Eclipse Óliver

    fc porto cabeçalhoPor esta altura, criticar ou duvidar das opiniões e opções de Sérgio Conceição é considerado um sacrilégio no reino do Dragão. O treinador português está a fazer um trabalho notável no aproveitamento dos escassos mas valiosos recursos que tem à sua disposição e os resultados até à presente data falam por si.

    Antes de arriscar cometer o tal pecado capital começo por fazer uma declaração de interesses. Sou um confesso admirador das qualidades do treinador portista e fui, desde a primeira hora, um apoiante da sua chegada ao clube.

    No entanto, há um jogador, ou o desaparecimento do mesmo, que me causa alguma surpresa e apreensão.

    Falo de Óliver Torres. Na minha opinião um dos melhores jogadores do plantel e sem dúvida um jogador sem igual no plantel. O dínamo espanhol iniciou bastante bem a temporada com algumas exibições de enorme qualidade e colocou-se como um dos jogadores em maior destaque do FC Porto de Conceição. Com Óliver ao lado de Danilo, a parelha titular do meio campo dos azuis e brancos parecia estar escolhida.

    A temporada corria de vento em popa quando os turcos do Besiktas vieram visitar o Dragão para a primeira jornada da UEFA Champions League. Uma exibição coletiva insuficiente tirou o pequeno mago espanhol do relvado logo ao intervalo e, desde então, não mais voltou a figurar entre as opções iniciais do treinador em jogos de relevo (falo de Campeonato e Liga dos Campeões).

    Fonte: Facebook oficial
    Fonte: Facebook Oficial de Óliver Torres

    A situação ganha contornos de maior surpresa se tivermos em conta que Oliver até estava a realizar uma partida bem acima dos restantes companheiros.

    As exibições de Herrera têm conferido alguma legitimidade às opções de Sérgio Conceição, é certo, mas poucos treinadores se poderão gabar do luxo que é deixar um jogador da qualidade de Óliver no banco de suplentes. Mais, nem as lesões de Marega e Soares que forçaram o regresso ao 4x3x3 tiveram o condão de trazer o número 10 portista de volta ao onze inicial.

    Óliver é um jogador único no plantel. O melhor no capítulo do passe e a gerir os ritmos de jogo, nunca perde agressividade no momento defensivo. Joga e faz jogar. Em pés de veludo põe a equipa a trabalhar como se de uma sala de máquinas se tratasse. É uma enciclopédia de bom futebol e pelos seus pés passa todo o processo ofensivo da equipa. E depois, alia a tudo isto uma enorme capacidade defensiva, quer através de uma inteligente ocupação dos espaços ou de inúmeros roubos de bola. Um pequeno grande jogador.

    É certo que perde para Herrera no transporte de bola em progressão dada a passada mais larga do mexicano, no entanto, nunca se pode ou deve descurar a qualidade de um jogador como Óliver.

    Os resultados vão dando razão ao treinador do FC Porto e tudo isto está, obviamente, dependente das ideias e princípios de jogo que este tenha e deseje para a equipa. No entanto, julgo que todos os portistas dormirão descansados sabendo que têm no plantel e no banco (pronto a explodir) um jogador como Óliver Torres. Confio que a sua hora chegará.

     

     

    Foto de Capa: Facebook Oficial de Óliver Torres

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Bernardo Lobo Xavier
    Bernardo Lobo Xavierhttp://www.bolanarede.pt
    Fervoroso adepto do futebol que é, desde o berço, a sua grande paixão. Seja no ecrã de um computador a jogar Football Manager, num sintético a jogar com amigos ou, outrora, como praticante federado ou nos fins-de-semana passados no sofá a ver a Sporttv, anda sempre de braço dado com o desporto rei. Adepto e sócio do FC Porto e presença assídua no Estádio do Dragão. Lá fora sofre, desde tenra idade, pelo FC Barcelona. Guarda, ainda, um carinho muito especial pela Académica de Coimbra, clube do seu pai e da sua terra natal. De entre outros gostos destacam-se o fantástico campeonato norte-americano de basquetebol (NBA) e o circuito mundial de ténis, desporto do qual chegou, também, a ser praticante.