Enquanto portista, e como é de esperar, o resultado na Champions foi algo que não me caiu bem, principalmente porque foi num dos estádios mais temidos da Europa. Pois bem, nesta última semana o dragão não voou muito alto… Questiono-me enquanto mero adepto. Será que é culpa de Paulo Fonseca? Será que é culpa dos jogadores? Perguntas de bancada (ou não) que muitas vezes não obtêm resposta. O que é sabido é que as exibições do Porto não têm sido muito felizes. Os azuis e brancos iniciam os jogos sempre com uma chama elevada que se vai desvanecendo ao longo do jogo, até não existir mais.
Esta situação é algo que tem vindo a ser constante neste início de temporada. A posse de bola astronómica parece ser, por vezes, fogo de vista. Este ano temos um Porto igualmente forte, em plantel, mas não finalizador. A posse de bola é imensa mas os golos tardam em aparecer, e, quando aparecem, são conseguidos com muita dificuldade. O meio campo azul e branco tem grande dificuldade em manter a eficácia de passe, algo que se tem vindo a notar desde o início da época. Será Defour que não cumpre ou é a ausência do talento de Moutinho? Penso que ambas. Moutinho dava segurança no meio campo portista, era o coração das transições atacantes, um talento que marcava a diferença. Defour tem vontade e tenta cumprir mas, pessoalmente, não é um Moutinho. A eficácia de passe é notada a olhos vistos. Defour é um bom jogador, mas não é o antigo número oito dos dragões. Penso que esta simples alteração explica grande parte da ineficácia azul e branca. O meio campo portista já não funciona como um relógio suíço, mas sim como um relógio suíço, algo quebrado.

No encontro ibérico vimos um início de encontro com um Porto coeso, que, mais uma vez, rapidamente se tornou numa monotonia futebolística. O golo madrugador deu vontade aos jogadores para mais, mas tal não conseguiram entregar. Foram inúmeros os erros de ambas as equipas, o que transformou um expectante jogo de noite de Champions num sonolento encontro. A equipa portista, novamente, mostrou uma qualidade de passe muito abaixo da média que está habituado a oferecer aos seus adeptos, e a desconcentração ataca sempre o 11 numa altura crucial do jogo. O dragão vivo passa a um dragão adormecido, que se sujeita a sofrer golos ou marca muito poucos. Já dizia o outro que quem não marca sofre; esta velha máxima pode-se aplicar a este Porto desanimado, outrora apaixonante. É de notar que este “novo” Porto se contenta com pouco. Por outras palavras, há qualidade mas não há vontade. Isto é tudo muito subjectivo quando se trata da opinião de um mero espectador de bancada, mas, no entanto, a verdade é que o Porto já não é o Porto a que nós, os portistas, estamos acostumados, e isso é visível. O papel de Paulo Fonseca neste contexto é questionável. Certas opções tácticas deste jovem treinador deixam muitos portistas desconfiados e desagradados. Será que é muita areia para a sua camioneta?
Neste fim-de-semana o Porto encontra o Arouca, fora: um teste supostamente muito fácil para um pós-Champions. Como irá o Porto reagir depois do último resultado? Penso que é uma pergunta que se coloca. Na minha humilde opinião, não tenho grandes dúvidas de que irá vencer, por lógica; pelo menos é isso que espero. O que anseio observar é a tal chama mencionada anteriormente, já que o Porto entra com qualidade e passados 45 minutos cansa-se e não lhe apetece mais. Basicamente é isto que sinto quando vejo o Porto a jogar, infelizmente. Arouca é um teste fácil, se calhar demasiado fácil para este Porto que talvez necessitasse de um encontro mais exigente para espevitar a sua paixão e sentido de responsabilidade enquanto a grande equipa que a considero, e que é. Enquanto adepto portista, espero que neste encontro se veja um Porto mais coeso, mais concentrado, de passe prático, objectivo e eficaz; um dragão apaixonado e apaixonante que pratica um futebol fantástico e elegante. Para este jogo espero um verdadeiro Porto!