Varzim SC 2-2 LÄNK FC Vilaverdense: Recuperação com coração mantém poveiros na liderança

A CRÓNICA: JOGO COM GOLOS PREMEIA ESPETÁCULO DA LIGA 3

Não era, ainda, um jogo decisivo para o campeonato. No entanto, era jogo entre primeiro e segundo, separados por apenas um ponto, e era facilmente um jogo que podia embalar qualquer uma das equipas. O Varzim SC x LÄNK FC Vilaverdense prometia ser um bom jogo entre duas boas equipas e não defraudou.

Os comandados de Tiago Margarido entraram no jogo com vontade de ter bola e com uma pressão alta e agressiva para a recuperar rapidamente.

Tivemos um jogo equilibrado de início, a equipa visitante teve dificuldades em tirar a bola à formação poveira, que ia gerindo os ritmos do jogo e ia ameaçando de longe, mas sem perigo. O LÄNK ia aproveitando também os seus tempos para ter bola e tentar de forma paciente desmontar a pressão a campo inteiro do Varzim.

À meia hora de jogo viam-se duas equipas com muita vontade e muita entrega, mas praticamente nenhumas oportunidades de golo. Era o Varzim que ia tendo algum ascendente no jogo, mas sem materializar em lances de perigo. Isto até aos 36 minutos, onde surge a primeira grande ameaça à baliza de Ivo Gonçalves, com João Faria a cabecear à trave na sequência de um pontapé de canto.

Por esta altura, era fácil de ver o porquê das duas equipas só terem três golos sofridos. Bom posicionamento defensivo e rigor na estratégia iam colocando o jogo a zeros… até que Cipenga desbloqueia o jogo para o LÄNK, aos 38 minutos. Desequilibra pela ala, de fora para dentro, acaba por ser desarmado, mas a bola sobra para Bruno Silva, que finalizou com certeza para dentro.

O fim da primeira parte trouxe a emoção ao jogo que o resto ainda não tinha trazido, com João Vasco ainda a dispor duma grande oportunidade, com um remate forte que permitiu uma bela intervenção do guarda-redes visitante. João Faria também ameaçou de cabeça, num lance em que a bola sai por centímetros acima da baliza.

A primeira parte acabou com a equipa visitante a tentar ampliar a vantagem e por pouco não o fez. Num cruzamento rasteiro e com a bola a passar por muitas pernas, passou a sensação de perigo.

Na segunda parte a toada manteve-se a mesma, com a equipa da casa a sair bem numa transição rápida, com uma jogada a um, dois toques e Léo Teixeira a rematar para intervenção de Ivo Gonçalves.

O marcador começava a não fazer justiça ao que era o jogo. O Varzim tomava controle do jogo, com uma energia renovada e tinha a bola na sua posse por mais tempo, jogando rápido, a poucos toques, mas com bastante qualidade. O LÄNK sentia mais dificuldades em ter a bola, com a pressão poveira a surtir efeito.

O Varzim dispunha das oportunidades mais flagrantes, mas era o Vilaverdense que chegava e marcava. À passagem da hora de jogo, através de um canto ao primeiro poste, batido com conta, peso e medida por André Soares, João Batista apareceu para cabecear para dentro da baliza.

Os lobos-do-mar atacaram mais, criaram mais perigo e como “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” chegaram ao golo aos 82’, por Rui Areias, que finalizou de primeira depois de um cruzamento certeiro de Onyeka. O golo chegou perto do fim, mas não era tarde.

Aos 90 minutos, o estádio explode! Léo Teixeira cruza e Guga aparece ao segundo poste para finalizar e colocar o marcador em 2-2.  Joãozinho ainda teve oportunidade para dar a vitória já ao cair do pano, mas o seu livre direto passou ao lado.

O Varzim mantém-se líder depois duma grande recuperação, continuando com um ponto de vantagem sobre o LÄNK Vilaverdense, que manteve a sua invencibilidade e está, à condição, com uma vantagem de quatro pontos sobre o terceiro classificado, AD Sanjoanense.

De destacar a moldura humana presente, de fazer inveja a alguns jogos da primeira liga. Foram 5131 presentes na Póvoa, que deram um ambiente fantástico ao jogo.

 

A FIGURA

Cipenga – O elemento mais dos ‘verdes’, fez um jogo muito bom. Sempre que teve a bola nos pés, podíamos esperar problemas para o Varzim. Era extremo de posição, mas conduzia a bola com facilidade para zonas interiores e fazia o jogo da sua equipa. Fosse a facilitar jogo ao lateral que fazia overlap ou a criar oportunidades para outros elementos da frente de ataque. O congolês esteve no lance do primeiro golo e o foi sinónimo de perigo constante.

O FORA DE JOGO

varzim LÄNK
Fonte: Varzim SC

Incapacidade de concretização poveira – Ao contrário do jogo passado, a equipa do Varzim teve uma mão-cheia de oportunidades para evitar este desfecho. Assustou sempre nas bolas paradas ofensivas, conseguiu transições que os deixaram perto do golo, no entanto, os dois golos foram curtos para o que a equipa criou, que sai com um sabor amargo do jogo.

