Fim de Semana de loucos na liga NOS, as quatro melhores equipas a atuar em Portugal tinham sérios desafios com o calendário a ditar encontros especiais entre todas elas. Derby no Norte e no Sul, com o vencedor claro, o Sporting Clube de Portugal.
A equipa comandada por Jorge Jesus venceu o seu maior rival, por um resultado espantosamente volumoso e injusto. No seu regresso à catedral da Luz, que festejava o seu aniversário, quem teve razões para celebrar foram os leões. Num jogo pouco brilhante, muito táctico, muito mal disputado e muito faltoso, onde Slimani, Teo e Samaris a beneficiarem do péssimo trabalho de Xistra ao não serem punidos com expulsões, quem sobressaiu foram os adeptos do Benfica a demonstrarem uma atitude fantástica de apoio às suas cores.
Com a vitória saborosa para os sportinguistas, depois de semanas intensas de pressões e especulações indelicadas e insultuosas, o Futebol Clube do Porto estava dependente de si próprio para se manter no comando do campeonato. Tal não aconteceu porque do outro lado estava um adversário disciplinado, organizado e confiante, o Sp. Braga. Os guerreiros do Minho interromperam a série de 20 vitórias consecutivas dos azuis e brancos na sua casa, com um empate azedo a zero bolas, empurrando assim o FC Porto para o segundo lugar, e colocando o Sporting CP pela primeira vez em dois anos, líderes isolados do campeonato.

Fonte: FC Porto
A pergunta tem o seu carácter retórico, já que desde que Julen Lopetegui assumiu a equipa, os adeptos não sentem outra coisa que não uma instabilidade constante da equipa quando tem a obrigação de ganhar. Fazendo um breve rewind, quem não se lembra no ano passado, à 18.ª Jornada quando Benfica e Porto perdem nas deslocações à capital do móvel e aos Barreiros e o Porto alimentava a sua distância de seis pontos para o Benfica, e quem não se recorda nesse mesmo ano, quando os pupilos de Lopetegui se deslocaram ao campo do Nacional empatando a uma bola à 26.ª Jornada, quando uma hora e meia antes os Bicampeões nacionais tinham perdido por dois a um com o Rio Ave.
Nesta época corrente a saga das “prendas de Lopetegui” continua, em primeiro lugar à 2.ª Jornada quando Sporting e Benfica perdiam os seus primeiros pontos na competição, a equipa portista não quis ficar atrás e empatou novamente nos Barreiros, onde não ganham à quatro anos consecutivos. No domingo assistiu-se a mais um episódio, desta série torturante para os amantes do FC Porto.
Tudo bem que os portistas ainda não sabem o que é perder esta época, e que são a melhor defesa em Portugal e ainda a equipa que mais projeta o nome do nosso país além fronteiras, pelo excelente desempenho futebolístico que apresenta e não por ter clubes fantasmas por aí ou por projeções de fanatismo triste e desrespeito públicos perante adversários e jogadores do clube. Mas é preciso agarrar oportunidades, é preciso outra garra nos momentos decisivos, é preciso uma Mística, que tanto caracterizou os dragões no passado recente.
Se não existir inteligência, carácter e determinação nas várias fases da época em geral, não se ganha campeonatos ou quaisquer outros troféus. Há que dar um murro na mesa e demonstrar quem realmente são os melhores, porque não basta dizer, há que fazer. Cada noventa minutos que o FC Porto joga é para ser encarado como um jogo chave e não apenas mais um jogo. A família portista tem o exemplo negativo do ano transato e está nas mãos dos mesmos que tal coisa não se passe mais um vez, quem está ao leme deve impor outro rigor.

Fonte: FC Porto
O FC Porto neste momento só depende de si para ser campeão, com o Benfica já na corda bamba e o Sporting com uma confiança emergente, cabe aos azuis e brancos virar esta página de fragilidade inicial e transformá-la numa temporada de sucessos e conquistas. Os melhores não ganham sempre, mas ninguém tem o direito de tirar a ambição e identidade àqueles que são os supremos favoritos. Nunca baixar os braços.
Tudo nosso nada deles.
Foto de Capa: FC Porto