A CRÓNICA: UMA MASTERCLASS DE BEM DEFENDER
Belenenses SAD e FC Porto empataram esta noite, sem golos, no Estádio do Jamor. Em jogo a contar para a 17.ª jornada do campeonato, a equipa de Sérgio Conceição dominou mas não conseguiu desmontar a excelente organização da defesa do Belenenses SAD.
Numa primeira parte sem qualquer golo, viu-se um Belenenses SAD a criar perigo mais nas costas da defesa portista e um FC Porto com algumas dificuldades pela falta de entrosamento na equipa. As duas grandes oportunidades de golo foram de meia distância por Sérgio Oliveira e Felipe Anderson.
Na segunda parte, o domínio do FC Porto esbarrou numa defesa do Belenenses SAD bem montada e ainda melhor organizada. Aos 86’, Nanú tem um choque aparatoso com Kritciuk e deixa o relvado de ambulância. A partir daí, os dragões não mais conseguiram voltar ao jogo e o Belenenses SAD soube jogar com o momento.
Final da partida!
Belenenses SAD e Porto empatam a zeros no Jamor. Os “dragões” cedem assim 2 pontos na deslocação a Lisboa e podem ver os rivais a aproximarem-se da segunda posição.Liga NOS (#17) | Belenenses SAD 0-0 FC Porto#LigaNOS #BFSFCP pic.twitter.com/dCnyc4SAD8
— VSPORTS (@vsports_pt) February 4, 2021
Com este resultado, o FC Porto deixa dois pontos em Lisboa e pode ver o líder Sporting CP aumentar a vantagem para seis pontos. O Belenenses SAD conquista um precioso ponto na fuga aos lugares de despromoção.
A FIGURA

Defesa do Belenenses SAD – A linha da retaguarda da equipa orientada por Petit, mostrou-se muito segura e bem organizada durante o jogo todo. Extremamente concentrados, os defesas do Belenenses SAD souberam suster os períodos de maior fulgor atacante do FC Porto e concederam pouco espaço entre linhas para os azuis e brancos explorarem.
O FORA DE JOGO

Lance aparatoso com Nanú – Num lance de extrema infelicidade, o jogador do FC Porto chocou com Kritciuk e acabou por desmaiar e sair do relvado de ambulância. O Bola na Rede deseja a rápida recuperação ao defesa dos azuis e brancos.
ANÁLISE TÁTICA – BELENENSES SAD
O Belenenses SAD apresentou-se no habitual 3-4-3, com algumas alterações face ao último jogo (derrota nos Açores frente ao Santa Clara). Na defesa, Calila e Tomás Ribeiro entraram para os lugares de Danny Henriques e Rúben Lima. Na linha intermédia, Bruno Ramires saiu do onze e Sithole ocupou a sua vaga. No ataque, Afonso Taira, Richard e Cassierra deram o lugar a Afonso Sousa, Varela e Miguel Cardoso.
No momento defensivo, a equipa orientada por Petit colocou-se em 5-2-3, com Calila e Esgaio a juntarem-se na linha defensiva aos centrais. O movimento atacante do Belenenses SAD foi maioritariamente através de ataques rápidos, com lançamento longos a explorar a profundidade. Na primeira parte, o tridente atacante da equipa de Petit não se deu à marcação e as trocas frequentes de posição entre Afonso Sousa, Varela e Miguel Cardoso confundiram muitas vezes a defensiva do FC Porto.
Na segunda parte, Petit equilibrou a equipa com as substituições que fez, refrescando os três setores. A equipa do Belenenses SAD mostrou-se bastante coesa no momento defensivo, deixando pouco espaço entre linhas para o adversário explorar.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Kritciuk (8)
Gonçalo Silva (7)
Henrique (7)
Tomás Ribeiro (8)
Calila (5)
Cafu Phete (6)
Sithole (5)
Tiago Esgaio (7)
Afonso Sousa (5)
Varela (6)
Miguel Cardoso (7)
SUBS UTILIZADOS
Cassierra (5)
Taira (5)
Rúben Lima (4)
Bruno Ramires (4)
Richard (-)
ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO
A equipa de Sérgio Conceição apresentou-se num claro 4-4-2 com Taremi e Evanilson a compor a frente de ataque. Felipe Anderson era o médio ala que tinha uma maior liberdade para se juntar à dupla Sérgio Oliveira e Uribe, enquanto Fábio Vieira se fixava no corredor direito.
Devido à falta de entrosamento e às condições do relvado, viu-se uma equipa a tentar procurar a profundidade (de forma muitas vezes desnecessária) oferecida essencialmente por Evanilson (com Taremi a recuar e a posicionar-se de costas), mas também os remates de meia-distância que acabaram por se tornar nas grandes oportunidades de golo. A variação de flanco começou a ser uma alternativa para uma equipa com poucas ideias. Em termos defensivos, foram visíveis algumas dificuldades criadas pela linha ofensiva veloz do Belenenses SAD.
Já na segunda parte, Luis Díaz acabou por ser a substituição que prometia criar uma irreverência num ataque pouco móvel. A verdade é que mesmo com as posteriores entradas de Marega e Tecatito Corona, o FC Porto não teve capacidade de desmontar a defesa do Belenenses SAD. Foi um dia não só marcado pela incapacidade e cansaço da equipa, como pelo incidente com Nanú que influenciou sem dúvida os minutos finais.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Marchesín (6)
Nanu (5)
Mbemba (3)
Pepe (4)
Manafa (5)
Fábio Vieira (6)
Uribe (6)
Sérgio Oliveira (6)
Felipe Anderson (3)
Evanilson (3)
Mehdi Taremi (4)
SUBS UTILIZADOS
Luis Díaz (3)
Marega (3)
Corona (4)
Zaidu (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Belenenses SAD
BnR: Petit, na primeira parte os três homens da frente mostraram muita mobilidade e trocaram frequentemente de posição entre si, acabando por confundir as marcações da defesa do FC Porto. Para a segunda parte fixou Varela no meio, ele que tinha estado mais no corredor na primeira parte. O que é que pretendeu com isso?
Petit: “O Miguel é um jogador mais de profundidade, o Varela e o Sousa são mais jogadores de entre linhas. A dinâmica e a ideia que nós passámos era que o Varela não se desse à marcação dois dois centrais do FC Porto, que são fortes no um para um e na profundidade e que pusessemos ali um espaço nas costas dos dois médios com a profundidade do Miguel, que a defesa pudesse recuar um pouco e aí abrir o espaço.
Tivemos duas ou três situações na primeira parte que a bola entrou e podíamos ter decidido de outra maneira mas também é como eu disse há bocado, estes três jogadores que jogaram na frente há um mês atrás, tiveram covid. Mais o Richard, são quatro jogadores. Para a frente depois temos o Cassierra e o Chico, que é um menino. De resto não temos muitas opções e eu quis que este ataque fosse mais móvel, que não se dessem à marcação. Não quis pressionar mais alto os centrais do Porto porque sabia que se estivéssemos a desgastar muito o Varela, o Sousa e o Miguel depois eles iam ter muitas dificuldades para aguentar o jogo.
FC Porto
Sérgio Conceição não compareceu na conferência de imprensa
Rescaldo da autoria de Frederico Seruya e João Castro
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão