Campo difícil e adversário competente culminam no primeiro grande teste do FC Porto que, na primeira jornada da Liga Europa, deslocou-se à Áustria e venceu, já nos minutos finais, o RB Salzburgo.
Perante uma das equipas mais complicadas que irá defrontar nesta primeira fase da Liga Europa, Francesco Farioli lançou o seu onze base, apesar da inclusão de Pablo Rosário no lado direito em detrimento de Martim Fernandes. O objetivo era claro: dar continuidade a rotinas trabalhadas até ao momento – mas não teve sucesso.
Numa altura em que o FC Porto é das equipas mais interessantes de ver jogar na atualidade, o Salzsburgo demonstrou, principalmente na primeira parte, que estudou muito bem os dragões que, em nenhum momento, fizeram uma boa pressão como é habitual. Veiga, Froholdt e Alan Varela subiam no terreno e o espaço entre o meio-campo e defesa aumentava, com Yeo a destacar-se como a principal figura. Os austríacos saíam facilmente em construção, quebrando linhas, e, sem bola, perturbavam as ações dos atletas portistas – Zaidu à cabeça.
No entanto, as oportunidades criadas pelo conjunto de Farioli, além do golo anulado, foram dando confiança à equipa mesmo que não estivesse a fazer uma boa exibição. Foram 45 minutos de uma melhoria constante, ainda que com alguns sustos. Mas quando se tem um guarda-redes que dá pontos, a missão torna-se mais fácil.
Na volta dos balneários, seria expectável alterações logo a abrir, mas não foi isso que sucedeu. Apenas aos 53 minutos é que Farioli mexeu, e fê-lo em dose tripla, com as entradas de William Gomes, Francisco Moura e Martim Fernandes.
Com as substituições, os dragões aumentaram o ritmo e melhoraram a forma como estavam a encarar a partida. O treinador italiano soube acrescentar alternativas à equipa, apesar das dificuldades causadas pelo Salzsburg que fez uma exibição fantástica – compactos, fortes nos duelos e com uma energia que advém da juvenilidade do plantel. Sentiu-se um FC Porto desconfortável a nível defensivo, algo pouco habitual nesta época.
Mas, tal como aconteceu na primeira parte, o cansaço dos austríacos galvanizou os portugueses para aquele que seria o grande momento do jogo, já nos últimos minutos: o “golaço” de William Gomes, que se está a tornar no “melhor titular a vindo do banco”. De facto, o brasileiro está a provar que o contexto pode mudar o mindset do jogador. Talento sempre teve, mas teria de ser bem trabalhado.
Vitória importante, suada, que coloca os azuis e brancos noutra dimensão anímica. Se, no jogo jogado, já são uma equipa difícil de bater, com a “estrelinha” do seu lado, os adversários terão que correr o dobro para vencer o conjunto de Francesco Farioli.