Bruno Costa: um jogador a (re)ver

    O número seis de qualquer equipa é responsável por ser, à partida, o pivot e trinco defensivo, assumindo-se como um verdadeiro cadeado no meio-campo, tranquilizando, muitas vezes, o setor mais recuado do terreno.

    De há uns tempos para cá, Bruno Costa foi o número seis portista, mas desenganem-se aqueles que pensam que este jogador é um médio defensivo com características de box-to-box. O número que envergou no FC Porto deve ter sido das poucas coisas que não fizeram propriamente sentido.

    Neste artigo de opinião, vou-vos falar desta promessa da formação do FC Porto, que foi cedido a título definitivo ao Portimonense SC, com opção de recompra.

    Bruno Xavier Almeida Costa, de 22 anos, chegou aos dragões em 2009, proveniente do CD Feirense, clube onde também cumpriu parte da sua formação. É um jogador de seleção, marcando presença em praticamente todos os escalões de formação da equipa das quinas.

    O seu pé direito tem muito que se lhe diga, mas disso falaremos mais à frente.

    O atual número 88 do Portimonense SC chegou a partilhar balneário com jogadores como, por exemplo, Diogo Dalot, atual lateral direito do Manchester United FC.

    Na equipa principal do FC Porto, nunca se conseguiu afirmar, estando na sombra de jogadores como Sérgio Oliveira, Héctor Herrera, Óliver Torres, Danilo Pereira, Matheus Uribe… Assim é difícil um jogador procurar o seu espaço, sendo que em termos de estatura, não é o jogador que melhor se encaixa no futebol de Sérgio Conceição, pese embora a grande admiração que o técnico portista tem pelo médio português.

    Na equipa B portista, foi uma referência no meio-campo e nas bolas paradas, podendo ser apelidado como médio goleador, só lhe faltando o chapéu de mágico naquela equipa.

    Bruno Costa estreou-se na equipa principal do FC Porto em Anfield, frente ao Liverpool FC
    Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede

    Fazendo agora um raio-x a este jogador, o leitor já deve ter percebido pelos vários artigos que fui escrevendo, que eu tenho uma tendência para comparar jogadores, que, na minha opinião, se assemelham na forma de jogar e naquilo que oferecem à equipa.

    Pois bem, Bruno Costa é, nada mais, nada menos, que um misto de Óliver Torres e Sérgio Oliveira. Consegue simultaneamente ter a qualidade técnica, criatividade e a construção de jogo do médio espanhol e a capacidade de remate do internacional português. Se não houvesse tão bons batedores de livres diretos na equipa principal, quem sabe se Bruno Costa não poderia assumir essa responsabilidade. Como já referi acima, aquele pé direito tem muito que se lhe diga. Mas isso não chegou para convencer na totalidade Sérgio Conceição e os adeptos portistas…

    Há um momento na carreira de Bruno Costa que será para sempre inesquecível: a titularidade mais que surpreendente em Anfield, frente ao Liverpool FC, na segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões. Não só pôde ouvir de perto o mítico “You´ll Never Walk Alone”, como foi um dos melhores em campo naquele palco bem competitivo.

    Se não estou em erro, foi campeão pelo FC Porto em 2017/2018, com poucos jogos somados, mas com um título sempre importante na carreira de qualquer profissional de futebol.

    Pessoalmente, penso que a cedência deste jogador aos algarvios foi a melhor solução para ambas as partes. Na equipa azul e branca não tinha espaço, até pela ascensão de Vitinha na equipa B. No Portimonense SC vai reencontrar António Folha, que irá, com certeza, colocar ao de cima todos os seus atributos e qualidades desde cedo reconhecidos.

    Este número seis, que mais deveria ser um oito, dez ou vinte, é um jogador para ver e, quiçá, rever.

    Foto de capa: Instagram ” Bruno Costa”

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    João Castro
    João Castrohttp://www.bolanarede.pt
    O João estuda jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. A sua grande paixão é sem dúvida o jornalismo desportivo, sendo que para ele tudo o que seja um bom jogo de futebol é bem-vindo. Pode-se dizer que esta sua paixão surgiu desde que começou a perceber que o mundo do futebol é muito mais que uma bola a passear na relva.