A melhor defesa é o ataque | FC Porto

    Que exibição do FC Porto! Não era uma deslocação fácil ao Jan Breydel Stadium, após um desaire na primeira volta do Estádio do Dragão, a vitória do Club Brugge por 0-4, mas desta feita, os pupilos de Sérgio Conceição mostraram como é jogar “à Porto”.

    À entrada para este duelo apenas a vitória interessava aos dragões. Com a classificação dos belgas para os oitavos cimentada, depois de não saberem o que era sofrer golos e perderem na prova milionária.

    Sérgio Conceição entrou com o mesmo onze que enfrentou o Benfica, na passada sexta-feira, e a mesma proposta de jogo em cima da mesa (4-4-2 losango a atacar, e 4-4-2 clássico a defender), pressão alta, principalmente nos médios de criação e recuperação ainda no último terço, com um bloco coordenado em todos os momentos do jogo, sejam ofensivos ou defensivos.

    A equipa portuguesa entrou com os “pés na porta” pressionando a equipa do Club Brugge na primeira fase de construção, com Eustáquio, muitas vezes, a aproximar-se do médio defensivo dos Blauw-Zwart, Onyedika, como forma de estancar as saídas de bola dos visitados.

    Sempre com o bloco alto, a pressionar, os quatro homens da frente: Galeno, Otávio, Taremi e Evanilson demonstram que a “melhor defesa é o ataque”.

    A nível ofensivo, a largura em todo o campo era evidente, com Eustáquio a baixar para construir no lado esquerdo e Uribe na direita a fazer o mesmo, dando aos laterais dos dragões amplitude para se juntarem a Galeno e Otávio que, respetivamente, fechavam no interior dando sempre opção de passe entre linhas.

    Os belgas não conseguiam sair com a bola controlada para o ataque, o que culminou na pouca avalanche ofensiva, não tendo nenhum lance de perigo ao intervalo da partida. A pressão alta do FC Porto viria mesmo a dar resultados com o golo de Taremi aos 32 minutos, após a recuperação no último terço de Otávio com um passe sublime, mais um na sua carreira, e Mehdi Taremi a finalizar com classe.

    Esta proposta de jogo foi fulcral na exibição do FC Porto, tendo várias oportunidades, ainda, na primeira parte de alargar o marcador, demonstrando a falta de eficácia que já em jogos anteriores tinha sido criticada por Sérgio Conceição.

    Apesar do volume de jogo portista, na volta dos balneários, foi necessário “Diogo Muro Costa” entrar em ação, não havendo adjetivos para as exibições do guarda-redes portista e da seleção nacional, após o grave erro de David Carmo que, até então, vinha a fazer uma das suas melhores exibições de dragão ao peito.

    Foram duas as defesas na marca dos 11 metros, aos 50 e 51 minutos. Uma delas anulada e a conversão de Lang, já a contar, que mudou a direção do remate do seu colega e mesmo assim não foi o suficiente para bater aquele, que hoje, é um dos melhores guarda-redes do mundo.

    Após o momento mágico de Diogo Costa, os níveis de agressividade aumentaram com dois amarelos para o Club Brugge aos 54 e 55 minutos. A pressão do FC Porto continuava e, mais uma vez, Galeno, que está cada vez mais confortável no sistema de jogo de Sérgio Conceição, ganha a bola no último terço e consegue desencadear o segundo golo dos dragões por Evanilson, depois de uma jogada atabalhoada na área do Brugge.

    A desforra estava perto de suceder… Ao minuto 60, após três minutos do segundo golo, viria o tento de Eustáquio em mais uma jogada de Galeno, desta vez pela direita, a cruzar, e Taremi que não foi nada egoísta, a dominar e a colocar o canadiano na cara de Mignolet.

    A cereja no topo do bolo viria aos 70´ com o FC Porto a desforrar-se do 0-4 no dragão, com, mais uma vez, Galeno na jogada a aproveitar o espaço entre o central e o lateral e a colocar em Otávio que deu uma autêntica prenda a Taremi para concretizar o seu bis.

    Diria que esta performance dos azuis e brancos resume aquela que é a ideia de jogo de Sérgio Conceição, processos simples e rigorosos ao nível da pressão, desde o ataque à defesa. Sem dúvida, uma das melhores exibições do FC Porto na presente temporada.

    Um resultado justíssimo para o FC Porto, face ao volume de jogo nos 90 minutos, depois de um início complicado com as derrotas em casa do Atlético de Madrid e na receção ao Club Brugge.

    Os dragões, com este resultado, conseguem passar aos oitavos de final da Liga dos Campeões com três vitórias consecutivas.

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    Miguel Costa
    Miguel Costa
    Licenciado em Jornalismo e Comunicação, o Miguel é um apaixonado por desporto, algo que sempre esteve ligado à sua vida. Natural de Santiago do Cacém, o jornalismo desportivo é o seu grande objetivo. Tem sempre uma opinião na “ponta da língua”, nunca esquecendo a verdade desportiva. Escreve com acordo ortográfico.