 

ANÁLISE TÁTICA – VARZIM SC

Os lobos-do-mar apresentaram-se num 4-4-2, da mesma forma que no jogo anterior. A equipa de Tiago Margarido atacou sobretudo pelo lado direito, com paciência na troca de bola. Contudo, sempre que surgia a oportunidade de atacar os espaços, os poveiros não hesitaram e tentavam colocar as bolas nos espaços vazios.

A colocação de Onyeka na segunda parte por João Victor trouxe uma dinâmica diferente à equipa, com o avançado a procurar aparecer nas alas e a tentar servir Areias.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Ricardo (7)

Tito Junior (7)

João Faria (7)

Bruno Bernardo (6)

Carlos Tovar (6)

Moreira (6)

Jorge Vilela (6)

Jorge Vilela (7)

João Vasco (6)

Joãozinho (6)

Rui Areias (7)

SUBS UTILIZADOS

Iván Quivira (6)

Onyeka Osimene(7)

Zé Augusto (6)

 

ANÁLISE TÁTICA – LÄNK FC VILAVERDENSE

A equipa visitante apresentou um 4-2-3-1, com uma postura paciente com bola e sem bola, mas a tentar ser protagonista também. Os extremos foram muito procurados para o 1×1, com especial destaque para Cipenga, com os laterais a envolverem-se também com frequência na manobra ofensiva.

Com a vantagem em dois golos, a formação de Vila Verde optou por uma abordagem mais conservadora, com mais homens atrás e apenas Cipenga e Edmilson a ficarem na frente.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Ivo Gonçalves (6)

Carlos Freitas (5)

Joyce Rios (6)

João Batista (6)

Armando Lopes (6)

Yanick Semedo (7)

Ericson (6)

André Soares (7)

Bruno Silva (6)

Cipenga (8)

Edmilson (6)

SUBS UTILIZADOS

Zé Pedro (6)

Rubén Marques (6)

Laércio (6)

Gonçalo Teixeira (-)

 

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

 

Varzim SC

BnR: O Varzim chegou várias vezes com qualidade e com perigo para a baliza adversária. O Vilaverdense é, a par do Varzim, melhor defesa do campeonato, mas o Varzim criou sérias dificuldades. Qual foi o plano ofensivo estudado para este jogo para causar mossa ao adversário?

Tiago Margarido:  Nós detetamos que a defesa do LÄNK era muito atraída à referência, ou seja, se prendêssemos um, dois jogadores aos centrais, eles saiam muito se fizéssemos movimentos de aproximação e isso permitia ruturas no espaço que eles libertavam. Era esse o nosso plano inicial e conseguimos criar algumas oportunidades dessa forma. Depois na segunda parte, foi essa questão dos alas como eu falei que não estavam a baixar na linha defensiva, e como já foi referido aqui, eles não baixaram a linha para cinco, como tal tínhamos sempre espaço em corredor lateral e tínhamos possibilidade de cruzamento. As debilidades que notamos na defesa deles foi essa questão de sair muito à atração e que nos permitia espaço para rutura. Na segunda parte foi a incapacidade de defender corredores, onde conseguimos criar sempre superioridades.

Lank Vilaverdense

BnR: Depois de estar em vantagem por dois golos, o que é que sentiu que a sua equipa mudou na abordagem ao jogo que não deveria ter feito?

Ricardo Silva: Entre os 45 minutos e mais ou menos os 80 minutos, o Varzim não teve hipótese nenhuma. O estádio começou a quebrar animicamente, a equipa do Varzim nunca conseguiu ligar o jogo para nos empurrar de forma flagrante para trás, andamos sempre muito confortáveis no jogo. Há um erro nosso, de um atraso que não devia ter acontecido, a bola fica ali, o nosso guarda-redes em vez de sacudir a bola para fora, que não teve espaço nem tempo para o fazer, permitiu que o Varzim ficasse numa posição privilegiada para atacar o espaço. Não conseguimos recuperar o bloco e a partir dai o 1-2 é o momento do jogo, que volta a meter o Varzim no jogo emocionalmente e quando metes uma equipa destes com 5000 pessoas no jogo, fica difícil contrariar isso, no entanto, podíamos ter resolvido ali o 2-2, não conseguimos, fica aqui um sabor agridoce. Se há alguém que está triste neste jogo somos nós, que temos uma mentalidade vencedora, que estávamos a ganhar 0-2 no estádio mais difícil da série, provavelmente de norte a sul do país. Olhando para o jogo inicialmente, qualquer equipa gostaria de vir aqui empatar antes do jogo, não tenho dúvidas nenhumas. Perante o que aconteceu, saímos triste porque queríamos ganhar, ainda para mais após nos pormos numa posição tão confortável com o 0-2.

 

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Fernando Coelho
Fernando Coelho
Jogador de futsal amador, treinador de bancada profissional. A aprender diariamente, acredita que o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.

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