Boavista FC 1-4 FC Porto: Supremacia portista no derby da Invicta

    CRÓNICA: DRAGÕES CONTROLARAM DO INÍCIO AO FIM, NUM JOGO COM ELEVADA NOTA ARTÍSTICA

    Sábado à noite é dia de derby. O Estádio do Bessa foi o palco do primeiro confronto entre as mais emblemáticas forças da Cidade Invicta: Boavista Futebol Clube e Futebol Clube do Porto.

    Equipas em posições diferentes da tabela, mas com uma necessidade em comum: pontos. A equipa do FC Boavista começou com todo o fulgor, mas já não vence desde setembro, quando bateu o Sporting CP. O FC Porto é segundo, porém já leva 8 pontos de atraso para o líder SL Benfica.

    Luís Godinho deu o apito inicial e desde o primeiro momento foi o FC Porto que assumiu as rédeas do jogo. Ainda dentro dos primeiros 10 minutos, duas ocasiões soberanas para os dragões. Primeiro Galeno, que falha na cara de Bracali e depois Evanilson, que apareceu solto na área e cabeceou frasco.

    Num jogo de sentido único, o FC Porto ia carregando, mas sem nenhum efeito prático, sendo muito perdulário tanto no momento da finalização, como na definição no último terço.

    Até que ao minuto 41, após um canto batido à esquerda do ataque azul e branco, Marcano inaugura o marcador. Bola batida ao primeiro poste por Otávio, há um desvio de Evanilson e o capitão dos dragões faz o primeiro da partida, já muito perto do final da primeira parte, batendo a resistência boavisteira.

    A segunda parte chegou e a toada manteve-se. Um FC Porto forte e sem baixar a guarda, causando muitas dificuldades aos axadrezados. À passagem do minuto 57´, Cannon agarra Galeno, que seguia numa cavalgada desenfreada e vê o segundo amarelo, deixando a equipa da casa a jogar com 10 unidades.

    A equipa portista aproveitou os tónicos do jogo e voltou a fazer o gosto ao pé, desta vez com nota artística muitíssimo elevada. Novamente um canto, mas desta vez batido à maneira curta, Otávio pica sobre a defesa para Taremi, que devolve para o coração da área, onde aparece Eustáquio para aumentar a vantagem. O internacional pelo Canadá colocou a bola onde mora a coruja, não dando qualquer hipótese de defesa a Bracali.

    Ao minuto 83, aumenta a vantagem novamente a equipa visitante. Otávio (quem mais?) a isolar Galeno com um passe de génio e o extremo luso-brasileiro a colocar o marcador em 3-0.

    Já nos descontos, mais dois golos. Primeiro é o Boavista a reduzir, após um livre cobrado eximiamente por Kenji Gorré. A bola bate no poste e entra no fundo da baliza à guarda de Diogo Costa. Depois foi a vez de Galeno bisar, novamente na cara de Bracali, sendo assistido novamente por (who else?) Otávio.

    Final da partida: goleada portista no derby portuense, naquele que foi o último jogo das duas equipas antes da paragem para o Mundial.

    A FIGURA

    Otávio Monteiro FC Porto
    Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede

    Otávio  – Professor Otávio deu aula no Bessa. Está nos quatro golos do Porto. Aliás, é difícil encontrar um sítio onde ele não esteja. Com uma amplitude de movimentos e uma abrangência do terreno fora de série, é também com bola que se destaca de tudo o resto. Completíssimo, o campeonato português já parece demasiado curto.

    O FORA DE JOGO

    Boavista FC
    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    MalheiroMuito abaixo do que era pedido. Galeno foi uma das principais armas portistas e Pedro Malheiro mostrou uma incapacidade brutal de o travar. Ofensivamente deu pouco ou nada. Muitas perdas de bola.

     

    ANÁLISE TÁTICA – BOAVISTA FC

    A equipa do Boavista alterou apenas uma peça em relação à derrota em Vila do Conde na última jornada, fazendo entrar Makouta para o lugar do suspenso Seba Perez. O modelo utilizado, por outro lado, continuou o mesmo.

    Num 3-4-3 quando em momento ofensivo, fechando em 5-4-1 aquando sem bola, a equipa foi muito incapaz de criar dificuldades ao FC Porto tanto num momento como no outro.

    A equipa do FC Porto colocou-se larga no terreno e obrigou à equipa axadrezada a correr mais, sendo depois ineficaz a travar as bolas entrelinhas que o adversário preconizou para o seu jogo. As bolas paradas foram o tendão de Aquiles da equipa boavisteira, concedendo dois golos através desse momento do jogo.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Bracali (5)

    Sasso (5)

    Onyemachi (5)

    Cannon (4)

    Makouta (5)

    Vukotic (5)

    Malheiro (4)

    Mangas (5)

    Masa (5)

    Yusupha (5)

    Agra (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Ibrahima (5)

    Bozenik (6)

    Gorré (6)

    Bruno Lourenço (6)

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    A equipa portista repetiu o onze da última partida para o campeonato e voltou a golear com chapa quatro. No habitual 4-4-2, muito variável, fruto dos posicionamentos de Taremi e Otávio principalmente.

    A equipa portista (aquando com bola) “alargou” o campo, obrigando a equipa axadrezada a desmontar a sua organização. Eustáquio ou Uribe iam pegando na construção, sendo que a equipa de Sérgio Conceição ia criando vantagens de 2×1 com o lateral adversário.

    Defensivamente, o trabalho não foi muito. A equipa foi se organizando muito bem, estando preparada para a perda da bola, muito pelos três médios intensos que apresentou.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo Costa (7)

    Marcano (8)

    Fábio Cardoso (7)

    Wendell (8)

    Pêpê (8)

    Uribe (8)

    Eustáquio (8)

    Otávio (10)

    Galeno (8)

    Taremi (8)

    Evanilson (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Toni Martinez (6)

    Rodrigo Conceição (6)

    Grujic (6)

    Bruno Costa (-)

    Pepe (-)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Boavista FC
    BnR: Sexto jogo consecutivo sem conseguir vencer. Não pegando tanto no resultado, esta incapacidade de criar momentos de perigo ofensivo é algo que o preocupa?

    Petit: O FC Porto não é uma equipa que concede muitas oportunidades. Hoje não conseguimos explorar aquilo que tínhamos analisado como os espaços que o FC Porto mais concedia. Deveríamos ter saído mais por trás, explorando o espaço nos corredores com o Mangas e o Malheiro. O Porto em 4-4-2 clássico, pressiona muito com os dois avançados e depois o Otávio perto e não exploramos o espaço que nos davam na ala, para depois lançarmos mais o Salvador e o Yusupha a chegar. Decidimos bater muito e não fomos eficazes.

    FC Porto

    Não foi possível fazer questões.

    R

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    Francisco Moreira e Silva
    Francisco Moreira e Silvahttp://mariooliveira
    O Francisco é natural de Santo Tirso. Encontra-se a tirar uma licenciatura em Ciências da Comunicação, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Sempre teve uma paixão enorme pelo deporto, sobretudo pelo futebol. Tem também um gosto especial pelo basquetebol, mais concretamente NBA. Jogou futebol durante 13 anos, mas agora é na vertente do treino que vai continuando o bichinho pela modalidade.