Na passada semana foi apresentado o relatório e contas de FC Porto SAD. Os números revelados são verdadeiramente assustadores e a forma como foram “descontraidamente” e até “irresponsavelmente” divulgados ainda mais preocupação deixam nos adeptos portistas mais atentos.
Apesar de cumprir o compromisso assumido com a UEFA, apresentar um resultado líquido consolidado de cerca de 28 milhões de euros negativos é extremamente preocupante. Capitais próprios negativos em 38 milhões de euros é algo de extrema gravidade, ainda mais num clube acabado de se sagrar campeão nacional, e que na época transata poucos ou nenhuns investimentos fez.
Deixo aqui alguns apontamentos que servem para reflexão:
– Desvio de 65% do Orçamento.
– Crescimento do Passivo que ascende a 464 milhões de euros o mais alto dos clubes Portugueses.
– Recorde de custos operacionais, ultrapassando o orçamento em quase 15% por cento;
– Custos com pessoais (perto de 80 milhões) mais elevados da história do clube excedendo o orçamento pelo terceiro ano consecutivo, apesar de todas as restrições impostas ao treinador Sérgio Conceição.
Depois temos a vertente desportiva que também tem de ser analisada no que às contratações diz respeito. Gastar mais de cinco milhões de euros em Waris em 77% do seu passe, gastar cerca de dois milhões de euros em Janko em 80% do seu passe, quando Maxi tinha renovado e se tinha contratado João Pedro e Éder Militão estava “controlado”, é algo inexplicável. Posso entender certas oportunidades de negócio, numa perspetiva de valorização futura, mas nunca num cenário destes que o clube atravessa. Pagar dois milhões de euros por 15% do passe de Otávio também é algo muito questionável.
Relativamente aos negócios com o Portimonense SC as dúvidas continuam no ar e não foram minimamente esclarecidas. Uma outra rubrica que gostaria de ver ser explicada é a que esta referenciada no quadro das aquisições como “outros” sendo que a quantia a que diz respeito supera os três milhões de euros.
Para culminar em beleza, a administração da SAD apesar destes resultados negativos ainda ousa aumentar os seus salários de forma significativa. Contas preocupantes, comportamentos alarmantes e uma “aparente” apatia ainda mais inquietante por parte dos sócios (principalmente aqueles com voz ativa na comunicação social).
Um bom ano desportivo é a única saída para o clube não cair no abismo. O “santo” Sérgio Conceição vai ter de voltar a fazer um milagre!
Foto de Capa: FC Porto
artigo revisto por: Ana Ferreira