Passo a explicar. Na vida, e principalmente no futebol, um universo onde a memória curta impera, a linha que separa a euforia da depressão é muito ténue. Poucos se recordarão que o Porto de Paulo Fonseca liderava à 8ª jornada com 5 pontos de avanço ou que, no ano transato, o Porto versão 2.0 de Lopetegui chegava à época natalícia no 1º posto do Campeonato. Mais, depois do jogo de ontem já serão poucos aqueles que darão relevo à anterior série de vitórias, assim como este empate será esquecido com uma vitória no próximo domingo.
Olhemos, então, para o calendário do FC Porto antes de nova paragem para as seleções: Club Brugge (Casa) e Benfica (Casa). O Porto tem, no espaço de uma semana, dois jogos perante os seus adeptos fundamentais na consolidação do seu processo enquanto equipa (tanto a nível de qualidade de jogo como de união do grupo) e para demonstrar que o jogo, e respetiva exibição, de ontem não foram mais que um acidente de percurso que dificilmente se voltará a repetir. Está, portanto, obrigado a conquistar os 6 pontos em disputa (3 para a Liga NOS e 3 para a Liga dos Campeões) para confirmar o bom momento e, por um lado, encurtar para 2 os pontos de distância que o separam do Benfica na tabela classificativa no Campeonato e, por outro, dar o salto na classificação do grupo G da Champions para lugar de apuramento para os oitavos de final da competição.
Em suma, o Porto está num processo evolutivo e é imperativo que o mesmo se desenvolva de braço dado com vitórias para que se crie uma onda e uma envolvente positiva entre toda a nação portista, sem nunca, no entanto, embandeirar em arco. Porque lembrem-se, há sempre uma linha que separa e, neste momento, essa linha tem dois nomes: Club Brugge e SL Benfica.