A CRÓNICA: CORPO EM VISEU, CABEÇA NO CLÁSSICO
O Fontelo vestiu-se a rigor para receber a primeira mão da meia-final da Taça de Portugal. E a verdade é que o jogo não exigia menos que isso: os viseenses recebiam em sua casa um dos grandes do futebol português, o FC Porto.
A verdade é que o evento era de gala, contudo, do primeiro tempo, não podemos afirmar isso. Primeiros quarenta e cinco minutos muito mornos, com pouco trabalho para os guardiões de ambas as equipas. Algumas pausas para assistência médica, passes falhados, perdas de bola, tudo muito amarrado: não era certamente com um espetáculo destes que os adeptos sonharam ao comprarem o seu bilhete.
Na segunda metade, cenário algo diferente. O espetáculo continuou a não ser o melhor, mas as oportunidades foram aparecendo. Incidiram com uma maior frequência na baliza da equipa da casa, mas não seria por esse motivo que o FC Porto conseguiria superiorizar-se, em termos de resultado, ao Académico de Viseu FC.
1-1 era o resultado final, num jogo onde o Académico de Viseu conseguiu sentir-se confortável nos vários períodos do jogo, conseguindo ser eficaz (algo raro para os viseenses) numa das únicas oportunidades claras de golo.
A FIGURA
João Mário – Foi, nos primeiros quarenta e cinco minutos, uma das principais dores de cabeça para os defensores azuis e brancos. Desapareceu um pouco do jogo no início da segunda metade, mas acabaria por reaparecer da melhor forma: cabeçada forte em resposta a um cruzamento da direita de Zimbabwe. É, sem dúvida, o principal nome por detrás deste enorme resultado para o Académico de Viseu FC.
O FORA DE JOGO
Exibição do FC Porto – Mais uma exibição paupérrima no currículo da turma de Sérgio Conceição. O resultado, por si só, acaba por ser extremamente negativo, sobretudo perante um adversário de uma divisão inferior, todavia a exibição nada conseguida dos azuis e brancos consegue ser ainda mais preocupante.
ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICO DE VISEU FC
A equipa da casa optou por apresentar-se num 4-4-1-1, onde João Mário, ponta de lança da equipa, recebia o apoio de Fernando Ferreira. Mais atrás, duas linhas de quatro compactas, permitindo muito pouco espaço aos jogadores visitantes. Nos corredores, Luisinho e Jean Patric apoiavam frequentemente os respetivos laterais, fechando a porta a possíveis incursões perigosas de Manafá e Saravia pelos corredores. Em termos ofensivos, nota para as saídas rápidas do Académico, normalmente conduzidas pelo poder de explosão de alguns dos homens mais avançados, como João Mário ou Jean Patric; a espaços, a pressão alta efetuada pelo Académico fazia a bola queimar nos pés dos azuis e brancos, por vezes resultando em recuperações de bola em zonas altas do terreno.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Ricardo Fernandes (5)
Rui Silva (5)
Pica (6)
Félix Mathaus (6)
Lucas Silva (5)
Zimbabwe (6)
João Oliveira (7)
Fernando Ferreira (5)
Luisinho (5)
Jean Patric (5)
João Mário (7)
SUBS UTILIZADOS
Anthony Carter (4)
Bruninho (-)
Diogo Santos (-)
ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO
Com diversas alterações no onze inicial, Sérgio Conceição decidiu apostar na prata da casa para este embate em Viseu. Outra mudança na estrutura da equipa foi a inclusão de um segundo ponta de lança no onze inicial, ficando, portanto, o desenho tático dos dragões mais semelhante a um 4-4-2. No que toca ao jogo jogado, poucas dinâmicas, intensidade baixa, pouca imaginação: assim se caracterizou a exibição do FC Porto durante a maioria do encontro. Pouco jogo pelos flancos, muita insistência pelo centro do terreno, onde os homens da casa pareciam ter a situação controlada.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Diogo Costa (4)
Saravia (4)
Mbemba (5)
Diogo Leite (5)
Manafá (4)
Loum (5)
Vítor Ferreira (7)
Romário Baró (5)
Luis Díaz (5)
Marega (4)
Zé Luís (6)
SUBS UTILIZADOS
Nakajima (5)
Jesús Corona (5)
Soares (4)
Foto de Capa: Diogo Cardoso/Bola na Rede
Artigo revisto por Diogo Teixeira