillo e Cindy Konig. No meio campo notava-se a influência das três portuguesas: Regina, Dolores e Andreia Norton. As duas primeiras controlavam tanto o espaço mais recuado do meio campo e também tinham a função de construir. Já, Andreia Norton tinha a missão de ligar o jogo com as três da frente.

    As bracarenses estavam a ter muito sucesso no controlo do meio campo e aproveitar os erros nos passes das encarnadas quando tentavam sair rápido para o ataque ou passes mais arriscados na mudança de flanco. Com alguma dificuldade em conseguir entrar na grande área das encarnadas, sem ser com um ataque rápido. Este foi o grande defeito da equipa bracarense. Dois lances capitais surgiram de dois erros bracarenses e isso foi um aspeto salientado por parte do seu treinador.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marie Hourihan (5)

    Diana Gomes (4)

    Rayane Machado (5)

    Nágela Oliveira (5)

    Ágata Filipa (5)

    Dolores Silva (7)

    Regina Pereira (5)

    Andreia Norton (6)

    Jermaine (5)

    Cindy Konig (4)

    Myra Delgadillo (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Laura Luís (5)

    Ana Teles (-)

    Érica Costa (-)

    Sofia Silva (-)

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    João Pedro Barbosa
    João Pedro Barbosahttp://www.bolanarede.pt
    É aluno de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, tem 20 anos e é de Queluz. É um apaixonado pelo desporto. Praticou futebol, futsal e atletismo, mas sem grande sucesso. Prefere apreciar o desporto do lado de fora. O seu sonho é conciliar as duas coisas de que gosta, a escrita e o desporto.