Há muito que se conhece o valor do jovem central. Faz parte da famosa geração dos “Diogos” (Costa, Dalot, Queirós e Leite) e tantas foram as vezes que o vimos fazer dupla com Diogo Queirós no eixo da defesa nas camadas jovens quer do FC Porto quer da seleção nacional. Foi titular nas conquistas dos Europeus sub-b17 e sub-19, e foi aí que começou a ganhar mais destaque.
Ainda assim, a entrada para a equipa principal do FC Porto não foi fácil. Até começou a época 2018/2019 a titular, com 90 minutos jogados na Supertaça e nos primeiros três jogos da Primeira Liga. Contudo, depois da derrota contra o Vitória SC na terceira jornada, saiu da equipa principal e foi relegado para a equipa B, onde se manteve na maioria da época. Fez apenas mais um jogo na Taça da Liga e outro na Liga dos Campeões.
🔵⚪Diogo Leite ➡ Estreia oficial no FC Porto
🎙 “É um dia inesquecível do qual me orgulho muito.”#FCPorto #Supertaça #FCPCDA #Nascidosparavencer pic.twitter.com/5pUTVFIUaZ— FC Porto (@FCPorto) August 5, 2018
Com a saída de Militão no final da época, antecipava-se que Diogo Leite pudesse ganhar mais espaço na equipa liderada por Sérgio Conceição, jogando ao lado do experientíssimo Pepe, com quem podia crescer. Esse não foi o caso, muito devido à contratação de Iván Marcano. O espanhol acabou por fazer dupla com Pepe durante grande parte da época 2019/2020, com Diogo Leite atrás ainda de Chancel Mbemba na hierarquia portista.
O espanhol lesionou-se na pausa imposta pela pandemia, abrindo espaço ao jovem português. Foi titular nos dois últimos jogos do campeonato, ainda que nunca tenha convencido completamente Sérgio Conceição. Acabou a época com apenas nove jogos na Primeira Liga, e só quatro como titular.
Começou esta época como suplente mais uma vez, com a dupla Pepe-Mbemba a ser preferida pelo treinador portista. Ainda assim, as lesões que se têm vindo a sentir em ambos titulares obrigaram o técnico a apostar mais no jovem português. O primeiro jogo que fez foi na derrota em FC Paços de Ferreira por 3-2, e voltou a ser relegado para o banco.
Como já tinha acontecido em épocas anteriores, Diogo Leite funcionou como uma espécie de bode expiatório dos problemas defensivos coletivos que a equipa estava a sentir. Com isto, não digo que Diogo não tenha cometido alguns erros e que seja o “produto final”. O central tem ainda aspetos a melhorar no seu jogo, disso não há grandes dúvidas. Mas só jogando, fazendo erros e crescendo com eles é que se pode aproximar do seu potencial.
Na minha opinião, o treinador do FC Porto parecia mais exigente com Diogo Leite do que com os outros centrais. Sempre que cometia um erro num dos poucos jogos que fazia, era imediatamente relegado para o banco. Enquanto isso, víamos outros, como Marcano, Mbemba e mesmo Pepe, a fazer também eles erros, o que é normal em centrais, e a manterem os seus lugares na equipa. Mesmo tendo em conta o altíssimo nível que o atual capitão Pepe tem demonstrado, a verdade é que este cometeu vários erros, por exemplo, contra o CS Marítimo que custaram pontos à equipa.