O 4x3x3 sempre foi um clássico no FC Porto ao longo destes últimos anos. Passando por Jesualdo Ferreira, André Villas-Boas, Vitor Pereira e até Julen Lopetegui, o 4x3x3 é um sistema de eleição para a maioria dos treinadores que passam pelo Dragão.
Entretanto, desde Nuno Espírito Santo, atual treinador do Tottenham Hotspur FC, que o 4x3x3 deixou de ser o sistema central dos azuis e brancos. O 4x4x2 passou a ser o sistema primário, com uma dupla de ataque que hoje, pelo patamar que atingiram, seria de ouro – Diogo Jota (Liverpool FC) e André Silva (RB Leipzig).
Diogo Jota tornou-se o futebolista português mais jovem de sempre a marcar pelo FC Porto na Liga dos Campeões. 👏👏#FCPorto #UCL pic.twitter.com/vVmwYzlUkA
— FC Porto (@FCPorto) December 9, 2016
Com a chegada de Sérgio Conceição ao comando do FC Porto, o 4x4x2 afirmou-se, de vez, como o principal sistema dos dragões em detrimento do 4x3x3, que tanto marcou o livro de memórias da equipa nos últimos anos.
Formaram-se duplas de ataque que marcaram, duplos pivôs que se complementaram perfeitamente, enfim, uma equipa inicial do FC Porto, sem ser em 4x4x2, é “impensável”.
Voltar às origens do 4x3x3?
No entanto, face às soluções que o plantel azul e branco apresenta atualmente, voltar ao sistema de 4x3x3 não seria a melhor forma de potenciar, ao máximo, a qualidade da equipa?
Digo isto porque Uribe, Sérgio Oliveira e Vitinha, hoje, têm de ser indiscutíveis. E, para os três jogarem, o sistema de 4x4x2 não seria o mais adequado. É sabido de antemão que, o duplo pivô, é algo indispensável para Sérgio Conceição, mas creio que é altura do treinador adaptar as suas ideias face aos jogadores que tem.
Grande noite, Dragões! 👏🏼 Estamos na luta, acreditem connosco 💙#Vitinha pic.twitter.com/3xuMLvlY9Z
— Vítor Ferreira (@vitinha) October 19, 2021
Relativamente à dupla de ataque, creio que Taremi garante golo e estabilidade ofensiva suficiente – atualmente é muito superior a Toni Martinez e Evanilson, dá garantias “sozinho”.
Mudaria muita coisa na concepção de Sérgio Conceição? Sim, muitas coisas teriam de mudar. A pressão com dois atacantes na frente é diferente de uma pressão com dois jogadores, e, com três jogadores no meio campo, a mesma coisa.
Algumas dinâmicas teriam de mudar, claramente. Poderia ser algo arriscado alterar de “sistema base” a esta altura da época ? Sim, poderia. Contudo, repito, face aos jogadores que os dragões têm hoje em dia, creio que a equipa alçava para um nível superior com esta mudança tática.
Mais jogadores de qualidade dentro de campo, maior posse de bola, estabilidade na consistência defensiva e grande fulgor ofensivo: o FC Porto em 4x3x3 potencializa uma categoria diferente.