5 promessas que não se afirmaram nas balizas do FC Porto

    Como todos os grandes clubes, o Futebol Clube do Porto não só tenta contratar os guardiões que garantam sucesso imediato, mas também procura contratar ou aproveitar da sua formação os melhores talentos para a sua baliza nos anos vindouros.

    No entanto, várias destas jovens promessas acabaram por não singrar no clube por diversas razões, desde lesões graves a falta de oportunidades. Pelo facto de este ser um top5 e de o número de casos ser substancial, foram escolhidos guarda-redes que passaram pelos Dragões no século XXI.

    Não só a qualidade ou a idade (igual ou abaixo dos 23 anos quando assinaram pelo Porto, no caso de contratações) foram tidos em conta para esta escolha como também o quão mais perto ou mais longe estiveram de assumirem a baliza portista.

    5.

    Tiago Maia – Com a formação toda feita no FC Porto, o guardião foi campeão em Sub19, Sub17 e Sub15. Maia jogou em todos os escalões de formação portista, sendo titular absoluto nos juvenis e nos juniores.

    Em paralelo, o guarda-redes também era chamado às seleções jovens, obtendo 22 internacionalizações entre os escalões Sub18, Sub19 e Sub20. Pelas seleções jovens, o atleta esteve no Europeu Sub19 de 2010, onde foi titular, e no Mundial Sub20 de 2011, no qual Portugal se sagrou vice-campeão.

    Em 2010/2011, Tiago Maia viveu o período de maior destaque no FC Porto não só pela Campeonato Nacional de Juniores e o troféu internacional Blue Stars/ FIFA Youth Cup, mas também por estar no banco de suplentes de uma partida da equipa principal.

    4.

    Paulo Ribeiro – O único desta lista que não passou pela formação azul e branca. Já com duas épocas na equipa sénior e com 14 jogos pelo Vitória FC e uma Taça de Portugal, o jovem com 21 anos seguiu para o Estádio do Dragão para se juntar aos fortes concorrentes Vítor Baía e a Helton, na luta pela baliza azul e branca.

    Paulo Ribeiro também já tinha um percurso nas seleções jovens com destaque para a presença no Euro Sub19 de 2003 e no Torneio de Toulon de 2004 aos quais ainda adicionou já no Porto a convocatória para dois Europeus Sub21 em 2006 e 2007. Entre a Seleção B, Sub21, Sub20, Sub19 e Sub18, o atleta completou 33 internacionalizações.

    Já no clube portista fez a sua estreia logo na primeira época em 2005/2006, onde esteve muitas vezes no banco de suplentes. O primeiro e único jogo foi com o Marco a contar para a quarta eliminatória da Taça de Portugal.

    Na época seguinte, com Vítor Baía totalmente recuperado, Paulo Ribeiro apenas teve quatro presenças no banco de suplentes e acabou por ser emprestado já em 2007/2008 para o Olhanense da II Liga. Com utilização reduzida, o guardião formado no Vitória FC ainda seria novamente emprestado na temporada seguinte a outro clube algarvio, o Portimonense.

    O final de contrato com os portistas chegou e o atleta acabou por se manter nos escalões secundários. Destaque para os cinco anos no Desportivo de Chaves, onde teve maior utilização e festejou duas subidas de divisão para a Segunda Liga e para Primeira Liga. O guardaredes acabou por terminar a carreira aos 36 anos no Pinhalnovense no Campeonato de Portugal em 2019/2020.

    3.

    Hugo Ventura – Mais uma pérola da formação do FC Porto, Hugo Ventura destacou-se ao ponto de disputar com o Rui Patrício a titularidade nas seleções jovens nacionais. Em 2006/2007, Ventura com contrato profissional desde 2005 foi campeão nacional de juniores A e na época seguinte aos 20 anos fica mesmo no plantel principal.

    O treinador Jesualdo Ferreira colocou-o várias vezes no banco com a lesão de Helton e deu mesmo uma oportunidade para se estrear a titular na época sénior na última jornada frente à Naval e sagrar-se assim campeão nacional.

    Em 2008/2009, a concorrência manteve-se, mas o jovem aproveitou a Taça da Liga para fazer dois jogos e teve ainda a possibilidade de voltar a ser campeão nacional depois de substituir Nuno Espírito Santo na baliza aos 68´ na penúltima jornada frente ao Trofense.

    Sem equipa B na altura, os responsáveis portistas viram a necessidade de emprestar o atleta. Ventura foi titular nas duas primeiras épocas cedido ao Olhanense e ao Portimonense, ambos na I Liga. Contudo, no regresso a Olhão em 2011/2012, o jogador não efetuou qualquer jogo e voltou ao Porto, mas sem contar para o treinador Vítor Pereira.

    Em janeiro de 2013, o guarda-redes é colocado na transferência do médio Marat Izmailov de Alvalade para o Dragão e Ventura vai por empréstimo para o Sporting com opção de compra. O guardião internacional jovem acaba por só fazer jogos pela equipa B leonina e sai no final da época. No Porto, também não fica e acerta a rescisão de contrato, seguindo para Vila do Conde.

