Boavista FC 0-5 FC Porto: Goleada com um grande dedo de treinador

    A CRÓNICA: SÉRGIO CONCEIÇÃO DESEQUILIBRA BOAVISTA

    58º dérbi da Invicta em casa do Boavista FC, a contar para a Primeira Liga, e talvez o mais estranho de todos os jogados até à data. Sem adeptos, com um Boavista completamente renovado, mas sempre com um ingrediente histórico deste confronto – a chuva que paira sobre o relvado do Bessa.


    O Boavista entrou no jogo a querer provar o seu valor, e, com uma posse de bola consistente e com dinâmicas bem articuladas, conseguiu colocar o FC Porto atrás da bola. Os dragões, com pressão constante sobre o adversário, tentaram sair rápido sempre que recuperaram o esférico. A melhor ocasião do jogo esteve mesmo numa transição ofensiva rápida dos azuis e brancos, em que Uribe recuperou, tocou e recebeu, já isolado, de Sérgio Oliveira, mas atirou em cheio ao poste mais distante da baliza de Léo Jardim.

    Os portistas, ao longo do primeiro tempo, foram recuperando a posse e intrometeram-se no meio-campo axadrezado. No entanto, tiveram algumas dificuldades na articulação de jogo, principalmente na ala direita, em que Manafá e Corona estiveram em plano de destaque pela negativa. O lateral foi, aliás, várias vezes corrigido de forma audível por Sérgio Conceição. Destaque no primeiro tempo, mas agora positivo, para Angel Gomes, que dinamizou todo o jogo boavisteiro, sendo um autêntico maestro do processo ofensivo das Panteras.

    Na segunda parte, o marcador foi aberto logo no segundo minuto com um golo à Boavista do… FC Porto. Danilo deu dois chutões para a frente, o segundo sobrou para Otávio à esquerda, que assistiu Corona dentro da área, para uma finalização em esforço. O Boavista respondeu logo de seguida e uma dupla defesa de Marchesín e Mbemba salvaram os portistas do empate.

    Quase dez minutos depois, aos 57′, Sérgio Conceição resolveu o jogo com uma substituição. Tirou Uribe, colocou Luis Díaz em campo e levou Otávio para o meio-campo. A partir daí, viu-se um FC Porto muito mais perigoso, muito mais criativo e com definição de grande qualidade dos movimentos ofensivos. Aos 58′, na sequência de um livre direto, Sérgio Oliveira fez o segundo, com a bola a desviar na barreira e a trair Léo Jardim, e Marega terminou a contagem no Bessa.

    Primeiro aos 66′, assistido com um passe por cima da defesa de Sérgio Oliveira, e depois ao 70′, na sequência de um livre estudado a dois toques, em que Otávio picou para Corona que, surpreendentemente sozinho no miolo da área, deu para Marega, que só teve de encostar.

    A noite acabou em jeito de goleada no Bessa, com Luis Díaz, em cima do minuto 90′, a receber dentro da área de Manafá, a rodar e a rematar colocado, sem hipótese para o guarda-redes do Boavista. Estava fechado o dérbi e com números expressivos. Os azuis e brancos somam seis pontos e juntam-se a Santa Clara e Benfica na liderança do campeonato.

    A FIGURA

    Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede

    Sérgio Conceição – A vitória no dérbi teve mão de treinador. Sérgio Conceição tirou Uribe e colocou Luis Díaz em campo, trazendo Otávio e toda a sua criatividade para o miolo do terreno e desmontando, assim, a estratégia axadrezada, que estava confortável no jogo.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Liga Portugal

    Boavista depois de sofrer o primeiro golo – O Boavista FC foi-se abaixo depois do primeiro golo e não soube responder à entrada de Luis Díaz e consequente mudança nas dinâmicas ofensivas portistas. As panteras abriram-se mais e o FC Porto marcou 5 golos.

     ANÁLISE TÁTICA – BOAVISTA FC

    Apesar das muitas caras novas no plantel, o Boavista já mostrou dinâmicas solidificadas, seja a nível defensivo ou ofensivo. Com um bloco fechado, os axadrezados pressionaram no meio-campo e apenas deixaram algum espaço nas laterais, por onde o FC Porto tentou ter sucesso.

    A segunda parte trouxe um desfecho completamente diferente, nomeadamente a partir do minuto 57′. O Boavista desequilibrou-se com a entrada de Luis Díaz e passagem de Otávio para o centro e, com isso, foi apanhada em contra-pé pelo FC Porto, acabando com uma derrota pesada.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Léo Jardim (6)
    Cannon (5)
    Rami (5)
    Gomez (5)
    Mangas (5)
    Nuno Santos (6)
    Javi Garcia (5)
    Paulinho (6)
    Benguché (6)
    Angel Gomes (7)
    Sauer (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Elis (6)
    Show (-)
    Reisinho (-)
    Nathan (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    O FC Porto apresentou-se novamente num 4-3-3 com Marega sozinho na frente, de forma a dar a profundidade que lhe é caraterística. Pressionantes em todo o terreno, os dragões pecaram no momento da decisão na transição ofensiva, com o ataque preferencial pela ala direita a não dar frutos.

    No segundo tempo, Conceição mexeu e a equipa ganhou mais criatividade no processo ofensivo, chegando à goleada. Destaque para Otávio, que rendeu muito mais no centro do terreno do que encostado à ala.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marchesín (6)
    Manafá (5)
    Pepe (6)
    Mbemba (6)
    Alex Telles (6)
    Otávio (7)
    Sérgio Oliveira (7)
    Danilo Pereira (6)
    Matheus Uribe (6)
    Jesús Corona (7)
    Marega (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Luis Díaz (7)
    Taremi (6)
    Zaidu (6)
    Romário (6)
    Fábio Vieira (6)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    Sérgio Conceição: « É natural que o treinador queira sempre melhorar a equipa com jogadores de qualidade»

    Boavista FC

    Bola na Rede: A equipa desequilibrou-se após a entrada de Luis Díaz e com a consequente mudança do processo ofensivo do FC Porto. Acha que a sua equipa estava demasiado confortável?

    Vasco Seabra: Após o primeiro golo , tivemos duas oportunidades claras de golo e podíamos relançar-nos no jogo. O FC Porto fez essa mexida e o Otávio adicionou criatividade no meio, mas sofremos o segundo golo por inconsistência nossa, isso afetou-nos e essa estabilidade emocional ainda é algo que vamos conseguir vencer, porque mesmo quando sentimos o 2-0, temos de ir à procura do golo. Não teve a ver diretamente com a substituição, mas teve a ver com as incidências depois do segundo, que nos distancia mais do jogo e que nos traz um pouco emocionalmente para baixo.

    Artigo revisto

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Pedro Pinto Diniz
    Pedro Pinto Dinizhttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um apaixonado por desporto. Em cada linha, procura transmitir toda a sua paixão pelo desporto-rei, o futebol, e por todos os aspetos que o envolvem. O Pedro tem o objetivo de se tornar jornalista desportivo e tem no Bola na Rede o seu primeiro passo para o sucesso.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.