Uma das partes mais interessantes e intrigantes do desporto rei é tentarmos teorizar, ou até mesmo adivinhar, qual irá ser o onze titular de uma equipa, num determinado jogo. Normalmente, quando o onze inicial é divulgado, raramente olhamos para a baliza, isto é, queremos saber quem irá jogar na defesa, no meio-campo e nomeadamente no ataque.
O guarda-redes, habitualmente, não muda – é o homem que dá segurança e serenidade à equipa, é o dono da baliza.
No entanto, quando numa equipa temos dois guarda-redes com características diferentes, mas com uma qualidade equiparável, começamos a dar mais atenção “à baliza” quando vemos o onze inicial da nossa equipa.
E este é o caso do FC Porto – Diogo Costa e Agustín Marchesín são dois enormíssimos guarda-redes que causam incerteza, no bom sentido, aos adeptos portistas.
De um lado temos Marchesín, um guarda-redes argentino de 33 anos que chegou aos dragões na época 2019/20, proveniente do CF América do México, para ser um substituto direto de Iker Casillas.
Pela idade avançada que já apresentava, gerou alguma dúvida nos adeptos azuis e brancos que se perguntavam se era mesmo necessário contratar um guarda-redes tendo Diogo Costa no banco de suplentes, pronto para assumir a titularidade.
Todavia, essas dúvidas desapareceram rapidamente – em poucos jogos, Marchesín provou a sua grandeza entre os postes.
🔵⚪ Em dia de aniversário, vê os melhores momentos do Agustín Marchesín de azul e branco 💪#FCPorto #AgustínMarchesín @amarchesin1 pic.twitter.com/XAU7TqjT6T
— FC Porto (@FCPorto) March 16, 2020
Uma autêntica muralha na baliza, fez uma época 2020/21 estrondosa, com defesas icónicas que estão na memória dos adeptos portistas. Por momentos, “esquecemo-nos” que no banco estava Diogo Costa, um diamante à espera da sua grande oportunidade, a ascensão à titularidade, cada vez mais distante devido às exibições do indiscutível Marchesín.
Mas, como todo sabemos, vieram duas episódios que mudaram esta situação: as exibições de Diogo Costa no Europeu sub-21 e a lesão de Marchesín.
O guarda-redes português de 21 anos agarrou, com unhas e dentes, a baliza do FC Porto e, até ao momento, mesmo com a recuperação de Marchesín, não saiu mais de lá. Segurança, maturidade e um jogo de pés incrível: Diogo Costa é acima da média para a idade que tem.
Creio que Marchesín veio com o propósito de continuar o legado de Casillas, não só como seu substituto na baliza, mas como um “professor” para o jovem guarda-redes português. E este é o momento de Diogo Costa, valeu a pena ser sombra destes dois grandes guarda-redes por alguns anos.
Vai ter as suas falhas, assim como todos os grandes guarda-redes têm, mas a qualidade está lá e deve continuar a jogar para crescer ainda mais “entre os postes”.
Marchesín merece ser titular indiscutível? Sim, merece. Contudo, repito: este é o momento de Diogo Costa.
Independentemente de quem seja o titular na baliza dos azuis e brancos, o adepto portista não precisa de se preocupar em olhar para a baliza quando for ver o onze inicial do FC Porto para um determinado jogo: independentemente de quem lá esteja, a baliza está guardada por duas muralhas – diferentes em idade, mas iguais em qualidade.