Club Atlético de Madrid 0-0 FC Porto: Empate teimoso em partida que nunca aqueceu

A CRÓNICA: MADRILENOS E PORTISTAS MAIS PREOCUPADOS EM NÃO SOFRER GOLOS

FC Porto e Clube Atlético de Madrid, liderados pelos “homens teimosos” Sérgio Conceição e Diego Simeone, defrontaram-se esta quarta-feira, na primeira grande noite de Liga dos Campeões para ambos clubes nesta época de 2021/2022.

Antigos colegas na SS Lazio, perspectivava-se um duelo entre duas equipas rijas, compactas e difíceis de bater. Com ambas equipas confortáveis sem a bola, foram os da casa, no Wanda Metropolitano que ainda tem aquele cheiro a novo, a assumir a posse de bola nos primeiros minutos.

Com duas oportunidades dentro dos primeiros 10′, para Suárez e Taremi, o caudal ofensivo dos colchoneros foi-se diluindo, e o conforto portista instalando-se.

Sem grandes oportunidades, ambas equipas mostravam seguir a sua filosofia de jogo – não sofrer é mais importante do que marcar muitos. Diogo Costa e Oblak foram meros espectadores após as iniciais aproximações à baliza, e o marcador permaneceu intocável ao intervalo.

Sem grandes alterações na forma de jogar de qualquer uma das equipas, a segunda parte da partida seguiu na mesma linha da primeira. Pouco jogo interior, muita procura pelos flancos, e, principalmente, um jogo sempre muito afastado das balizas.

Otávio atingiu o poste com um cruzamento que saiu “demasiado” próximo da linha final, com uma das melhores oportunidades do jogo – algo também que mostra a qualidade da partida.

Muitos passes errados, poucas definições de lances de forma certeira, e mesmo as oportunidades surgiam de ofertas de bola do adversário. Foi assim que a bola entrou pela primeira vez na baliza, com Taremi a aproveitar um mau atraso de Lodi para Oblak. Contudo, um ligeiro toque com a mão na bola acabou mesmo por invalidar o golo do avançado iraniano.

As mexidas de cada treinador não surtiram propriamente o efeito desejado, com pouca inspiração individual por parte dos protagonistas.

A partida acabou mesmo num empate sem golos. Ambas equipas estiveram mais preocupadas em não sofrer golos, e nenhuma foi capaz de mostrar qualidade e criatividade para importunar realmente o adversário.

A FIGURA
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Diogo Costa – não era fácil a decisão de destacar algum jogador desta partida, mas Diogo Costa merece todo o mérito por mais uma exibição absolutamente sólida, a mostrar uma confiança brutal para um jogador a fazer apenas o seu segundo jogo na Liga dos Campeões. Hoje não foi chamado a defesas tão espetaculares como no jogo passado frente ao Sporting CP, mas nem por isso deixou de cumprir sempre que foi chamado, sempre com uma tranquilidade inspiradora para os jogadores e equipa técnica do FC Porto.

O FORA DE JOGO

Ataque de ambas equipas – já era esperado um jogo com poucos golos numa partida entre equipas de Simeone e Conceição. Mas este 0-0 no Wanda Metropolitano mostrou muito pouca qualidade ofensiva, quer coletivo como individual. Ainda assim, marca mais negativa para o do Club Atlético de Madrid, apenas devido às expectativas existentes daquilo que um ataque formado por Félix, Suárez e depois Griezmann e Correa seriam capazes.

ANÁLISE TÁTICA – CLUB ATLÉTICO DE MADRID

Diego Simeone, tal como tem sido habitual, apresentou uma equipa que conseguia apresentar-se em dois sistemas ligeiramente distintos, com algumas trocas posicionais de certos jogadores. Um 3-5-2 de início, com Llorente como ala-direito, Ferreira-Carrasco na esquerda, e Hermoso como central pela esquerda. Koke, Kondogbia e Lemar formavam um trio no meio-campo, com o ex-Mónaco claramente mais adiantado, próximo de Félix e Suárez, com os outros dois a fazerem as vezes como médio mais recuado e interior direito.

Lemar tentava explorar as costas dos médios portistas, mas, apesar de o ter conseguido uma ou outra vez nos primeiros minutos, a marcação cerrada de Grujic acabou por tirá-lo do jogo. Na frente, tanto Félix como Suárez variavam entre a descida no terreno para procurar oferecer apoios frontais e na rotura na profundidade.

Á medida que o jogo avançava, o treinador argentino procurou tornar o Club Atlético de Madrid mais ofensivo, inicialmente com a passagem para o 4-4-2 apenas com a troca entre Lemar e De Paul, e depois retirando um dos centrais para introduzir jogadores mais criativos.

ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES

Oblak (6)

Giménez (6)

Felipe (5)

Hermoso (5)

Marcos Llorente (6)

Kondogbia (6)

Koke (6)

Lemar (5)

Carrasco (6)

João Félix (5)

Luis Suárez (5) 

SUBS UTILIZADOS

De Paul (6)

Renan Lodi (6)

Griezmann (5)

Correa (5)

Herrera (-)

ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

Fiel aos seus princípios, mesmo contra adversários superiores no plano teórico, Sérgio Conceição manteve o seu 4-4-2 habitual. As dinâmicas com bola eram praticamente as mesmas dos jogos internos – Otávio, extremo do lado direito, joga praticamente como médio, oferecendo todo o espaço do flanco ao lateral, neste caso Jesús Corona; já do outro lado, Luis Díaz posicionava-se mais aberto e alto no campo, procurando mais os duelos diretos com o ala adversário. Toni e Taremi ocupavam diversas áreas na frente, sempre a oferecer mobilidade e apoios aos médios do FC Porto.

Já sem bola, os dragões apresentaram-se num bloco médio, sem pressionar em demasia a primeira linha de construção colchonera, mas sim mais preocupado em bloquear as linhas de passe para os três médios. Grujic foi também o encarregado de estar mais atentos aos movimentos entrelinhas tanto de Lemar inicialmente como de De Paul. Uribe saía mais à pressão de Koke e Kondogbia, os jogadores mais encarregues pela primeira ligação entre defesa e ataque.

ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES 

Diogo Costa (7)

Tecatito Corona (5)

Pepe (6)

Chancel Mbemba (6)

Zaidu Sanusi (4)

Marko Grujic (6)

Matheus Uribe (6)

Otávio (5)

Luis Díaz (6)

Toni Martínez (5)

Mehdi Taremi (5)

SUBS UTILIZADOS

Wendell (6)

 Marcano (6)

Vitinha (6)

Sérgio Oliveira (5)

Pepê (-)

Alexandre Matos
Alexandre Matoshttp://www.bolanarede.pt
O Alexandre é um jovem que estuda Ciências da Comunicação no Porto. Apaixonado por tudo o que seja desporto, encontra a sua maior obsessão no futebol. Como não tinha grande jeito para jogar, decidiu que o melhor era apostar no jornalismo desportivo. Amante incondicional de bom futebol, não tem medo de dar a sua opinião nem de ser polémico. Sendo qualidades inerentes à profissão que deseja exercer no futuro, rege-se pela imparcialidade e pelo critério jornalístico na sua escrita.

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