    No Rio Ave, também só fica uma época depois de ter sido apenas segunda opção tapado por Ederson Moraes e sai só com três jogos realizados. Em 2014/2015, Ventura volta a Lisboa, mas para jogar no Belenenses. Em Belém, o jogador conseguiu atravessar a melhor fase enquanto sénior, chegando a ser chamado à Seleção Nacional em 2015 por Fernando Santos para substituir o lesionado Beto.

    No entanto, a carreira acabaria no final de 2016/2017 aos 29 anos no Restelo já depois de ter uma utilização algo intermitente nessa temporada.

    2.

    Kadú O angolano chegou a Portugal com 13 anos para jogar no Belenenses, mas o talento era tanto que só ficou no Restelo meio ano, seguindo para o FC Porto.

    Aos 14 anos, o jovem jogava nos juvenis, mas era chamado para integrar alguns treinos dos seniores.

    Numa entrevista na altura em que estava na formação portista, Kadú explicou a opção pelos Dragões “pelo simples facto de ser o meu clube do coração” e revelou que não só tinha convites do Sporting e do Benfica como também do Manchester United e Inter de Milão que recusou.

    Em 2011/2012, o guardião foi promovido a terceira opção do plantel principal por Vítor Pereira, jogando também nos juniores e a 15 de outubro tornou-se o atleta mais jovem a jogar pela equipa principal, estreando-se ao entrar aos 82´ no jogo frente ao Pêro Pinheiro para a Taça de Portugal. No final da época, Kadú teve ainda oportunidade de se sagrar campeão nacional ao entrar nos últimos minutos na jornada derradeira frente ao Rio Ave.

    Na época seguinte, o angolano mantém-se na equipa principal e a jogar pelos sub19, porém não realiza qualquer jogo. Em 2013/2014, o Porto cria a equipa B e Kadú sobe um degrau competitivo ao jogar na II Liga e no final da época ainda está no banco de suplentes pela grave lesão de Helton e a saída de Bolat.

    Ainda faz mais uma época na equipa B e acaba por ser emprestado ao Varzim em 2015/2016. Na Póvoa, o atleta só faz oito jogos e termina a sua ligação ao FC Porto no final da temporada.

    Kadú passou então entre clubes na II Liga e no Campeonato de Portugal. Em 2022/2023, o jogador está no Alverca da Liga 3, mas em nenhuma época conseguiu alcançar a marca dos 20 jogos desde que saiu dos Dragões. Contudo, em setembro de 2021, Kadú fez a sua primeira internacionalização pela seleção Angolana frente à Líbia em jogo a contar para o Apuramento para o Campeonato do Mundo 2022.

    1.

    Bruno Vale – O guarda-redes de quem se depositava mais esperança desta lista e que era visto como o sucessor da lenda Vítor Baía. Bruno Vale chegou em 1997 do Vilanovense para jogar nos juvenis do FC Porto.

    O jogador foi ascendendo nos escalões de formação portistas e chegou à equipa B em 2001/2002, onde fez três épocas como titular. Em paralelo, o jogador ia também marcando presença em todas as seleções desde a de sub15.

    Em 2003/2004, temporada de sucesso nacional e internacional para o clube, Bruno Vale teve a oportunidade de se sagrar campeão nacional ao jogar 33 minutos na última jornada frente ao Paços de Ferreira. Essa época foi ainda marcada com a primeira e única internacionalização pela Seleção Nacional com 20 anos contra o Cazaquistão e é convocado por Luiz Felipe Scolari ao Europeu 2004, ao contrário do habitual titular Vítor Baía.

    Na temporada seguinte, Bruno Vale mantém-se a jogar na equipa B e só pontualmente foi convocado para encontros dos A´s. Sem espaço nos seniores pela presença de Vítor Baía e de Nuno Espírito Santo, o guardião é emprestado ao Estrela de Amadora, onde se assume como titular absoluto na Reboleira e é fundamental na campanha positiva do clube. No final da temporada, Bruno Vale foi ainda ao Euro sub21, onde fez dois jogos.

    Contudo, o atleta continua a cumprir o restante contrato com o FC Porto em empréstimos menos bem sucedidos, também com várias lesões pelo meio a limitarem o jogador.

    No final da época de 2009/2010, Bruno Vale termina o empréstimo ao Belenenses na I Liga, onde assume a titularidade na segunda volta, e cessa a ligação aos Dragões aos 27 anos.

    Na temporada seguinte, o atleta desceu um degrau e foi para a Segunda Liga jogar para a Oliveirense. Depois de duas épocas a jogar com grande regularidade em Oliveira de Azeméis, Bruno Vale emigra para o Chipre e vai para o Apollon Limassol, onde vive o período de maior regularidade. O guarda-redes realizou 298 jogos, incluindo competições europeias, e sete épocas a titular com três Taças e duas Supertaças do Chipre conquistadas.

    Em 2019/2020, Bruno Vale regressou a Portugal e à Oliveirense, onde acabou a carreira na interrupção das competições devido à Pandemia Covid-19. O atleta anunciou, na altura, a sua decisão nas redes sociais e destacou a importância de “ poder jogar e sagrar-me campeão com o meu clube do coração, o Futebol Clube do Porto”, entre agradecimentos às outras equipas que representou.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.