Um Braga sem forças para o colete portista

    Não foi percetível na Conferência de Imprensa de Sérgio Conceição se o 4-5-1 será aposta definitiva, mas que resultou frente ao SC Braga, depois de já ter resultado frente ao GD Estoril Praia, lá isso resultou.

    Os arsenalistas do Minho (frente aos originais este 4-5-1 é capaz de não ser má ideia, em fevereiro veremos) jogaram pouco, acusando alguma fadiga e, nas palavras de Artur Jorge, “falta de energia”, mas as dificuldades causadas quer ao jogo interior bracarense (pelas linhas cerradas do FC Porto), quer ao jogo pelos corredores (com os alas a fecharem bem cada um dos lados) pelos dragões foram evidentes.

    Apesar do bloco médio, também o espaço nas costas da defesa, que o SC Braga tem tendência a explorar, foi bem controlado, com Abel Ruiz a ter pouca liberdade de movimentos para sequer esboçar uma tentativa de procurar esse espaço. Foi por Álvaro Djaló, sobretudo (ou quase exclusivamente), que o SC Braga foi esticando o seu jogo, mas de forma demasiado inócua.

    Faltou muito jogo bracarense à partida, mas, acima de tudo, vimos uma lição portista de como restringir o jogo arsenalista. Colocando a questão num paralelismo, o SC Braga esteve num colete de forças montado e bem apertado pelo FC Porto, sem conseguir – voltamos à “falta de energia” de que falava o técnico dos minhotos – sacudir pelo menos o aperto e soltar-se, nem que fosse, ligeiramente.

    O jogo foi, por isso, todo dos azuis-e-brancos, que fecharam a primeira volta com um triunfo de aparência fácil numa partida de teoria difícil. Os dragões ganharam novo fôlego e a confiança de que o 4-5-1 não lhes assenta mal. Do outro lado, o SC Braga pontuou da pior forma uma semana nada fácil e deixou no ar dúvidas em relação a algo que parece continuar a faltar a esta equipa, apesar dos plantéis cada vez mais profundos que monta: competitividade de campeão.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Declarações de Sérgio Conceição:

    “Trabalhámos bem como equipa. Fomos uma equipa sólida”.

    “Bloqueámos o jogo exterior do SC Braga, que é uma equipa que também explora bem o espaço nas nossas costas, mas fomos rigorosos no nosso processo defensivo”.

    “Temos nuances ofensivas que não são fáceis para os adversários”.

    “Nós trabalhamos em cima dos jogos que fazemos”.

    “Olhamos para o treino, para o trabalho diário”.

    “Há algo inegociável: ritmo de jogo alto, intensidade, ganhar duelos”.

    “A equipa está bem e não é só o XI”.

    “É preciso trabalho, persistência e acreditar no que se faz”.

    “Os treinadores são pagos para olhar para as características dos jogadores e decidir”.

    Declarações de Artur Jorge:

    “Para além do resultado, não correu bem aquilo que hoje fizemos”.

    “Não fomos capazes de impor o nosso jogo e sofremos um golo demasiado cedo”.

    “O modelo não me surpreendeu, vimos o FC Porto jogar assim frente ao GD Estoril Praia”.

    “Não houve diferença no nosso encaixe na forma de jogar do FC Porto”.

    “A equipa não foi ficando confortável no jogo”.

    “Tivemos uma oportunidade para empatar, mas foi muito pouco para aquilo que pretendíamos”.

    “O estado anímico depois de uma derrota é sempre de desilusão”.

    “Temos de olhar para dentro”.

    “Não conseguimos aquilo que queríamos na ligação de jogo”.

    “Melhorámos quando projetámos os laterais”.

    “Não conseguimos quebrar a linha de quatro do FC Porto”.

    “Parece-me evidente que a escassez de opções condiciona, mas faltou energia à equipa”.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.