Uma de avanço, quatro dão descanso | Royal Antuérpia FC 1-4 FC Porto

    Terceira jornada da fase de Grupos da Liga dos Campeões. Depois das derrotas de SL Benfica e SC Braga na noite anterior, cabia ao FC Porto, pese embora a excelente exibição dos bracarenses frente ao todo-poderoso Real Madrid, tentar limpar a face do futebol português e contribuir com mais alguns (tão necessários) pontos no ranking europeu.

    Os Dragões viajaram para a Bélgica com três pontos na bagagem e entraram em campo a saber o resultado do outro jogo do grupo. O FC Barcelona bateu, em casa, o Shakhtar Donetsk por 2-1 e reforçou a liderança do grupo com nove pontos. Ora esse resultado deixava via aberta para os protistas se isolarem no segundo lugar do grupo.

    O empate seria o bastante para o cimentar do segundo posto, mas frete ao sexto classificado da liga belga e último do grupo da Liga dos Campeões, cabia ao FC Porto assumir as rédeas do jogo e trazer todos os pontos em disputa na bagagem na viagem de regresso a Portugal.

    O onze do FC Porto apresentou duas grandes surpresas. Wendell (durou 40 minutos) e Pepe recuperaram de lesão e foram lançados por Sérgio Conceição. O FC Porto entrou no habitual 4x4x2 com galeno a dar largura na esquerda e André Franco a partir da direita para movimentos interiores, deixando o corredor para João Mário. Carmo fez dupla com pepe, Eustáquio fez parelha com Alan Varela na zona central do meio-campo e Pepê, desta vez, jogou no apoio a Taremi.

    Mark Van Bommel, treinador do Antuérpia FC e antigo jugador do FC Barcelona e da seleção dos Países Baixos, distribuiu as peças do seu xadrez num 4x2x3x1 muito pressionante e com um meio-campo muito rotativo. À frente de Butez, guarda-redes, De Laet, na direita, Alderwireld e Coulibaly na zona central e Bataille, na esquerda, formaram o quarteto defensivo. Yusuf, médio com um porte físico imponente, e Vermeeren, um jovem de 18 anos de muita qualidade, juntaram-se no meio-campo e Ekkelenkamp, Muja e Balikwisha formaram um trio móvel de apoio a Janssen, o ponta-de-lança.

    Apesar do favoritismo, à partida, do conjunto portista, os comandados de Sérgio Conceição protagonizaram uma primeira parte sofrível. Muito errática no passe, pouco agressiva nos duelos e lenta nas transições, os dragões foram presa fácil para um Antuérpia FC que entrou personalizado em todos os momentos do jogo e aproveitou a apatia azul e branca para impor o seu jogo. Sempre mais sagazes na disputa da bola, os belgas foram somando vitórias nos duelos físicos e nas segundas bolas, às quais juntaram velocidade no ataque ao último terço e foram empurrando o FC Porto para a sua defesa, chegando ao intervalo a vencer por 1-0.

    Apesar do domínio territorial ao longo de toda a primeira metade do jogo, até foi o FC Porto a criar mais perigo (por intermédio de Taremi e Galeno) antes dos homens da casa chegarem ao golo. Uma perda de bola de Alan Varela na transição ofensiva apanhou a equipa em contrapé e depois de uma série de ressaltos a bola terminou nos pés de Yusuf que, já dentro da área, abriu o ativo.

    Depois disso, Wendell lesionou-se no músculo do gémeo esquerdo e obrigou Sérgio Conceição a mexer na equipa. Sem Zaidu no banco, entrou Evanilson. André Franco assumiu, novamente, a posição de lateral esquerdo, Pepê transitou para a esquerda e o avançado brasileiro juntou-se a Taremi no eixo do ataque. Poucos minutos depois, o árbitro apitou para o intervalo e levou todos os jogadores para o balneário.

    Depois de dar uma parte de avanço ao seu adversário, a equipa portista entrou na segunda parte transfigurada. O que quer que tenha sido que Sérgio Conceição e a sua equipa transmitiram aos jogadores nas cabines, resultou. Bastaram dez minutos para o FC Porto dar a volta ao marcador.

    Mais ligada, a equipa elevou os índices de agressividade, igualou o ímpeto nos duelos e a diferença de qualidade das equipas fez o resto. Logo após o reatar, Evanilson (grande noite para o brasileiro) empatou o jogo e Eustáquio, poucos minutos depois, após bela jogada de João Mário na direita, colocou os dragões na frente.

    O Antuérpia FC foi tentando remar contra a maré, mas o foi sempre o FC Porto que mais e melhor se aproximou da baliza contrária. Os belgas ainda levaram uma bola à trave da baliza de Diogo Costa, no seguimento de um canto, e somaram mais um ou outro momento de calafrio no último reduto portista, mas, quase sempre em transição rápida, a explorar as costas da defesa, os azuis e brancos foram sempre mais perigosos e, com naturalidade, foram avolumando o resultado.

    Evanilson, homem do jogo, fez balançar as redes belgas por mais duas ocasiões. Primeiro, numa fantástica jogada coletiva que terminou com uma finalização, na zona de penalty não menos espetacular e, depois, num chapéu perfeito de aba larga ao guarda-redes do Antuérpia FC, após brilhante passe de Taremi.

    Dois momentos sublimes da equipa e do brasileiro que espelharam bem aquilo que os dragões foram capazes de fazer na segunda parte e que carimbaram mais uma grande noite europeia de Sérgio Conceição, que mexeu sempre bem na equipa, e do seu FC Porto que é agora segundo classificado a solo e que está bem encaminhado para chegar aos oitavos-de-final da competição.

    Se na primeira parte assistimos a uma apatia geral dos onze jogadores em campo e a segunda teve em Evanilson a figura principal, fica a última nota para mencionar David Carmo que fez, porventura, a melhor exibição (há muito que procurava um jogo assim) desde que assinou pelo FC Porto.

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    Bernardo Lobo Xavier
    Bernardo Lobo Xavierhttp://www.bolanarede.pt
    Fervoroso adepto do futebol que é, desde o berço, a sua grande paixão. Seja no ecrã de um computador a jogar Football Manager, num sintético a jogar com amigos ou, outrora, como praticante federado ou nos fins-de-semana passados no sofá a ver a Sporttv, anda sempre de braço dado com o desporto rei. Adepto e sócio do FC Porto e presença assídua no Estádio do Dragão. Lá fora sofre, desde tenra idade, pelo FC Barcelona. Guarda, ainda, um carinho muito especial pela Académica de Coimbra, clube do seu pai e da sua terra natal. De entre outros gostos destacam-se o fantástico campeonato norte-americano de basquetebol (NBA) e o circuito mundial de ténis, desporto do qual chegou, também, a ser praticante.